Complexo de Israel - Segundo ato. Degustação

Capítulo 56

— É ela?
Pergunto incrédula.

— Eu vou resolver isso, fica aqui por favor?

Ele sabia que eu estava puta, como assim essa mulher teve a audácia de bater em minha porta? Lyon me conhece muito bem, ele sabe que a minha vontade é de abrir a porta e tirar uma boa satisfação com ela.

— O que foi Lyon, tá com medo de que? Dela me ver ou de eu acabar com essazinha?

— Não viaja Majú... Não estou com medo de nada, só não quero seu desgaste.

— Lyonnnn, abre essa porta! A tal Hellen grita e começa a tocar a campainha.

Minha raiva só aumenta, por que essa louca vai acabar acordando meu filho.

— Resolve isso Lyon, antes que ela acorde meu filho!

Lyon vai até a porta e em um estalar de dedo abre e fecha a porta, tenho certeza que ele não queria que ela me visse e nem eu a conhecesse. Ouço a discussão dos dois, que ao invés de irem discutir a relação deles em casa, ficam na minha porta.

— O que você faz aqui? Lyon diz entre os dentes.

— A fofoca rola solta nessa comunidade Lyon... Eu já sei que ela chegou do seu “passeio” então não tem necessidade de você ficar mais tempo aqui.

— E desde quando você decide aonde eu vou ou deixo de ir e quanto tempo eu fico? Vamos embora que em casa conversamos!

Quando acho que enfim essa discussão toda vai acabar na minha porta, ela solta:

— Não! Já que estou aqui, quero conhecer a famosa Maria Júlia, vulgo Majú! Ou será, patroinha? Por que é assim que seus homens a chamam, mesmo vocês não estando mais juntos!

Bom, se ela quer me conhecer... Vamos as apresentações! Abro a porta ficando cara a cara com ela e Lyon.

— Quer me conhecer? Es me aqui! Digo olhando nos olhos dela. — Mas pensando bem, você já me conheceu lá no postinho quando seu compadre estava internado

— Ah é verdade, mas então você é a famosa Maria Júlia?

— Em carne e osso! Feliz que me conheceu? Agora saiam da minha porta antes que meu filho acorde!

— Satisfeita Hellen? Agora bora pra casa!! Lyon estava visivelmente irritado, mas a peste não arredava o pé da minha porta.

— Não estou satisfeita ainda Lyon... Agora quero conhecer o pequeno Leon, afinal, ele agora é meu enteado neh? Quero vê o filho do MEU marido! Ela enfatiza na parte MEU MARIDO.

Eu sou muito boazinha, pacífica até demais, mas se tem uma coisa que me deixa virada no samurai é quando tocam no nome do meu filho! Me aproximo dela e Lyon se põe entre nós duas, ele sabia que ela havia me tirado do sério.

— Majú... Ele me encara dando as costas a ela. — Eu vou resolver isso, juro! Por favor? Ele súplica para eu não iniciar um confusão maior. — Vamos porra! Ele grita com Hellen, mas a diaba não sai da minha porta.

— Já disse que não! Ela bate o pé me encarando.

— Só vou avisar uma única vez! Digo olhando em seus olhos. — Não se aproxime de mim outra vez, não se aproxime do meu filho, não toque no nome dele... Por que se uma dessas coisas acontecerem, eu vou acabar com você!!! Digo entre os dente.

— Não faço tudo isso que você disse, se você fizer a mesma coisa em relação ao MEU marido!!! FIQUE LONGE DELE!! Ela grita.

— ACABOU ESSA PORRA DE BRIGA!! Lyon grita e sai arrastando Hellen pelo braço com brutalidade.

Eu andava de um lado para o outro daquela sala, eu estava irritada, com raiva, com ódio daquela vaca. Quem ela pensa que é para vir aqui em casa? Quem ela pensa que é para tocar no nome do meu filho?