24.

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Pov Maraisa

- Você tem certeza disso? - Pergunto para o Bruno - Tem certeza que essa mulher está falando a verdade?

- Não sei - Ele dá de ombros - Vamos ver agora.

Bruno entrelaça as nossas mãos e nós leva para dentro de um prédio pequeno, três metros no máximo. Não diria que é um prédio de moradia, mas sim de empresa e pelo visto uma bem antiga, já que o lugar está caindo aos pedaços. Quando entramos, uma mulher nós recebe e leva nós dois para uma sala, aonde tem várias telas abertas, mostrando o que está acontecendo na rua.

- Trouxe o dinheiro? - Ela pergunta para o Bruno.

Bruno estende a mão para mim e eu pego o envelope na minha bolsa, entregando para o meu amigo, que coloca na mão da mulher, que confere o valor. Quando ela vê que está correto, a mulher alta senta na cadeira e procura a data, mostrando a filmagem do horário que pedimos, minutos antes, quando deixam Léo na bolsa. Ela acelera as filmagens, mostrando tudo que aconteceu ao longo do dia, até que chega na madrugada, quando vai chegando a hora que eu achei o pequeno, meu coração acelera, como se eu tivesse revivendo aquele momento novamente.

- É o Murilo - Bruno grita apontando o dedo na tela - Ele que deixou o Léo.

- Volta, por favor - Peço para a mulher - E grava isso também.

A mulher coloca para gravar e solta as filmagens da câmera de segurança. E mesmo a imagem não sendo uma das melhores, dá para ver o momento que Murilo saí do carro e deixa a bolsa no chão, entrando no carro logo em seguida. 

- Foi ele mesmo - Falo com a voz trêmula.

- Foi, Mara... - Bruno alisa as minhas costas - Foi...

As gravações continuam, até quase uma hora depois e chegar perto do horário que eu acho o Léo.

- É um pouco mais tarde - Falo para ela - Uma hora depois.

Ela coloca o horário e eu confirmo com a cabeça, mostrando exatamente aonde eu estava.

- Essa é você? - Ela pergunta me olhando.

- Sim...

No vídeo mostra eu saindo da casa do Danilo, até ir intercalando nas câmeras e chegar aonde Léo estava na bolsa, jogado no chão, totalmente vulnerável. Meus olhos enchem de lágrimas ao relembrar aquele momento, o dia que eu encontrei o amor da minha vida. Eles me chamam se monstro, mas só um verdadeiro monstro faz isso com uma criança, deixando um recém-nascido, daquela forma, na rua, totalmente exposto. O que mais está doendo agora, é saber que meu filho está sobre o mesmo teto que esse homem.

- Vocês querem ver mais alguma coisa? - A mulher pergunta me olhando - Ou eu posso passar para o pen-drive?

- Pode, por favor...

Depois de alguns minutos, Luísa me manda mensagem, dizendo que já está me esperando para ir na casa do Danilo, pedir para ele dar o seu depoimento, confirmando meu lado da história. Saímos do prédio com o pen-drive em mão e eu já me sinto mais tranquila, já temos a prova que Murilo que colocou o Léo na rua, mas quando eu me despeço do meu amigo, Marília começa a me ligar. Penso em desligar várias vezes,mas uma voz me diz para atender.

- Oi, Marília...

- Mamãe... vem buscar a mamãe Lila - Meu filho pede chorando.

- Oi, amor - Falo rapidamente - O que aconteceu?

- Ele tá gritando com a mamãe Lila - Léo fala assustando - Vem fazer ele parar.

Léo não conviveu com brigas, por dois anos, o máximo que ele via, era eu e as tias dele implicando uma com a outra, ele está tendo acesso a um mundo que eu não queria. Ser mãe, é uma coisa de outro mundo, mesmo marcando reunião com Danilo, mesmo dizendo que eu iria me encontrar com ele, eu cancelo de última hora e vou correndo até a casa da minha ex, ainda em chamada com o Léo.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora