:: gatinho

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Cinco minutos para dar onze horas, apenas cinco minutos para o meu horário de descanso. Eu escuto um ding, aliviada que será meu ultimo cliente em trinta minutos. Disse bom dia sem nem olhar para a pessoa, e quando olhei, tomei um susto.

- Jungwon? O que faz aqui? - tonta, você é absolutamente tonta. Óbvio que veio comprar flores.

- Mercar algumas flores, julguei que seria soberano vir antes de você sair para o seu tempo vago. - Eu sorri.

Soberano.

Tempo vago.

- O que deseja?

- Uma cravina branca, com raiz, por favor! - O olhei surpresa.

- Ok... - Fui em direção aos fundos logo buscando a flor.

Segunda vez que ele pede Cravinas brancas. Segunda. Isso é realmente impressionante para mim. Voltei para o balcão, logo estendendo a flor para o mesmo. Ele me deu o dinheiro e antes de sair, percebi que o mesmo estava com uniforme escolar.

- Está na escola? - Meu vizinho assentiu. - Não devia estar lá?

- Sim, porém como sou do último ano, posso sair no horário do almoço. - Assenti demonstrando entendimento. - Enfim, tenho que ir, muito obrigada!

E assim que o mesmo saiu, o relógio apitou, indicando que posso finalmente descansar um pouco. Saí da floricultura e fui andando por aí.

[...]

Estou em casa tocando o ukulele, me lembrado das várias vezes que tentei tocar uma música para o meu pai e ele nem me deu atenção. O divorcio realmente acabou com ele, tipo, o acertou em cheio.  Nem sei o porque se casaram pra inicio de conversa, divorcio apenas porque não se amam é a mesma coisa que se casar apenas por que se amam. Eu nunca escutei uma história de amor deles, nenhuma.

Mas também, eles se divorciaram, não preciso saber mais, na verdade, não quero saber sobre nada deles, nadica de nada. Não quero que eles me mandem mensagem, nem de aniversário nem de natal, não quero escutar sobre nenhuma notícia. Eles se casaram de novo? Otimo para eles. Conseguiram um emprego? Parabéns, mas não tem nada haver comigo.

Bom, eu falo isso, mas no fundo, bem no fundo, não é realmente isso que sinto. Na verdade é, mas eu posso sentir duas coisas totalmente diferentes ao mesmo tempo... né? Mesmo eu falando que não ligo mais, eu ligo. Eu sei que eles não se amavam mais, porém, seu amor acabou por minha causa. Por culpa minha eles perceberam que seu amor era falho, talvez se eu nunca tivesse nascido eles ainda estariam juntos. Talvez eles ainda se amariam e agora estariam comemorando 34 anos de casados. Com aquele buquê de margaridas que minha mãe adorava, e o terno verde que meu pai sempre usava em uma ocasião especial.

Pois é. Hoje seria o aniversário de 34 anos de casados dos meus pais, e se não fosse por mim, eles estariam comemorando juntos. Mas isso é apenas um talvez. Apenas uma hipótese que poderia acontecer.

Eu sei que a culpa foi minha que minha mãe nos deixou, sei muito bem que ela não me aguentava mais, mas mesmo com gente me falando que a culpa não foi minha, eu sei que foi, eu sinto que ela não me aguentava mais.

Eu desci as escadas e fui comer um bolo que o Sr. Yang fez. Ele é um doce e seus bolos são magníficos. Enquanto eu comia, eu atendi a porta pois escutei a campainha tocar. Ajeitei meu pijama que era um casaco roxo e uma calça quadriculada enquanto abria a porta. Vi meu vizinho com uma jarra térmica em mãos. Eu o olhei confusa enquanto ajeitava meu óculos e escutei o mesmo rir fofinho.

- Ola, Kang Yari! - Sorriu abertamente.

- Oi Jungwon! - O abracei. - O que faz aqui?

- Minha avó fez um chá de hortelã, e queria que você tivesse um pouco. - Eu sorri em sua direção. Eu amo os avós dele meu Deus.

- Agradeça eles por mim. - Eu olhei para o lado de dentro para ver se estava arrumado. - Gostaria de entrar e comer bolo com chá comigo? - O mesmo sorriu e acenou com a cabeça, logo ele adentrou a casa.

- Muito obrigada! - Disse meio tímido. Que fofo!

Ficamos comendo e conversamos bastante, ele olhou para o lado, onde havia uma foto minha quando era menor. Ele me perguntou se era eu e assenti em resposta.

- Quantos anos tinha?

- Eu tinha... 5 anos aí

- Que fofa! - Ele falou e logo olhou para a foto meio esquezito, talvez desconfiado.

Nós apenas esquecemos e continuamos a comer aquele bolo incrível do seu avô. Já havia dado a hora de Jungwon e ele teve que ir embora.

- Tchau Kang Yari, muito obrigada por me receber em sua residência! - Ele se curvou

- Eu que agradeço, adoro sua companhia gatinho. - Eu sorri, mas logo minha face caiu quando percebi que o chamei de "gatinho" como da última vez.

Eu não consigo segurar, ele realmente parece muito um gato.

Yari sério mesmo?! Você é ridícula! Eu fiquei totalmente vermelha e meu vizinho riu.

- Que bom que gosta! - Ele sorriu - E saiba que não precisa ficar com vergonha, gosto que me chame dessa maneira. - Dito isso, ele saiu pela porta e me deixou com cara de tacho na minha casa.

Gatinho? Serio?

Eu me deitei na cama sem sono nenhum, com os olhos completamente abertos só pensando no sonho da noite anterior. Eu juro que já escutei aquela voz antes, e que já vivi aquele momento. Tenho 60% de certeza, os outros 40% não sabem nem processar aquilo.

Mas bom, afinal, é um sonho. Tem sonhos que são realistas, como este, e aqueles que não fazem sentido nenhum, tipo o que eu brinquei de pique esconde com a dora cega, e o burro do shrek jogava bananas nela para chamar atenção.  Os dois tipos de sonhos não aconteceram. Talvez aqueles 60% viraram 50, talvez agora até 30. É apenas um sonho, nada além da minha imaginação, uma história sem fim que acabou.

________❤️________

[AU:  OI MEUS AMORECOS 🫶 decidi sempre deixar sla, uma pergunta aqui em baixo pq amo meus leitores❤️]

[Q&A;; 1- o que acharam do cap? Alguma parte que gostaram mais??
2- quem eh seu Bias no enha? Os meus são JUNGWON OBVIAMENTE🤞 E niki porem amo todos🫶]

[PS: tem outra fic vindo aí.. fiquem espertos 🤭]

𝖣𝗈𝖼𝖾 𝖢𝗋𝖺𝗏𝗂𝗇𝖺 ☆ 𝖸. 𝖩𝗎𝗇𝗀𝗐𝗈𝗇,𝖾𝗇𝗁𝗒𝗉𝖾𝗇 ♡︎Onde histórias criam vida. Descubra agora