Divino Maravilhoso

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Na manhã seguinte, Chico acordou com a fresta de luz que invadia o quarto, mas sorriu quando sentiu Caetano ainda em seus braços. Ele ficou algum tempo assim, imóvel, apenas aproveitando aquele momento.

Chico observou cada detalhe do rosto de Caetano, ele parecia tão tranquilo dormindo assim, aqueles pesadelos já não pareciam lhe incomodar mais.

"Não vou deixar eles afastarem você de mim nunca mais." - Chico acariciou o rosto dele suavemente com as costas dos dedos.

Com seu toque, Caetano se remexeu um pouco, começando a acordar. Então Chico se inclinou para distribuir beijos entre o rosto e o pescoço de Caetano.

"Hmm... senti falta disso." - Caetano sorriu e se virou para dar um beijo em Chico. - "Bom dia."

"Bom dia." - Chico sorriu de volta. - "Dormiu bem?"

"Ótimo." - Caetano estendeu a mão para brincar com o cabelo de Chico.

Eles ficaram um bom tempo só de chamego, Caetano agarradinho a Chico, que deixava às vezes beijos no rosto dele. Caetano ria um pouco com a sensação do bigode de Chico roçando em sua pele.

"Já deve tá bem tarde" - Chico suspirou, acariciando a coxa de Caetano. - "Em algum momento a gente tem que levantar."

"Queria ficar assim o dia todo." - Caetano roçou o nariz na curva do pescoço de Chico. Só de pensar que no fim ele não voltaria para Marieta mais, fazia o coração de Caetano saltar de felicidade.

"Eu também, Caê." - Chico acariciou o braço de Caetano.

Caetano olhou para ele com um sorriso.

"O que foi?"

"Você quase não me chamava de Caê mais." - Caetano deu um selinho nele. - "Eu gosto."

De repente, ouviram batidas na porta. Chico olhou para Caetano, que apenas suspirou.

"Não deve ser nada importante."

Mas a batida continuou.

"Caetano!" - Caetano reconheceu a voz de Guilherme Araújo, seu empresário. - "Eu sei que você tá aí."

"É Guilherme." - Caetano revirou os olhos, se levantando e vestindo um short. - "Eu vou ter que atender."

"Mas e eu?" - Chico se levantou depressa, ainda estava só de cueca.

"Você me espera aqui." - Caetano deu um selinho nele, empurrando para o banheiro.

"Espera... mas e minhas roup-" - Chico tentou dizer, mas Caetano já estava fechando a porta do banheiro.

"Tô indo." - Caetano gritou, se dirigindo para abrir a porta, mas encontrou Guilherme com um expressão nada satisfeita.

"Pela amor de Deus, o que você tava fazendo? A gente te procurou por toda parte. O show é daqui meia hora!"

Caetano olhou assustado, tinha esquecido totalmente.

"Eh que eu tive um imprevisto... eu..."

"Você esqueceu, não é, Caetano?" - Guilherme olhou para dentro do quarto. - "Você tá com alguém, né?

"Claro que não!"

"Aham... pelo menos me diz quem é." - Guilherme sussurrou.

"Não é ninguém que você conheça não. Sabe, ela é meio tímida." - Caetano disse, meio nervoso, tinha certeza que Chico estava abafando uma risada agora.

Mas Guilherme viu as roupas de Chico jogadas pelo chão e claramente não faziam o estilo de Caetano para serem dele. Não era nenhuma novidade para ele que Caetano não era hétero.

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