23.

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Pov Marília

- Está doendo ainda? - Pergunto tirando o soro do meu filho - Na hora que aperta?

- Desculpa...

Olho confusa para o pequeno e tiro os fios de cabelo do seu rosto, sem entender o motivo dele se desculpar.

- Pelo o quê, amor?

- Por... por falar que você não é mais a minha mamãe - Ele fala cabisbaixo - Você é sim.

Sorrio de lado e beijo a sua cabeça, terminando de fazer os exames no pequeno. Léo olha atentamente tudo que eu faço, com Maraisa perto dele, o pequeno fica mais calmo, não tão nervoso e ansioso. Os exames são a cada cinco horas, para ver os seus sinais vitais, por isso ele não deixei o pequeno voltar para a nossa casa.

- Mamãe... o Léo não quer voltar para aquela casa grandona.

- Para a minha casa?

- É...

- Léo... aquela é a nossa casa agora - Falo alisando seu rosto - É a nossa família.

- Mamãe disse que família é quem o Léo ama - Ele fala tirando a minha mão - E o Léo não ama ele, só você.

Maraisa criou um homenzinho muito inteligente e muito esperto, talvez se eu tivesse educado, não teria conseguido metade do que ela conseguiu. Mas de qualquer forma, é complicado, não vou deixar ele ir para a casa da morena, principalmente pela possibilidade de Maraisa fugir com ele, o que eu não duvido nada. Levei quase dois anos para saber que meu filho estava, não vou deixar ninguém me afastar dele.

- Sabe o que a mamãe estava pensando - Falo segurando as suas mãos - O que você vai querer de aniversário de dois anos?

- Você e a minha mamãe juntas.

- Léo...

Ele dá de ombros e continua brincando com o estetoscópio do meu pescoço, mexendo com as suas mãozinhas pequenas. Eu voltei com o Murilo, estamos juntos novamente e nem parece que nós separamos, porque o relacionamento continua o mesmo, a única diferença que agora tem o Léo e isso deixa o homem totalmente nervoso. Os documentos do pequeno já foram encaminhados, graças ao nosso advogado ele já está na nossa guarda, Maraisa não tem ligação jurídica nenhuma com Léo mais, na lei, é como se ela nunca tivesse existido na vida do pequeno, só na lei, porque na prática está sendo muito mais difícil.

Quero tentar esquecê-la, quero tentar voltar a viver a minha vida, mas eu nunca vi uma coisa tão difícil. Durmo pensando nela, acordo chorando, por ver que estou sem ela, é difícil, mas é um processo necessário, até porque é a única opção. Maraisa e eu acabamos, oficialmente, eu ainda amo ela mundo, mas fazer o que ela fez, mexer com um filho, isso não se faz. Tivemos meses de relacionamento, mas parece anos, mas ainda sim, foi um período de tempo muito pequeno.

- Mamãe...

- Oi, Léo.

- Pode ser um cachorrinho também.

- Pode?

- É... um pequinininho.

- Igual a você?

- Eu não sou pequeno, mamãe - Ele fala cruzando os braços - Sou grande.

- Ah você é grande? - Pergunto levando minhas mãos para a sua barriga - Grandão?

- Sim - Ele concorda rindo e tenta tirar as minhas mãos.

Começo a fazer cócegas no meu corpo e ele gargalha alto, tentando tirar as minhas mãos, pedindo para mim parar. Meu relógio começa a apitar e eu vejo que já deu o horário do almoço do Léo.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora