{Duas semanas depois...}
Pov Marília
- Mas eu não quero que você vá trabalhar - Maraisa fala deitada no meu peito - Eu não quero ficar sozinha.
- Eu tenho que ir, amor...
- Mas eu estou enjoada, Lila - Ela fala com a voz embargada - Estou com cólica, com dor de cabeça, não me deixa sozinha.
Respiro fundo e beijo a sua cabeça, passando meus braços pelos seus ombros. Faz duas semanas que fizemos a inseminação nela e a duas semanas que ela está parecendo um bebê mimado, que chora ao ficar longe da mãe. Hoje vamos fazer o teste para ver se deu certo, mas nem e necessário, ela está totalmente diferente e apegada em mim, nesses últimos dias. Qualquer motivo é motivo para chorar, qualquer pequena distância entre nós duas é justificativa para ela se aproximar e grudar em mim e faz uma semana que não vou trabalhar, porque ela não quer me soltar. Sei que grande parte dessa sua manha é medo de eu sair de perto dela e acontecer algo com o bebê, por isso não brigo, só cuido e acalmo toda vez.
- Lila... você não vai... não é? - Ela pergunta levantando a cabeça para me olhar - Não vai me deixar sozinha.
- Não, amor...
Ela sorri de lado e deita a cabeça em cima de mim novamente, me abraçando mais forte ainda.
- Você não quer ir tomar café? - Pergunto alisando seu rosto - Ou você prefere fazer o teste agora?
- Comer.
- Então vamos comer algo.
- Só se você trazer na cama.
- Você tem duas pernas, Maraisa - Brinco com ela.
Ela me olha brava e senta na minha cintura, cruzando os braços para mim. Me arrependo no exato momento que isso saí da minha boca, simplesmente porque o humor da minha mulher está péssimo, qualquer coisa é motivo dela ficar nervosa comigo.
- Sim e eu posso estar grávida do seu filho - Ela cruza os braços - É uma criança, Marília.
- Am-
- Não preciso que você busque nada - Maraisa se levanta de cima de mim - Eu busco sozinha.
Reviro meus olhos pelo drama e vou atrás dela, abraçando seu corpo por trás, acalmando a morena.
- Eu busco para você - Falo beijando seu pescoço - O você quer comer?
- Você.
- Maraisa, de comida.
- Tapioca e café com leite.
- Tá bom, amor....
Beijo a sua cabeça e ela volta para cama, enquanto eu vou para a cozinha fazer seu café da manhã. Está só nós duas na casa porque Léo foi dormir na casa da minha irmã e da minha cunhada, o que resultou na minha noiva chorando, pelo pequeno que quis ficar longe da gente, ela chorou quase a noite inteira, só espero que ela só fique sentimental dessa forma nós primeiros meses, porque eu não vou aguentar mais do que isso. Começo a fazer o café da manhã e meu celular começa a tocar e eu rapidamente reconheço o número.
- Oi, Lari.
- Não vem trabalhar não? - Ela pergunta rindo - Ou esqueceu que você é médica?
- Isso é saudades?
- Não, é desespero, não consigo sem você aqui - Minha amiga fala preocupada - Aconteceu muitas coisas, novos pacientes chegaram e Gustavo pediu demissão.
- O quê?
- É... mas ele estava muito estranho esses dias - Ela me alerta - Ele começou perguntar se vocês estavam noivas mesmo, se tinham mudado de casa, na verdade ele perguntou muito sobre aonde vocês estão morando.
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Se ela soubesse (Malila)
FanfictionApós sofrer a maior perda da sua vida, Marília Dias Mendonça passa a ver a sua vida profissional como o seu maior bem, o hospital virou a sua casa e o seu maior propósito virou ajudar crianças e famílias desacreditadas na cura, ela se tornou um anjo...