Vinho

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O bom de uma equipe de limpeza sempre vir e deixar a boate nós trinques era que o pessoal só fazia o básico do básico mesmo, o ruim era sempre aquela imensa quantidade de horas onde eles não faziam nada, mais por contrato tinham que estar na boate, isso gera muito tempo livre, e como diz o ditado: "mente vazia e oficina do diabo" então o pessoal jogava truco, dançava, brincava com o Mickey, dormia ou as vezes só ficava conversando mesmo, também tinha aqueles mais depravados, vulgo Cesar e Thiago que usavam os quartos para as próprias atividades, mas hoje tudo parecia até que muito bem Cesar tinha colocado uma musiquinha bem antiga e fofinha com uma vibe bem estados unidos da década de 40 "Put Your Head on My Shoulder - Paul Anka" mas era um cover cantado por uma mulher, viu Liz puxar Cesar do cubículo de vidro enquanto ele protestava, mais logo as mãos deles estavam no ombro um do outro e ele dançavam rindo da situação, Thiago arrastou a cadeira de Daniel e logo eles também dançavam de forma improvisada enquanto Joe gravava rindo muito, o casal meloso trocou uns beijinhos bem castos e riam da falta de jeito de Cesar em conduzir a amiga, Arthur escorado em Alex sorrindo bobo para as cenas, era bom ver ele sorrindo assim, passeou os olhos pelo salão e faltava alguém muito importante para compartilhar a cena adorável que acontecia no momento, e sabia exatamente onde ele estava.
Pegou seu maço de cigarros e viu que no curto período de tempo já tinha fumado quatro cigarros e estava com outro na boca, olhava o cinzeiro que tinha levado exclusivamente para fumar no telhado e ele já estava cheio, estava estressado e com muita raiva, a ligação de Rodolfo no dia anterior o deixava cada vez mais apreensivo, mesmo que não tivessem a localização de Arthur ainda podiam machucar ele e isso o aterrorizava terrivelmente.
- Sabia que estava aqui.
- Chris...
O vento bateu forte fazendo o cabelo voar de forma bem bonita aos olhos do americano, o gaúcho estava bem bonito naquele sobretudo preto, o cigarro na boca já estava na metade e ele parecia bem cansado mentalmente.
Lado a lado e respeitando o espaço pessoal do gaúcho Christopher observava a paisagem cinza de forma bem tranquila, podia sentir o olhar do mais alto sobre si enquanto apagava o cigarro no cinzeiro.
- As crianças estão se divertindo lá embaixo... não quer descer...?
- Não estou muito no clima pra diversão Gringo...
- Okay...pode me contar o por que?
Brulio olhou o americano e seu cansaço emocional e mental ficou ainda mais evidente aos olhos do sorridente gigante, se pudesse tiraria seja lá o que estivesse pensando na consciência do grandão, faria com prazer.
- Rodolfo...ele ligou outra vez ontem...eu sei que eles não sabem onde o Arthur está, mais a possibilidade me apavora pra caralho, se naquela época eu tivesse sido menos.... merda...o Arthur não iria procurar consolo nos braços do Lucio e consequentemente não cairia na armadilha daquele arrombado...toda essa bagunça...eu culpa minha...
- Não tem como mudah o passado Sweetheart, se eu pudesse já tinha mudado o meu...e eu fiz muita coisa que me arrependo...mas eu mudei...e você mudar também, então fiquei orgulhoso disso.
"Sweetheart" esse era um apelidinho bem bosta e sem moral nenhuma...bem... melhor que gatinho, olhou pro lado novamente e os olhos escuros o encaravam bastante sérios mal podia manter a compostura, aquele olhar o destruía totalmente a que ponto tinha chegado? Ele que botava medo em todas as pessoas da sua cidade, que na juventude fez assaltos incríveis nas estradas usando sua Primeira moto, que quebrava a galera na porrada dentro do suvaco seco, agora não conseguia sustentar o olhar por 15 segundos com um gringo que conhecia a um mês e pouco e que agora era o pensamento mais recorrente da sua cabeça.
- Meus meninos tem razão...seu cabelo é muito bonito...
Outro elogio solto do nada, não conseguia entender aquele homem, não sabia como agir com ele, sentiu as bochechas esquentarem e fugiu novamente simplesmente não conseguia lidar com Christopher, já tinha aceitado a atração que sentia e estava quase enlouquecendo de curiosidade, pela primeira vez em anos da sua vida precisou se aliviar usando a masturbação, se sentia derrotado e com orgulho ferido, mas ainda sim, queria tanto ir pra cama com o gringo estava quase ficando de joelhos e implorando pra transar com ele, nunca se imaginou em uma situação mais humilhante.
Ele era muito adorável, sua falta de experiência o fazia um vinho raro e terrivelmente saboroso de se provar, mais como todo bom vinho tem que ser apreciado devagar! O problema era que o gaúcho era tão ridiculamente doce e convidativo que estava deixando ele insano, não queria machucar o pobre coitado, seria muita crueldade só transar com ele e duvidava bastante que só uma vez lhe satisfaria totalmente, afinal ninguém toma uma única taça de vinho.
A música ainda tocava e era possível ouvi-la bem baixinho, tinha que distrair o grandão de alguma forma, deu um paço na direção da montanha de músculos e o viu dar outro pra trás, deixou uma risadinha escapar enquanto mantinha os olhos grudados no amigo.
- Não vou te atacar.
O gaúcho engoliu a saliva vendo o sorridente continuar vivendo na sua direção, mão mecânica na sua cintura enquanto a normal segurava um das suas, virou um pimentão automáticamente.
- O-o que?
- As crianças estão dançando lá embaixo... podemos fazer o mesmo aqui...
Encaixando os quadris de forma firme o americano olhava pra cima bastante confiante e com um sorriso no rosto.
- Eu não...
- Eu te mostro como faz...
Conduzindo gentilmente o mais alto numa dança em que eles mal saíram do lugar o americano encostou a cabeça no peitoral definido do barbado ouvindo os batimentos cardíacos dispararem loucamente enquanto a música tocava bem baixinha, quase inaudível ao fundo.
"Put your head on my shoulder
Whisper in my ear, baby
Words I want to hear
Tell me, tell me that you love me too (tell me that you love me too)
Put your head on my shoulder
Whisper in my ear, baby
Words I want to hear, baby
Put your head on my shoulder"
Brulio estava tentando um surto, sentia as pernas ficarem bambas e tinha as pupilas dilatadas, não sabia o que fazer, Christopher olhou pra cima enquanto o instrumental da música acabava ainda sorrindo meigo na sua direção e então lhe deu um beijinho doce o fazendo quase desmaiar, sentia o coração disparado no peito, a cintura foi liberada e sentia a mão ser solta devagar, não queria isso, não queria se separar do americano, será que estaria muito encrencado novamente se tomasse uma iniciativa agora?
Ele não queria soltar a sua mão e parecia a beira de um ataque de Pânico, talvez tivesse e exagerado no seus galanteios de hoje, iria se desculpar quando sentiu seus lábios serem tomados mais uma vez.
Iria morrer, definitivamente iria morrer o coração batia tão forte que jurava que estava tendo um infarto, seu beijo foi muito bem recebido e correspondido, o jeito que a língua do americano dominava a sua era delicioso, a mão grande se enfiando dentro do seu cabelo lhe davam arrepios e o perfume dele era tão terrivelmente gostoso não se aguentaria de pé por mais muito tempo.
Era difícil recusar os beijos dele, algo no gaúcho era tentador de mais para ser recusado, o sabor da nicotina se espalhando pela sua boca e os fios sedosos entre os seus dedos, Juntos com os pequenos suspiros que ele deixava escapar sem perceber, estava louco por ele.
Se separaram ofegantes e Brulio estava terrivelmente vermelho e adorávelmente tentador com aquela expressão pidona, tinha que se controlar ou poderia estragar tudo, sorriu em direção ao Gaudério outra vez, porém desta realmente soltou sua mão da dele e simplesmente saiu deixando o gaúcho com cara de cachorro que se perdeu da mudança, nas escadas que davam acesso ao andar dos quartos parou um instante sentindo as bochechas esquentarem levemente e o coração um pouco mais acelerado, o gaúcho realmente mexia com ele.
- Faltam poucos dias pro natal, isso quer dizer... FÉRIAS!!
- Uma semana sem trabalhar não é ferias Thiago.
- A gente não trabalha nesses feriados?
- Graças a Deus não Arthur! Ninguém merece ver piroca velha e mucha no dia que era pra estar feliz com a família.
- São os únicos dias que eu quero ver e peru na mesa e não na minha cara.
- Puta que pariu Thiago....
Liz estava quase desistindo da conversa, Joe estava vermelho de tanto dar risada do lado de Cesar, e nenhum deles imaginava o que estava acontecendo no camarim do casula.
- Por que me chamou aqui Alex?
- Qual seu problema Daniel?
Mesmo de cócoras o negro parecia gigante comparado a ele, os olhos chocolate focando nas suas reações, óculos na ponta do nariz e o moletom verde musgo enorme que cobria todo o seu torço o deixavam com a cara de criança bem aparente, Alex era tão bonito que estava afetando seus sensos de forma estranha.
- Desculpa Alex eu não tô te entendendo...
- Qual seu problema? Sério? Suas atitudes são bizarras meu amigo.
- Como assim???
- Daniel... não se faça de idiota...você sabe muito bem do que eu estou falando.
Alex puto era intimidador, ele o pai e o irmão tinham essa característica bem parecida, mais no momento o casula não parecia realmente puto, talvez meio desapontado?
- É sério eu não tô te entendendo...
- OK...vou falar pausadamente pra você entender...POR. QUE. VOCÊ. BEIJOU. O. ARTHUR?
Sentiu o suor descer pela têmpora e engoliu a saliva, estava muito encrencado e sabia bem disso.
- Eu só queria distrair ele um pouco...
- Jura? Não foi porque você queria que a gente brigasse para abrir território pra você tentar me conquistar?
Daniel travou no lugar, não movia um músculo e estava a beira de um desmaio, os olhos dilataram enquanto ele encarava o mais novo e pedia a todos os deuses que conhecia para que o casula não percebesse seu nervosismo.
- Seu Silêncio já me confirma...
- C-como? Como você sabe que eu beijei o Arthur?
- Ele me disse... nosso relacionamento e baseado na honestidade e amor, ele não esconderia isso.
- Ele pode ter mentido...
- Há! Realmente você é inacreditável, não consegue admitir que está errado...
- Alex...
- Orgulhoso, manipulador, e cruel.... Eu tenho realmente algo por pessoas que me colocariam em relacionamento abusivo....tal mãe tal filho mesmo...
- Alex...me desculpa...eu não faço mais...
Alex olhou meio puto meio desacreditado, média o ruivo de cima a baixo balançando a cabeça negativamente.
- Não faz mais o que? Usa meu namorado pra me atingir? Ou você diz tentar fazer com que eu volte a ser aquele cachorrinho satisfeito com qualquer migalha de atenção que você me dava?
- E-eu sinto muito por aquilo Alex....eu mudei...eu juro...
- Eu sei que você mudou... só não foi pra melhor...eu te amava Daniel, eu faria de tudo por você, era só você pedir, eu estava disposto a aceitar todo seu ódio e rancor se fosse pra te ver sorrindo, mas nem admitir que você gostava de mim você teve coragem.
Daniel colocou a mão na boca, seu estômago revirou com todas as forças, Alex sabia, ele sabia e aceitou cada insulto, cada soco, cada olhar cruel e piadinha infame enquanto sorria, teve nojo de si mesmo.
- Você... Sabia....?
- Sempre soube...mas eu fui paciente, achei que você precisava de um tempo...precisava se entender...mas no fim...você só foi covarde mesmo, sinto muito se não pude ser seu príncipe encantado Daniel, eu queria muito ter quebrado essa maldição que colocaram em você que te impede de amar, eu sinto muito mesmo....
Alex estava tão enganado e tão certo ao mesmo tempo, morria de medo do Amor, mas estava desesperado para provar um pouco dele.
- Agora vamos acabar com isso...eu vou pegar o beijo do Arthur de volta, e antes de você distorcer isso também, eu pedi permissão para o meu namorado.
Daniel ia perguntar do que o mais novo estava falando quando o viu ficar na sua altura e avançar na sua direção muito rápido o fazendo travar no lugar.
Os lábios de Alex finalmente tocaram os seus e eles eram doces e macios, o calor da língua dele dentro da sua boca era surreal o jeito com que a língua dele dançava na sua boca o deixava desesperado, usou as mãos para segurar o moletom e sentiu a mão dele na sua nuca, estava nas nuvens, sentiu o mais novo se afastar soltando suas mãos com delicadeza e ficando em pé novamente.
- Todos os Beijos do Arthur são meus, só peguei o que era meu por direto.
- Alex espera...
Daniel segurou a mão do mais novo que estava de costas pronto para abrir a porta e sair, queria muito se desculpar mais uma vez mesmo que em vão, mas isso não foi uma boa ideia.
- Me larga...
O ódio transbordando na voz do casula era bizarro.... aquele.... não era Alex....
- Alex?
Daniel foi dando ré com a cadeira enquanto Alex se virava igualzinho a um assassino, olhos focados no ruivo transbordando maldade.
- Alex não tá aqui agora, eu sou o Ricardo...
- Alex?... Ricardo?
Daniel engoliu a saliva se sentia terrivelmente ameaçado e sabia que tinha algo muito errado com o mais novo, mas não conseguia entender bem o que era.
- Você só machuca ele...só machuca a gente... por que?...... POR QUE???
batendo a mão na parede contudo Ricardo se aproximou do Barman que olhava meio desesperado e bem assustado, viu o negro se abaixar e segurar os encaixes das rodas na cadeira com tanta força que uma até afundou um pouco, os olhos chocolate fixos no seus a centímetros de distância.
- Você esmagou nosso coração, destruiu nossas espectativas e quando finalmente nos estamos felizes, você descobre que gostava da gente...Alex só não tá mais triste porque o Arthur ama ele, eu também amo ele, eu não preciso aparecer quando o Arthur tá por perto, porque ele faz o Alex se sentir seguro e amado.
- Ricardo....eu não sei o que tá acontecendo... mais eu sinto muito mesmo....
- Sempre pedindo desculpas, mais nunca mudando de verdade, o Alex e bonzinho, mais ele se sente muito idiota perto de você.
- Ricardo...trás o Alex de volta, eu queria esclarecer algumas coisas.
- Esclarecer? Você nunca se importou com a gente, não sabe nada do Alex, não sabe nem porque eu existo.
Daniel estava sério olhando nos olhos chocolates, era totalmente diferente dos gentis que sempre o observavam, aqueles ali eram pura maldade.
- Então me conta, eu escuto!
- Não, o Alex não quer que você sinta pena dele, isso acabaria com ele, qualquer coisa que você faz deixa ele mal, e ele aguentou isso sozinho, até conhecer o Arthur, você deveria sumir....
Sentiu a mão grande do seu pescoço e a passagem do ar parar de acontecer, estava muito assustado até para gritar, num ato de desespero deu um tapa estalado no rosto do negro fazendo ele piscar algumas pessoas vezes e libera-lo se levantando e indo pra trás  assustadissimo e com lágrimas nós olhos.
- Daniel? Você tá bem? Eu te machuquei?
- Alex? Alex e você mesmo?
Esfregando o pescoço um pouco assustado e bem confuso o ruivo olhava o mais alto que queria chorar.
- Eu perdi o controle...eu quase te machuquei de verdade...meu deus...me perdoa Daniel...
- O que foi isso?
Alex olhou para Daniel, ele era o único que não sabia do seu passado e preferia assim não queria a pena do ruivo, mas também não iria mentir para ele, acabou escolhendo a coisa mais simples de explicar.
- Eu tenho PID, mas estava controlando o Ricardo nunca veio tão agressivo, eu sinto muito...
- Você tá melhor agora?
- Na verdade não, minha cabeça tá doendo muito, me leva pro meu pai...
A voz manhosa e gentil junto com o olhar doce novamente, olhar pra ele era como levar um tiro no coração.
Daniel não entendeu nada mas agora tentaria ser mais honesto com Alex e torcia para nunca mais ter que encontrar Ricardo na vida,  assim que chegaram no salão Alex correu para o pai que conversava com Cesar, e ambos perceberam na hora que tinha coisa errada.
- Father...i think i need my pills
A frase saiu bem chorosa, Cesar foi correndo até o carro e como de costume, tanto seus remédios quanto os de Alex estavam no porta luvas.
O dançarino engoliu os remédios meio triste, Arthur segurava sua mão e isso fez tudo ficar melhor, agradecia muito por tê-lo como namorado.
Daniel estava péssimo! Mais uma vez uma atitude que ele tinha tomado era motivo de sofrimento para o cara que ele gostava, começou a perceber o porquê do casula ter escolhido o Abutre.
O dia seguiu normal, Alex meio mole e um pouco dengoso por causa dos remédios mais nada muito grave.
Enquanto isso no outro extremo da cidade de SP uma casa alugada estava terrivelmente imunda e cheia de marmanjos carecas e mal humorados.
- INCOMPETENTES! É ISSO QUE VOCÊS SÃO!
- Calma seu Rodolfo, nos vamos achar a bichinha.
- Não me peça calma moleque, nós temos uma chance de ouro aqui, Arthur tá longe do pai e em uma cidade nova Sozinho, não podemos perder essa chance.
- Não se preocupe, dei com ele uma vez, vamos conseguir achar novamente.
- E bom mesmo.
Os assombrados acharam que seria fácil achar o Abutre, mas só o bairro que eles estavam em Guarulhos era maior que sua cidade quase inteira, o local era um dos bairros mais perigosos da cidade então eles estavam pintando e bordando fazendo assaltos e assustando a população já tão carente, e a alguns dias tiveram uma discussão com alguns traficantes que resultou em um tiroteio, nenhum inocente foi ferido, mas ainda sim era só um aviso de que ficar ali era perigoso, tinham que achar o Abutre o mais rápido possível, mas seus planos seriam ainda mais frustrados por causa do fim do ano.
Na boate o pessoal se preparava para abrir, Alex depois de anos precisou do colo do pai então estava agarrado nele com uma carinha bem jururu.
- Eu não gosto de ficar assim...
- Eu sei filho, mas você precisou dos remédios...deve estar muito estressado...a gente pode viajar no fim do ano se você quiser...
A palavra viagem ecoou pelo salão e então geral foi se aproximando meio sorrateiramente meio que na surdina, quando Chris olhou em volta levantou sua única sobrancelha questionando o porquê estava no meio de uma rodinha de olhinhos brilhando.
- Uma viagem em grupo seria legal.... né meninos?
- Liz-senpai tem razão... podemos fazer algo legal juntos.
Chris entendeu o porquê estar no meio da rodinha e suspirou bem profundamente olhando pro teto.
- Pra onde vocês querem ir?
E virou uma confusão, os Gaudérios que estavam mais ao longe conversando felizes viram a feira que estava acontecendo e a curiosidade começou a cutucar ambos.
- Vocês viajam sempre?
Arthur se enfiou na rodinha indo até Alex e puxando ele para seu abraço, atitude muito bem recebida diga-se de passagem.
- Não sempre, mas seria legal viajar com você e o seu Brulio, já que você é novo e o seu pai está só de passagem por aqui.
Daniel estava melhor agora, menos assustado e também tinha entendido algumas coisas sobre os Cohen que antes não imaginava, mas ainda desconhecia o passado de Alex.
- Mas não custa muito dinheiro levar quase 10 pessoas em uma viagem?
- Depende do lugar...pra onde vocês querem ir?
Todo mundo ficou em silêncio meio pensando em possibilidades e então do meio do silêncio os dois irmãos soltaram empolgados ao mesmo tempo.
- New York!!!
- New York!!!
Chris sorriu e todo mundo olhou bem confuso, até Thiago embora ele soubesse mais ou menos o porquê os irmãos querem ir para o lar da estátua da liberdade.
- Por que nova York?
Os irmãos olharam para Liz desacreditados, como se a resposta fosse tão óbvia quanto a luz do dia.
- A Broadway.
Agora as coisas faziam mais sentido, era óbvio que os irmãos iriam passar os dias de folga indo ver músicas e tomar café com bagels afinal os Cohen tem seu lado judeu, mesmo que ninguém ali siga uma religião.
- Seria legal mas eu e o meu pai não temos passaporte.
Chris mudou em menos de cinco segundos, uma viagem com o Gaudério parecia algo bem interessante de se fazer, isso, poderia investir mais se ele estivesse sem tanta coisa na cabeça.
- Resolvo isso em 15 minutos Menino.
A troca de atitude foi bem notável, mas nada muito grave aos olhos de todos, porém sinceramente ninguém queria ir pra fora do país.
- Por que a gente não vai pro interior? Tipo cachoeira?
- Alô? Cadeirante...

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