Se ela soubesse (Malila)

33.

Pov Marília

- Lila... eu preciso ir me trocar - Minha noiva fala afastando a minha boca - O jantar é as oito e já são sete horas e eu não me arrumei ainda.

- Eu só ia te beijar...

- Vai trocar o Léo - Ela pede tirando suas mãos de mim - Por favor.

- Eu só quero tirar essa tensão de você.

Maraisa revira os olhos e me afasta, brava por eu estar atrapalhando seus afazeres. Sei que ela está nervosa para conhecer meus pais, mas eles não são ruins, são até que legais, estão animados para conhecer o Léo e a minha mulher, mesmo sendo totalmente apaixonados pelo meu ex marido, já que Murilo fazia todas as vontades deles.

- Eu não preciso que você tire nada de mim - Ela fala selando nossos lábios - Nem a minha tensão, nem a minha roupa e nem nada.

- Você está estressada.

- Se você não tivesse me falado - Ela resmunga irônica - Eu nunca teria percebido.

- Maraisa - Brigo com ela pelo seu jeito de falar.

- O que é?

Me aproximo dela e seguro seu rosto, alisando a sua pele e tentando acalmar a mulher.

- Não precisa ficar nervosa - Sussuro beijando seu nariz - Se você quiser vir embora, nós vamos.

- Vamos logo, Lila...

- Vamos...

Vou trocar o Léo e Maraisa vai terminar de se arrumar. Quando entro no quarto do meu pequeno, ele está com as suas roupas separadas na cama, me esperando para ajudar ele a se trocar.

- A mamãe está brava? - Léo pergunta enquanto eu coloco a roupa nele.

- Está... um pouco.

- A mamãe brigou com ela?

- Não brigamos, amor - Explico devagar - Ela só está um pouco nervosa.

- É...

Beijo a sua cabeça e termino de arrumar meu pequeno, colocando a sua blusa de frio com dificuldade pelo gesso do seu braço. Quando estamos todos prontos, saímos para ir até a casa dos meus pais. Maraisa está tão nervosa, que ela sequer fala algo, ou responde, ou me olha, ela só está focada na estrada, totalmente tensa e ansiosa.

- Mara... não fica assim - Falo apertando a sua perna - Não precisa ficar assim.

- Lila... me deixa quieta - Ela pede tirando a minha mão - Por favor.

Concordo com a cabeça e viro para a janela, olhando as ruas, magoada com seu jeito de falar. Quando chegamos, Léo vai para o meu colo e Maraisa se aproxima da casa, tocando a campainha e voltando para ficar do meu lado. Quem nós recebe é a minha mãe.

- Oi, mamãe... - Falo me aproximando - Esse é o Léo e essa é a minha noiva Maraisa.

- Esse é o Léo? - Ela pergunta passando as mãos pelas costas do pequeno - Oi, Léo... é a vovó.

- Oi... - Ele fala ainda tímido.

Ele analisa a minha mãe por longos minutos e quando ela estende as mãos para ele, Léo nega com a cabeça e abraça meu pescoço.

- O que aconteceu no braço dele, Marília? - Ela pergunta me olhando - O que aconteceu?

- Foi acidente - Me afasto dela - Podemos entrar?

- Claro, podem entrar...

Percebo o modo da minha mãe de ignorar a minha noiva, que fica mais irritada ainda com o comportamento da sua sogra. Coloco Léo no chão e ele vai para o lado da sua outra mãe, dando a mão para ela.