38.

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Pov Maraisa

- E vocês vão contar para o Léo quando? - Maiara pergunta comendo a minha comida.

- Quando você parar de comer a minha comida - Falo nervosa e puxo o prato dela - Eu tenho que me alimentar por dois.

- Ah você não vai dividir comigo? - Ela pergunta rindo.

- Não.

- Ela está grávida, amor - Luísa fala beijando a bochecha da sua namorada.

- Eu só queria um pouco - Maiara resmunga nervosa - Não custa nada.

Maiara me olha brava e Luísa começa a rir do jeito da sua mulher e eu apenas dou de ombros. Marília percebe o drama da sua cunhada e entrega um dos bolinhos que ela está fazendo para a minha irmã.

- Toma - Marília entrega um bolinho para Maiara - Para você.

- Eu quero bolinho também - Puxo a minha noiva - Por que você deu para ela e não para mim?

Marília revira os olhos e pega mais um bolinho da bandeija, colocando na minha frente. Maiara veio passar a tarde comigo e com a minha noiva,  aproveitando que ela veio trazer o Léo.

- Não planejamos ainda - Marília fala olhando para o pequeno que está assistindo desenho na sala - Estávamos pensando em descobrir primeiro o sexo do bebê.

- Menina, certeza - Maiara fala animada - Vou ser tia de um casal.

- Eu não sei - Dou de ombros - Não faço ideia, na verdade.

Minha noiva beija a minha cabeça e se afasta, para atender o seu telefone. Depois que fizemos o teste, parece que algo aconteceu e seu celular não para de tocar por nenhum segundo, me deixando irritada por não saber o que é. Termino de comer e coloco o prato de lado, indo ficar com Léo na sala. Sento do seu lado e ele engatinha até meu colo.

- Mamãe... eu não quero mais usar ele - Léo fala mostrando seu gesso - O Léo cansou dele.

- Falta só alguns dias para você poder tirar - Falo beijando a sua cabeça.

- É... mas e se eu quiser ele de volta, mamãe?

- É só se você se machucar de novo - Explico para ele - Não é igual a sua roupinha, é só caso o Léo ficar dodoi de novo.

- Mas o Léo não quer ficar dodoi.

- Não vai ficar, tá bom?

- Tá...

Marília aparece na sala, com uma cara nada boa e se aproxima de nós dois.

- Aconteceu um problema no hospital - Minha noiva fala me olhando - Vou precisar ir até lá, é só assinar alguns papéis e eu volto para casa.

- Posso ir também, mamãe? - Léo pergunta se levantando.

- Pode, Léo... - Ela concorda com a cabeça e nosso filho saí correndo para ir se trocar.

Marília se aproxima de mim e senta na minha frente, selando nossos lábios.

- O que aconteceu, amor? - Pergunto me aproximando mais dela.

- Tenho que assinar a demissão do Gustavo e procurar outro médico para colocar no seu lugar - Ela dá de ombros - Ele era um dos médicos mais importantes do hospital, a gente não pode deixar esse buraco.

- Você quer que eu vá junto?

- Não precisa... é rápido, sempre temos residentes que estão sendo preparados, eu vou resolver isso e volto.

Concordo com a cabeça e deixo um selinho longo na sua boca. Marília sobe as mãos para o meu rosto e junta nossos lábios, passando sua língua para dentro da minha boca, chupando meu lábio inferior.

- Eu odeio quando você faz isso - Falo afastando ela.

- Fazer o que?

- Me beijar assim.

Ela volta a me beijar e eu me inclino mas na sua direção, sentindo as suas mãos descerem mais para as minhas pernas.

- Tem criança na casa - Luísa fala entrando na sala - E uma na barriga, vocês deveriam largar de ser pervertidas.

- E você deveria deixar de ser chata - Marília fala para a sua irmã - Eu só estou beijando a minha noiva.

- Engolindo a sua noiva - Luísa corrige a sua irmã.

- Pelo menos alguém aqui é noiva - Maiara fala sentando no sofá - Já que eu vou morrer sendo namorada.

- Amor... - Luísa resmunga olhando para Maiara.

- Isso que dá se meter no beijo alheio - Minha noiva fala selando nossos lábios - Só causa problemas.

Marília levanta do sofá e Léo desce correndo até os braços da sua mãe, animado para ir com ela até o hospital. Mesmo querendo ele aqui comigo, sei que ele se diverte mais quando saí com Marília para o hospital, principalmente porque aqui comigo, só iríamos assistir filme e falar da vida dos outros, nada além disso.

- Mara, posso ir com seu carro? - Marília pergunta colocando a blusa de frio no Léo - O meu tá sem gasolina.

- Pode, amor....

Pela noite fria, os dois estão bem agasalhados, quase nem dá para ver os seus rostos. Os dois se despedem de nós três e saiem, me deixando sozinha com a minha irmã e cunhada.

///

- Mai... o filme acabou - Luísa fala cutucando a sua namorada que está dormindo nós seus braços - Vamos para casa, já está tarde.

- Já acabou? - Maiara pergunta coçando os olhos.

- Já, amor...

As duas levantam para ir embora e se despedem de mim. Quando as duas saí, eu subo para tomar um banho longo e demorado, aproveitando que estou sozinha em casa. Deixo a água quente cair sobre meus olhos e passo as mãos na minha barriga, que está levemente pontuda. O que mais me deixa emocionada, é pensar que tudo que eu estou passando, é porque eu dei uma chance para o amor, que é a minha mulher, porque eu sei que se não fosse ela segurando as minhas mãos, eu não iria estar realizando um terço do que consegui até agora.

Em pensar que meses atrás, eu não pretendia me casar, já tinha acostumado com a ideia de nunca engravidar e estava pronta para ser mãe solteira a minha vida inteira, tentando ser o melhor para o Léo o tempo inteiro, até que uma loira teimosa entrou na minha vida e virou tudo de ponta cabeça, mostrando que nada dos meus planos iriam seguir a diante, que a minha vida ia tomar outro rumo, que meu futuro seria mil vezes melhor.

Quando estou ainda no banho, sinto um cheiro de queimado e eu saio do quarto. Meu coração acelera quando eu vejo a fumaça cobrindo meu quarto, acho estranho de imediato e coloco qualquer roupa, descendo para ver se eu deixei algum fogo ligado. Mas isso não é o pior de tudo. A casa está incendiada, tento ir até a porta, mas o tapete está pegando fogo, o calor sufoca, a fumaça não me permite respirar. Começo é tucir dessesperada e tento subir para o andar de cima, mesmo com o fogo e a fumaça tirando aos poucos meus sentidos. Subo para o meu quarto e quando vou me aproximar da janela, uma garrafa com fogo é arremessada para dentro da minha janela, fazendo o tapete do quarto pegar fogo e subir para as cortinas, me dando zero possibilidades de sair.

Começo a tossir e sinto a fumaça entrando dentro do meu pulmão, o calor é tão grande, que eu sinto meu corpo parando seus movimentos. Tento voltar para a saída, mas meu corpo perde todos os sentidos e eu desmaio devido a fumaça tóxica.

A única coisa que eu faço antes de sentir o apagão, é proteger a minha barriga ao entrar em contato com o chão de madeira do corredor.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora