Filhos

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A moça recebeu a entrega sem nem olhar na sua cara direto, olho no app e pelo menos tinha ganhado uma gorjetinha, montou na sua moto e foi para o local da próxima entrega.

São Paulo era muito melhor que Carpazinha em alguns aspectos, tinham mais baladas e oportunidades de emprego, olhou pro lado e o MASP era um ponto de referência quase inconfundível, assim como a poluição do ar na cidade.

Por mais que a cidade grande seja algo incrível de se experimentar tinha algo do qual sentia muita falta, em SP ninguém tinha medo dele, em Carpazinha as pessoas atravessavam a rua se o vissem e se não conseguissem já iam entregando o celular e a carteira, sentia falta da sensação de poder.

Lucio chegou no local da próxima entrega e o rapaz já o esperava na porta e o indivíduo era claramente LGBT, e isso era bem visível até porque tinha uma bandeira enorme do arco-íris na frente da casa, Lucio engoliu a saliva e entregou a marmita sem nem olhar pro rapaz, estava se questionando muito nós últimos tempos, ou melhor, nos últimos anos.

Ele era o mais bonito da gangue, não tinha dúvidas ali, e foi justamente por isso que seu Rodolfo o escolheu para seduzir o gaudério mais novo no começo achou uma péssima ideia mas acabou cedendo, Arthur caiu fácil na sua lábia ele era inocente e um rapaz genuinamente gentil, o sonho de ser médico ou veterinário já era uma prova disso.

Passou meses com Arthur montando uma ilusão perfeita para o pobre rapaz, o fato de ser mais velho também ajudava a influenciar o dono dos olhos lindos, se Arthur não fosse um gaudério torceria pela felicidade do bom rapaz, mais infelizmente o nojo pelos abutres era muito grande.

O primeiro beijo foi bastante.... estranho.... nunca tinha pensado em beijar um homem mas aquele beijo era com toda certeza o melhor que já tinha recebido o sorriso que ele deu na sua direção quando se separaram o fez perceber algumas coisas sobre si mesmo.

Quando Rodolfo perguntava sobre como as coisas estavam indo entre ele e o mais novo ele honestamente omitia fatos, até porque era muito humilhante ter que falar que dar o cu pro gaudério abutre era com toda a certeza o melhor sexo que já tinha feito, nenhum dos membros dos Assombrados sabe que ele era o passivo da relação até hoje.

Arthur era um rapaz de ouro realmente, o incentivava nós estudos e acreditava no seu potencial, ainda acredita pelo jeito que falou na farmácia aquele dia, coisa que nem Lucio conseguia fazer.

Chegou em casa e Raphael brigava com Kauã por algum motivo, seu Rodolfo ainda estava no trabalho e Kaike parecia ainda estar fazendo entregas, Lorenzo e Juliano também ainda pareciam estar trabalhando, foi pro quarto e se deitou na beliche olhando as madeiras da cama de cima, e pela primeira vez em muitos anos, se questionou sobre o que Arthur estarei fazendo agora.

- Me beija outra vez?

- Eu te dou quantos beijos você quiser.

Arthur estava nas nuvens, mas provavelmente levaria uma surra do pai se não voltasse pra casa, estava a literalmente uma semana no Noivo e estava mais feliz que sapo no brejo nunca mais queria estar longe de Alex na sua vida, foi uma das piores experiências que já teve emocionalmente.

Apoiado no balcão sem camisa e abraçado com o amor da sua vida Alex estava tão feliz que parecia estar flutuando, Arthur era quentinho e firme, a diferença de altura era tão adorável que parecia feita só pra eles.

O celular de Alex tocou enquanto eles se beijavam mais uma vez e muito a contra gosto de separaram para o mais novo atender.

- Alô.

- Alex? Nossa mano tô tentando falar com você desde ontem.

- Eu....tava ocupado...

Alex olhou pra Arthur que lê sorria maldoso e exibindo alguns chupões no pescoço, eles realmente estavam muito ocupados na noite anterior.

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