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Pov Maraisa

- Maraisa, presta atenção - Bruno me chuta por baixo da mesa.

- Precisamos de ideias para a matéria destaque do jornal - Minha chefe fala para todos da sala - A matéria que vai ficar na capa.

- Podemos falar sobre como as empresas agro estão tomando conta da grande região de fazendas - Bruno fala alto - E de como pessoas estão perdendo terras com isso.

- Principalmente a grande família Mendonça - Falo irônica - São os pior-

- Podemos falar deles - Ela fala me olhando - Daria uma ótima manchete.

- O quê? Eu estava brincando.

Ela se afasta de mim e anota alguma coisa no seu computador, sorrindo por ter a matéria da semana. Bufo irritada, já que eu sou a responsável pela responsável pelas matérias principais do jornal. Se já não bastasse eu ter que vir trabalhar hoje, tive milhares de reuniões e tenho inúmeras matérias para lançar.

- Eu quero no mínimo três entrevistas com algum Mendonça - Ela fala me entregando as suas anotações - Além de números, dados, estatísticas, eu anotei tudo aí para você, Maraisa.

- O Bruno pode fazer para você - Falo me virando na direção do meu amigo, mas quando eu viro a cadeira ele já saiu da sala - Merda.

Minha chefe dá dois tapinhas no meu ombro e saí da sala, me deixando com vontade de bater a minha cabeça na parede. Odeio os Mendonças, não quero escrever sobre eles, ou sobre os seus serviços sujos, mas não posso dizer que não vou fazer, tenho um filho em casa, além das inúmeras despesas que eu tenho por mês, não posso simplesmente abrir mão assim. O maior problema é aonde vou arranjar as entrevistas, até que eu lembro as únicas Mendonças que eu conheço.

- Merda, merda, merda, merda.

Não quero ter que pedir ajuda delas, mas é a única saída que eu tenho e eu preciso ter destaque nessa empresa, nem que seja uma vez. Duas a uma, ou eu falo que não consigo fazer a matéria e levo um esporro, ou eu entrevisto as únicas Mendonças que eu conheço, honestamente eu prefiro levar o esporro. Pego meu celular e vejo se Maiara mandou mensagem, já que ela está com meu pequeno, mas nada, deve estar tudo bem.

- Não acredito que eu vou ter que fazer isso.

Respiro fundo e crio coragem, para ir atrás da loira do hospital, antes de ir falar com Luísa. Saio do meu serviço e vou direto para o hospital, desejando mentalmente que Marília esteja lá. Chego no hospital e uma multidão de crianças me atropela, correndo em uma direção só, me deixando confusa.

- O que está acontecendo? - Pergunto para a enfermeira que passa.

- Eles vieram ver a doutora Marília - Ela dá de ombros.

- Ah...

Vou na direção deles e vejo Marília se aproximando dos pequenos, que abraçam seu corpo, beijam a sua bocheca, eles parecem gostar muito dela. Presto atenção no jeito da loira, ela não parece ser tão ruim assim, o seu jeito de cuidar dos pequenos, o jeito que eles tratam ela, Marília não parece ser uma pessoa ruim, mas essas são as piores. Me aproximo dela e quando a loira me vê, se levanta na minha altura, sem entender porque eu estou aqui.

- Eu posso te ajudar, Maraisa?

- Podemos conversar? - Pergunto rapidamente.

- Podemos...

Nós afastamos das crianças e os pequenos parecem bravos e raivosos que eu peguei a atenção da médica deles.

- Aconteceu alguma coisa com o Léo? - Ela pergunta preocupada - Ele está bem?

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora