Se ela soubesse (Malila)

44.

Pov Maraisa

- Mamãe... cadê a mamãe Lila? - Léo pergunta me olhando - Ela não vai dormir com a gente hoje?

- Ela vai... mas você precisa dormir - Falo beijando a sua cabeça - Já já ela está aqui.

- Mas eu não dei o beijo dela, mamãe...

- Depois você dá, tá bom?

Ele me olha magoado e vira as costas para mim, magoado por não poder esperar a sua outra mãe chegar. Na realidade, Marília saiu a muito tempo, não faço ideia aonde ela está, já que a minha mulher não atende o telefone, não recebe as minhas mensagens, é quase madrugada, mas ela parece simplesmente ter desaparecido e isso me deixa totalmente ansiosa e nervosa. Não demora muito para o Léo dormir e eu saio do seu quarto, indo para a sala, ficar com a minha irmã, já que Luísa saiu para procurar a minha noiva.

- Léo dormiu - Falo entrando na sala - Ele quer a mãe dele, Maiara.

- Ela vai aparecer - Minha irmã tenta me acalmar - Só não entra em dessespero.

- Já é quase meia noite - Começo a ficar com a voz embargada - Ela não responde as minhas mensagens, não fala comigo, o que você espera que eu faça?

- Ela vai aparecer - Ela fala segurando as minhas mãos - Luísa vai achar ela.

- E se não achar.

- Minha namorada vai achar.

Nego com a cabeça e as lágrimas começam a descer dos meus olhos, fazendo eu chorar nós braços da minha irmã. Maior do que meu medo de quem fez aquilo tentar me machucar de novo, é tentar machucar as pessoas que eu amo, fazendo eu entrar em dessespero com essa possibilidade, até porque eles são as únicas coisas que eu tenho e as únicas coisas ainda vale a pena lutar. Alguém abre a porta e eu vou esperançosa, ver se é a minha mulher, mas é apenas Luísa, com uma cara nada boa.

- Não achei ela em lugar nenhum - Luísa fala com o rosto vermelho pelo choro - Não está nem no hospital.

- Alguém tentou fazer alguma coisa com ela - Sussuro baixinho - Eu tenho que ir atrás dela.

- Não, você vai ficar - Maiara manda - Vamos esperar mais um pouco.

- Eu quero ir atrás dela - Falo nervosa - Não consigo ficar esperando ela aparecer e se ela estiver precisando de mim?

- Você fica - Minha irmã fala pela última vez - Vamos esper-

Quando ela vai terminar de falar, novamente a porta é aberta e eu vejo Marília entrando devagar, meus olhos passam pelo seu corpo, seu rosto está úmido, vermelho, ela estava chorando, suas mãos estão machucadas, em carne viva, como se ela tivesse batido em alguém. Quando todas vemos o estado da minha noiva, Luísa e Maiara vão para o quarto delas e deixam nós duas sozinhas.

- Aonde você estava, Lila? - Pergunto preocupada - Eu estava entrando em dessespero.

Ela não me responde e eu me aproximo mais dela, pegando as suas mãos e vendo seus machucados.

- O que aconteceu, amor?

- Eu fui impulsiva - Ela sorri fraco - Me desculpa.

- O que você fez?

- Eu... eu bati no Gustavo.

- Lila...

- Eu... eu perdi o controle.

Marília não é vingativa, ou violenta, ou agressiva, pelo contrário, ela é uma pessoa doce, carinhosa, cuidadosa com a maneira de falar, de cuidar, de proteger, não é atoa que eu vou me casar com ela e para ela ter chegado no nível de espancar alguém, essa pessoa deve ter feito muito mal para ela.