6.

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Pov Maraisa

- Quer remédio? - Bruno pergunta estendendo o remédio na minha direção.

- Não, eu só quero que você me mate - Peço para ele - E me enterre, para eu nunca mais ter que olhar na cara dela de novo.

- Você não fez nada de errado.

- Eu não sei o que eu fiz - Falo irritada - Eu não lembro de nada depois do quarto copo de cerveja, nem sei como eu vim parar em casa.

- Ela te trouxe, mamãe... - Léo fala me olhando - E falou comigo.

Achei que ele não estava prestando atenção na nossa conversa por estar brincando no tapete, mas vejo que sim, ele está totalmente ligado no que está acontecendo ao seu redor. Me aproximo do pequeno e sento na sua frente, fazendo ele me olhar e sorrir para mim.

- O que ela te falou, Léo?

- Que vai vir me ver - Ele dá de ombros.

- Você gostou dela, não é?

- É...

Léo se aproxima mais de mim e senta no meu colo, brincando com os seus brinquedos em cima de mim. Minha cabeça está insuportável do tanto que está doendo, mas eu continuo brincando ali com meu pequeno, até que meu celular começa tocar e eu reconheço o número, é Marília.

- Oi, Marília...

- Oi, eu queria saber se você está bem - Ela fala preocupada - Ontem você não estava muito... bem.

- Eu estou bem - Sorrio fraco - Só dor de cabeça e ressaca.

Ela solta uma risadinha do outro lado da chamada, fazendo eu sorrir com isso. Léo me olha curioso para saber quem é, como se esperando que Marília ligasse para ele.

- É ela, mamãe? - Ele pergunta se levantando.

- É... você quer falar com ela?

Léo concorda com a cabeça e eu entrego meu celular nas suas mãos, fazendo meu pequeno sentar no chão e sorrir com a voz de Marília.

- Você não vai vir hoje? - Ele pergunta rapidamente - Você disse que ia vim.

- Léo... ela deve estar trabalhando.

- Pode vim sim - Ele fala afastando as minhas mãos - Ver o Léo.

Tiro meu celular das suas mãos e coloco no meu ouvido, fazendo ele me olhar magoado e sair andando para o seu quarto.

- Desculpa, Marília - Falo devagar - Você é ocup-

- Eu posso ir? - Ela pergunta rapidamente - Eu... queria ver ele.

- Pode... se você quiser... pode.

Ela agradece pela chamada e avisa que vai vir para o meu apartamento. Vou até o Léo no seu quarto e ele está deitado na sua cama, chorando abraçado com a sua naninha, que é o mesmo cobertor de quando eu achei ele, por algum motivo, esse coberto é a coisa que o Léo mais ama, ele não larga por nada nesse mundo. Não sei porque ele se apegou tanto em Marília assim, os dois só se viram duas vezes, mas parece que são ligados a muito tempo, não consigo entender.

- Léo...

- Tô triste, mamãe... - Ele fala nervoso.

- Ela vai vir te ver - Me aproximo dele e sento do seu lado - Vem fazer alguma coisa para ela comer.

- Ela vêm?

- Já está vindo...

Léo concorda com a cabeça e vai para o meu colo, fazendo eu pegar ele e levar até a cozinha. Fizemos alguns cupcakes e colocamos para assar, enquanto esperamos a nossa visita. Léo separa os seus brinquedos favoritos para mostrar para Marília, arruma os que estão espalhados, ele arruma tudo para a chegada da loira, ansioso para ver ela logo. Quando a campainha toca, ele sai correndo para a porta e eu abro, vendo que Marília já chegou.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora