25.

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Pov Marília

- Marília, você está pronta? - Murilo pergunta entrando no quarto - Os advogados já estão nós esperando.

- Eu já estou pronta - Falo me olhando no espelho - Podemos ir.

- Então vamos...

Passo por ele e vou direto para o carro, sem tomar café, sem me arrumar muito, sem fazer nada, só vou. Me sinto ansiosa angustiada, minhas mãos trêmulas denunciam o quanto eu estou nervosa. Não era assim que eu queria que as coisas acontecessem, mas agora é tarde demais para chorar pelo passado, só me resta levantar o queixo para encarar o que está por vir. Depois de quase uma noite inteira, pensando e repensando, cheguei a conclusão de que se eu ganhar a guarda do Léo, eu vou dividir com Maraisa, por ela, pelo Léo e por mim. Estava sendo controlada pela raiva do que ela fez, mas quero ver meu filho feliz e mesmo não querendo admitir, quero Maraisa feliz também. Não vamos voltar, mas eu quero que ela fique bem, só isso, como mãe do meu filho e a ex que eu mais me apaixonei e tive um carinho inexplicável, apenas por isso.

No caminho, o nosso motorista está no banco da frente e eu e Murilo no banco de trás.

- Quando isso acabar, podemos ir viajar - Murilo fala me olhando - Aí a gente deixa o Léo na sua irmã.

- Quando isso acabar você vai assinar o divórcio - Falo olhando para a janela - E não vamos ter mais relação nenhuma.

- Não começa, Marília.

Reviro meus olhos e volto a atenção para a estrada. Pelo menos Léo está com os pais de Maraisa, sei que eles vão cuidar do meu pequeno, enquanto as suas duas mães, vão estar guerreando pela sua guarda. Quando chegamos, entramos no tribunal, vejo Maiara, Luísa, Maraisa, Bruno e um homem, que provavelmente é seu advogado, e enquanto do outro, está eu, Murilo e nossos advogados, todos formalmente vestidos, sérios, sem humor, sem felicidade. O ambiente é gelado, pesado, não consigo deixar de me sentir diminuída, coagida e vulnerável, com o choro preso na garganta.

- Cadê o Danilo? - Murilo resmunga nervoso - Tínhamos um combinado.

- Danilo?

- Eu disse que iria fazer uma coisa - Ele fala me olhando - Ele é o que vai nós salvar.

Não consigo entender aonde o ex da Maraisa vai nós ajudar, mas não falo nada, não quero discutir, mal quero estar aqui. Além de estar doendo por colocar o nosso pequeno Léo nessa situação, está doendo sentir os olhares de Maraisa sobre mim o tempo inteiro.

Era para o mundo ser pequeno para nós duas, mas infelizmente nós que somos pequenas para ele. Vivemos tantas coisas, nós amamos tanto e agora estamos aqui, uma de cada lado do tribunal, como inimigas, lados opostos, não somos mais o mesmo time. Na verdade, nunca fomos, só eu achei que sim.

A juíza entra no tribunal e rapidamente o clima fica mais tenso, perece que todos estão nervosos e ansiosos, ficando tudo mais difícil.

- Bom... vamos começar - Ela avisa e chama a atenção de todos - Segundo o acusação, no dia dezesseis de dezembro, a um um pouco mais de um ano e meio atrás, Léo Mendonça, teria sido sequestrado, ainda no hospital, pela senhora Carla Maraisa Henrique Pereira, correto?

- Correto - Nosso advogado fala para a juíza.

- E que ela manteve o cárcere privado da criança - A juíza continua - Por um anos e seis meses após a criança nascer.

- Correto, meritíssima.

- As únicas provas são o depoimento do pai do menino e o cobertor achado nas coisas de Maraisa, correto?

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora