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Voltamos a terminar o café da manhã e assim colocamos tudo que havíamos preparado na mesa.

Tinha arroz, sopa, Kimchi e alguns peixes. Nada muito exagerado, apenas na quantidade certa. Estava meio receosa porque não sabia que ia ter mais gente, mas até que deu certo no final das contas. Todos nós nos sentamos, agradecemos pela comida e assim, atacamos o que tinha na mesa.

- De onde se conhecem? - Eu me ousei a perguntar. Afinal, eu sou curiosa. Os três se olharam e riram um pouco. Será que essa pergunta foi demais? Eles podem ter se incomodado. - Desculpa, deve ter sido inconveniente e chato. Não precisam responder se for pedir demais por favor me perdoem eu não-

- Kang Yari, respire! - Eu fiz o que o mais velho mandou e fiquei mais calma. - Não é nada inconveniente, é apenas gozado o modo em que nós nos conhecemos. - ele limpou sua garganta, indicando que iria começar a me contar sua historia. - Então, eu era novo na escola, era o que, sétimo ano? - Os outros dois assentiram. - Ok, tive que me mudar pois minha escola anterior havia sido fechada por contas financeiras. Enfim, eu era novo e estava procurando minha sala, estava andando pelo corredor e ai-

- Aí eu cheguei correndo pelo corredor! - Niki falou felizinho.

- Isso, ele chegou correndo e me derrubou no chão. - Eu ri de leve com a cara emburrada de Jungwon.

- Estava correndo de quem?

- Já estou chegando aí. - Assentimos - Aí ele foi lá, me levantou, e logo continuou correndo. Eu como não sou bobo, corri junto. Aí depois desse dia viramos amigos.

- E a Kioko? - Perguntei olhando para a garota.

- Kioko era quem estava correndo atrás de Niki.

- Eu e Niki nos conhecemos desde do terceiro ano, e ele sempre foi... Vamos dizer que um bobo.

- Bobo apaixonado.

- Desde quando entrei em sua escola no terceiro ano, Niki ficava colado em mim dizendo o quanto gostava de mim e tals. Ele sempre foi muito idiota por mim. Ficava zoando com a minha cara de um jeito pacifico, porém irritante, por isso que corria atrás dele. Principalmente quando ele sujava meu armário inteiro de confettis. Ah isso eu odiava.

- Ah para, você amava.

- Talvez, mas ninguém pode saber disso. - Eles sorriam um para o outro. Agora que comecei a entender. - Enfim, ele me pediu em namoro ano passado, e eu aceitei né.

- Ahh, entendi. - De algum jeito, fiquei meio aliviada por escutar essa história. Não sei o porquê, mas estou feliz em saber que os dois estavam namorando.

Terminamos de tomar café é limpamos tudo. Niki e Kioko se sentaram para assistir tv, enquanto eu ajudava Jungwon com a louca. Eu percebi que horas eram, então aproveitei para ir embora. Juntei minhas coisas e fui falar com meu vizinho que acabara de acabar de lavar a louça.

Eu o avisei que já iria embora e o menino me olhou cabisbaixo.

- Não quer ficar?

- Você quer que eu fique? - ele assentiu enquanto sorriu fofinho.

- Quero! Pode ficar aqui? - no momento em que ele chegou mais perto de mim, eu pude sentir minhas pernas moles. Chegou em um ponto que eu fiquei cara a cara com seu peitoral, já que ele é bem alto.

Eu encarei o seu casaco como se minha vida dependesse disso, se eu olhar para ele eu realmente não sei o que vai controlar os meus atos.

- Posso sim! Mas não quero ser um incômodo. - Eu sabia que estava suando frio, a quantidade de nervosismo que estou sentindo é inimaginável.

Por que estou nervosa? Não sei. Pode ser a proximidade do garoto extremamente fofo, adorável e lindo na minha frente? Pode. É? Provavelmente. É a primeira vez que fico tão próxima dele, sem contar os abraços de oi e tchau. Na verdade, acho que é a primeira vez que fico tão perto de um menino em geral.

Eu logo fiquei completamente em choque. Meu vizinho me rodeou com seus braços e minha reação foi apenas congelar. Ele apoiou seu queixo em minha cabeça e isso foi estranhamente bom. Ele tinha minha cintura todinha para ele, e eu apenas deixei. Por que não deixaria? Afinal, eu de alguma forma, estou gostando disso.

Gosto desse sentimento, não sei o que é, mas gosto. É bom não precisar retribuir o abraço e apenas se preocupar em se sentir confortável no aperto.

- Você sabe que jamais será um incômodo para mim. Por favor, fique, Kang Yari. - Eu senti minhas bochechas esquentarem, então resolvi esconder meu sorriso bobo no seu casaco.

- Então eu fico gatinho! - Sorri em sua direção e ele deu uns carinhos no topo da minha cabeça.

Ele logo me soltou e sorriu para mim. Me atrevo a dizer que é o sorriso mais perfeito que eu já vi. Eu senti meu coração palpitar forte, era possível escutá-lo do outro lado da sala. Me sentia mole, totalmente mole. Parecia que ia derreter ali mesmo.

Minha mão foi tomada pela dele, e logo me puxou para o sofá, iriamos assistir um filme que Niki e Kioko escolheram. Estavamos eu, Jungwon, Niki e Kioko, nessa ordem de direita para esquerda.

O filme era de romance, eu AMO filme de romance. Acho que isso é uma escapatória da realidade, para mim filmes românticos são apenas formas de me fazer viver em um mundo imaginário, onde eu tenho exatamente aquilo que a protagonista tem. Amor.

Desde de criança, eu sempre fui aquela menina que se apaixonava por qualquer garoto bonito apenas para ter alguma experiência do amor, nunca fui amada, e para mim agora está tudo bem. Não ligo tanto para isso no instante, sei que no mundo tenho outras preocupações, e amor no momento não é uma delas.

Antes, eu achava que o mundo girava em torno do amor, que se eu tivesse alguém para amar, nunca mais teria problemas. Eu era uma garotinha meio... Boba, mas fazer o que? No fundo todo mundo quer ser amado, pelo menos um pouquinho.

O filme já estava na metade, e quando olho para o lado, vejo Niki e Kioko se beijando, assim como no filme que passava na tv. E agora eu relembrei um pouquinho do porque era tão boba na infância. Por muito tempo meu maior sonho era ter um namorado, por isso ver eles se beijando fez meu coração doer um pouco.

Eu não consegui realizar esse sonho, e está tudo bem, pelo menos eles conseguiram.

Senti algo pesado no meu ombro, me virei minimamente e vi a cabecinha do Jungwon a descansar naquele local. Eu o coloquei deitado em meu colo para que ele tenha mais conforto, e assim vi sua face adormecida novamente. Sinceramente acho que não quero parar de o ver assim nunca, tão calmo e tranquilo. Isso me faz ter essas mesmas sensações de calma e tranquilidade. Amo o fato de ser próxima a ele agora, próxima o suficiente para não sentir vergonha em colocá-lo sobre meu colo. Acho incrível como toda essa amizade cresceu de um pote de cookies.

Toda essa felicidade que sinto, começou com um pote maravilhoso de cookie.

Eu realmente me sinto feliz quando estou com Jungwon, me sinto como eu e ninguém mais. E esse sentimento é um que não quero parar de sentir nunca, por isso também quero sempre estar perto de Jungwon, porque eu sei que enquanto eu estiver com ele, minha felicidade será garantida. Eu o admirava uma vez mais, mas agora, parecia que eu o admirava diferente das outras vezes, tinha algo diferente em meu olhar. Como sei disso? Porque é a primeira vez que o admiro, que meu olhar não está em seus lindos olhos, e sim em sua boca perfeita e avermelhada. Não sei o porquê de eu estar olhando para ela, mas eu realmente não consigo, por mais que eu tente olhar seus outros maravilhosos traços, hoje este está chamando muito a minha atenção.

De uma hora para outra, o filme não era mais ouvido, eu conseguia escutar apenas duas coisas: Meu coração batendo rápido, e a respiração do garoto na minha frente. Um sorriso rasteja pelos lábios quando o garoto se mexeu, e logo tomou por completo minha cintura outra vez. E eu não podia estar mais contente com esse acontecimento. Óbvio que estou morrendo de vergonha pois seus amigos estão aqui, mas estão muito ocupados em sua sessão de amassos para prestar atenção no menino angelical que acaba de me abraçar como se eu fosse o ursinho mais macio do mundo. Eu ri de leve e deixei minha mão tomar conta dos fios negros e macios do garoto.

Ele dormia tão bem, que até me deixou com sono

𝖣𝗈𝖼𝖾 𝖢𝗋𝖺𝗏𝗂𝗇𝖺 ☆ 𝖸. 𝖩𝗎𝗇𝗀𝗐𝗈𝗇,𝖾𝗇𝗁𝗒𝗉𝖾𝗇 ♡︎Onde histórias criam vida. Descubra agora