8.

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Pov Maraisa

- E porque você foi embora, Mara? - Lauana pergunta alisando meu cabelo.

- Ela é casada - Respondo como se fosse óbvio - Não... não posso me machucar de novo, não assim.

- Você gosta dela... não gosta?

- Gosto...

Minha amiga me abraça com força e eu choro nós seus braços, odeio me sentir assim. Não quero me abrir novamente para quem quer que seja, me machuquei muito nessa vida, quebrei muito a cara por várias pessoas, me apaixonei pelas piores pessoas possíveis, não vou cometer esse erro de novo e eu nem posso, tenho um filho que depende de mim, que não pode ver a sua mãe chorando por um relacionamento fracassado, não posso fazer isso.

- A mamãe ainda tá triste? - Ele pergunta na porta do quarto - Eu quero ficar com ela.

- A mamãe já está bem - Falo me sentando na cama - Vem deitar com ela.

Léo saí correndo para os meus braços e deita a cabeça no meu ombro, segurando a sua naninha nas mãos. Me despeço da minha amiga e me arrumo para deitar com o meu pequeno leão. Arrumo a cama para nós dois e coloco um desenho para o Léo, que assiste abraçado com meu corpo.

- Mamãe...

- Oi, amor...

- Não fica triste não - Ele pede com dificuldade pela chupeta na sua boca - O Léo fica triste também.

- A mamãe não vai ficar triste então, tá bom?

- Tá...

Ele fecha os olhinhos para dormir e se aconchega em mim, pegando no sono rapidamente. Sempre foi assim, ele, a chupeta na boca e a sua naninha, sempre foi assim.

///

Acordo com várias batidas na porta e vejo que Léo ainda está dormindo, a minha única reação é levantar e ir atender. Quando eu abro a porta, vejo Marília, com uma cesta nas mãos e um sorriso fraco no rosto.

- Oi...

- O que você quer, Marília? - Pergunto quase fechando a porta - Léo não acordou ainda.

- Eu quero falar com você, Maraisa.

- Não temos nada para falar - Falo fechando a porta de uma vez - Só por favor, vai embora.

Quando vou dar as costas, Marília bate na porta novamente, me fazendo parar.

- Você não quer nada comigo e está tudo bem - Ela fala com a voz embargada - Mas não me separa do Léo, ele... vocês... vocês tem melhorado meus dias.

- Vai embora, Marília - Falo alto.

- Eu perdi um filho a um ano atrás - Ela fala já chorando - Ele morreu e depois disso, eu não tinha nada, além do hospital que me fazia feliz, até conhecer o Léo, ele está... está melhorando a minha vida.

Sei como é jogar todas as suas alegrias em uma coisa ou pessoa e isso ser tomado das suas mãos, sei bem como é isso e entendo ela, pelo Léo ter trazido alegria para a sua vida, ele fez isso com a minha também. Volto para a porta e abro, Marília está encolhida, as lágrimas descem pelo meu rosto. Não imagino a dor que deve ser uma mãe perder um filho. A minha única reação é abraçar seu corpo com força, sentindo seus braços me envolverem, não vamos ser amantes, mas podemos ser amigas.

- Eu... eu queria te beijar ontem - Ela fala me olhando - Mas eu te entendo e respeito, mas não me deixa longe do Léo.

- Não vou... - Falo limpando a lágrima dos seus olhos - E sobre ontem... nada aconteceu, tá bom?

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora