Capítulo 62

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Lyon...

Quando FM me contou o que aconteceu, toda aquela calma foi embora.

— Eu vou matar aquela filha da puta! Falo em voz alta.

Eu falei para aquela vagabunda ficar longe do meu filho e da Majú, mais não, ela tinha que me desobedecer.

— FM prepara aquela casa que Camila morou, amanhã Hellen vai pra lá.

— Deixa comigo patrão! Ele desliga e eu subo as escadas atrás dela.

— Você é maluca ou o que? Abro a porta do quarto fazendo ela dá um pulo de susto.

— O que eu fiz? A sonsa tem a cara de pau de esconder as coisas de mim.

— Tú acha mesmo que eu não ia saber tudo que aconteceu no postinho? Aprende uma coisa Hellen, tudo nesse morro passa por mim, eu sei de tudo! Eu falei pra você ficar longe do meu filho e da Majú, você é teimosa e não me ouviu... Arruma as suas coisas, amanhã você vai se mudar!

Ela dá um pulo da cadeira e me encara incrédula.

— Vai me mandar embora do morro? Eu ... Eu não posso sair daqui! Ela gagueja assustada.

— Desta vez não vou te mandar embora do morro, mas da minha casa sim! FM já está preparando outra casa pra você!

— Tá me deixando Lyon? É isso? Esse era o pretexto que você queria neh? Eu saio amanhã e ela entra! Ela chora.

—  E eu lá sou homem de criar pretexto para acabar com um relacionamento?  Você vai embora daqui por que não me ouviu, eu te avisei pra ficar longe deles, você mexeu com meu filho porra!  Você está maluca?!

— Ele não estava doente Lyon, não prejudiquei ele em nada... Foi aquela vagabunda que foi fazer fofoca pra você neh?

Ouvir ela xingando Majú me fez perder o pouco de paciência que me restava e sem medir força dou um tapa na cara dela. Pronto, agora os dois lados vão ficar iguais. 

— Você me bateu? Ela está em choque.

Agarro ela pelos cabelos com força e grudando o rosto dela ao meu digo:

— É a última vez que vou falar com você... Fica longe do meu filho!  Se eu souber que você passou perto dele eu juro pra você que corto cada pedaço do seu corpo e jogo na baía de Guanabara!
Jogo ela na cama e saio do quarto, vou para o de hóspede.

...

Passei a noite no quarto de hóspede, levantei e fui direto pro banho. Estava de olhos fechados passando shampoo no cabelo quando sinto alguém me abraçar pelas costas, eu sei que é ela.

— Me desculpa! Juro que não me aproximo mais deles, só não me larga. Ela beija minhas costas e acaricia meu peitoral.

— Já está decidido Hellen, você vai pra outra casa hoje!

— Vou pra onde você quiser, mas não me deixa, eu não tenho ninguém aqui Lyon, não posso estar perto da minha mãe e do meu pai, perdi meus amigos, meu único emprego é aqui no morro... Eu só tenho você, por favor!

Fico em silêncio, o que ela diz é verdade e com certeza minha vontade era de manda-la embora daqui do morro, mas minha consciência não deixa.

Com o meu silêncio, Hellen desce sua mão pelo meu corpo chegando ao meu amigão e porra, fodeu! Não teve como resistir.

Saio de casa puto comigo mesmo, como pude ser tão fraco? Cai na lábia daquela enviada do cão.

Tento tirar o que aconteceu de manhã da minha cabeça trabalhando duro, faço a contabilidade, faço reunião com os gerentes de cada setor, ajudo a embalar drogas e quando estava me preparando para ir almoçar na pensão meu celular toca. Majú queria que eu fosse na casa dela, pra me chamar pode ter certeza que é b.o.

Ainda bem que não era b.o, mais fiquei surpreso em saber que meu filho não tem o meu nome, mas isso vamos resolver amanhã.

A filhote de pinscher me tonteia, sempre arranja um jeito de me estressar e depois de sair da casa dela puto, fui para pensão almoçar.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora