Capítulo 58

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Depois da briga daquelas loucas, os ânimos se acalmaram, tenho visto meu filho todos os dia, mas não tenho visto a Majú, ela sempre arruma um jeito de se afastar. Como dona Maria tem ficado com Leon de vez  em quando, Majú aproveita para fazer alguma coisa nesse horário que coincidentemente é no horário que vou ver meu filho, um dia foi fazer a unha, no outro o cabelo, ontem ela simplesmente se trancou no quarto e não saiu de lá por nada. Já Hellen, está mais calma, mas fica me escoltando que sei, se eu demorar 5 minutos a mais na casa da Majú ela me liga, lógico que eu não atendo, mas isso é desgastante.

Hoje era dia de cobranças e depois do que aconteceu com o irmão da Camila, meus homens não tem pena, até por que, se tiverem pena, vai ser eles que vão rodar.

— Da licença patrão... Juarez entra na minha sala.

— Diz aí, qual o b.o do dia? Já pergunto sabendo que boa coisa não é.

— Soraya tá aí querendo falar com o senhor.

— Ela disse o que quer? Estranho, ok que eu já comi ela uma vez, mas ela não é de me procurar.

— Só disse que é sobre a dívida do  irmão dela. Permito a entrada dela que já vem pra cima de mim.

— Lyon... Ela se aproxima envolvendo a mão ao redor do meu pescoço.

— O que tú quer?

— Soube que meu irmão te deve... Queria fazer um acordo com você...

— Que tipo de acordo?

— Eu pago a dívida dele, você escolhe a forma de pagamento. Ela se exibe, sei exatamente como ela quer pagar, mas vou fingir que não sei.

— Dinheiro! Dinheiro vivo! Digo encarando ela que ainda está grudada em meu pescoço.

— Dinheiro eu não tenho, mais posso pagar de outra forma. Ela desce sua mão pelo meu corpo e agarra no meu pau, solto um gemido involuntário, eu estava muito tempo sem sexo e já estava enlouquecendo.

Reviro os olhos, ela coloca a boca no meu ouvido e diz: Posso fazer um belo trabalho. Me arrepio dos pés a cabeça, não me julguem, a falta de sexo faz isso nos homens, mas a imagem de Majú vem a minha mente então eu tiro a mão dela do meu pau e quando me preparo para afasta-la, um furacão de 1.60 e de cabeleira loira entra na minha sala, vermelha de raiva.

— Você! Ela aponta para Soraya . — Vaza daqui agora! E você! Ela aponta pra mim. — Precisamos conversar!
Eta caralho, vem b.o aí! Penso.

Soraya a encara com desdém e olha pra mim como se tivesse me perguntando se era para ela sair, mais não dá nem tempo de responder. Majú agarra ela pelos cabelos e arrasta a mesma para fora da minha sala.

— Quando eu mandar sair, é pra você sair! Não é para olhar pro Lyon não!

— Me solta sua louca, você nem mulher dele é mais! Soraya grita tentando se soltar dos puxões de cabelo da Majú.

— E eu lá sou mulher de me garantir em homem? Independente de eu ser casada ou não com ele, se eu mandar sair, saia!!!
Majú joga a coitada para fora da boca. Eu fico com vontade de rir, ela fica mais gata ainda brava, mas meu sorriso some quando ela volta pra minha sala, com uma cara que ia me matar a qualquer momento e apoiando aos duas mãos na minha mesa e inclinando o corpo para ficar cara a cara comigo diz:

— Mantenha aquela puta longe de mim e do meu filho! Meu recado é pra você agora, se ela se aproximar de novo, o tapa que dei na cara dela agora vai ser cócegas para o que vou fazer com ela e no final eu vou embora do morro com meu filho. E se você quiser ver ele, terá que sair do morro também!! Escutou Daniel Barreto?

O mesmo furacão que entrou em minha sala, saiu!!

O que aquela filha da puta aprontou agora!! Me levanto correndo tentando alcançar a mandada, mas não consigo alcançá-la já que ela entra no carro de Marina e some.

Trepo na minha moto e parto direto pra casa, eu queria saber que porra de confusão foi essa. Os garotos são tudo fofoqueiro, mas quando é algo que me interessa some todo mundo.

Entro em casa virado no samurai e é quando me preparo para gritar que tomo o maior susto com o que vejo.

Hellen está com uma bolsa de gelo em sua bochecha esquerda, quando ela tira a bolsa de gelo é possível vê perfeitamente a marca dos cinco dedos da mão de Majú.

— O que você aprontou desta vez Hellen? Pergunto já mais calmo, não adiantaria eu me estressar, Majú tinha feito um belo trabalho.

— Aquela vagabunda me bateu Lyon! Olha o que ela fez com o meu rosto, olha bem!! Ela chora de soluçar.

— O que você fez? Eu sabia que Hellen tinha feito algo muito grave pra Majú ter essa atitude. Majú não é violenta, nunca foi.

— O que eu fiz? Vai defender aquelazinha? Eu fui a agredida! Ela berra.

— Para de drama e diz o que você aprontou?

Ela me dá as costas e sobe as escadas, me deixando sem resposta. Agora tenho certeza que o bagulho foi grave, por que se não ela teria me contado.

Passo um rádio para FM que é o fofoqueiro do morro e pergunto logo:

— FM diz aí, qual foi o k.ô das duas mandadas?

— Caralho chefe! A patroinha estava possuída! Ele diz rindo e eu fico mais curioso ainda.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora