Pov Maraisa
- Ela gosta desse? - Léo pergunta apontando para uma torta de morango - Podemos levar?
- Podemos, amor...
Peço para o moço da padaria a torta e mais algumas coisas. Léo me acordou e insistiu, para fazermos o café da manhã da Marília antes dela acordar, sem motivos especiais, ele só quer ver a loira feliz. Quando estamos voltando andando para o apartamento, Léo puxa a minha mão para baixo.
- O que foi, filho?
- Ele é a minha mamãe agora? - Ele pergunta me olhando.
- Léo...
- Eu posso chamar ela de mamãe?
Não sei o que responder, principalmente porque Marília já perdeu um bebê e eu não sei se isso pode despertar gatilhos na loira, não sei como ela pode reagir, mas ver Léo perguntando assim, é quase impossível dizer não.
- Pode chamar ela de mamãe, filho.
- Obrigada, mamãe - Ele fala abraçando a minha perna - Te amo.
- Também te amo, meu amor...
No caminho, Léo está saltitante, querendo chegar logo no apartamento, ansioso para acordar Marília. Não sei explicar a conexão que esses dois estão construindo, é algo de outro mundo, não sei explicar, não consigo mostrar, é como mãe e filho, exatamente igual. Não vou mentir que eu também estou apegada na loira, querendo passar todos os dias, todas as horas com ela, mas me assusta, é a primeira vez, que eu me sinto assim com alguém, primeira vez que alguém toca a minha vida tão intensamente, é a primeira vez de um amor de verdade e me faz bem.
Quando chegamos no apartamento, Léo me ajuda a arrumar a mesa e fomos atrás de Marília, que está dormindo na nossa cama, com o cobertor no seu rosto.
- Oi, mamãe - Léo fala tirando o cobertor do rosto da loira.
- Oi, amor...
Apoio meu corpo na batente da porta e vejo os dois juntos em um abraço gostoso que me faz querer participar. Quando os dois sorriem ao mesmo tempo, percebo novamente uma semelhança nós dois, a covinha do lado esquerdo da bochecha e quando sorri mostrando os dentes, os olhos fecham, mostrando que estão verdadeiramente felizes, eles são muito parecidos. Até diria que Léo é filho dela, se não fosse o fato que o filho de Marília nasceu morto, já que ela me contou isso e Luísa disse que estava no parto quando tudo aconteceu, então não faz sentido Léo e Marília estarem ligados.
Marília se aproxima de mim e sela nossos lábios, me tirando desse transe.
- Bom dia, amor - Ela fala me olhando.
- Nós compramos seu caf-
- Torta de morango - Léo grita puxando Marília para a cozinha - Eu que comprei, quer dizer... a mamãe, mas eu que escolhi.
A loira se senta na mesa que preparamos e Léo puxa a cadeira para ficar do seu lado.
- Sabia que o moço olhou para a mamãe? - Léo fala para Marília.
- Que moço? - Marília pergunta me olhando.
- O que abre o portão.
Marília me olha e eu abro a boca para responder, mas não saí nada. Eu só me levanto e sento mais perto da loira, beijando a sua bocheca.
- O porteiro? - Ela pergunta me olhando.
- Ciúmes do porteiro, Marília?
Ela revira os olhos e resmunga irritada, servindo o café para o Léo e depois para ela, me ignorando totalmente.
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Se ela soubesse (Malila)
Fiksi PenggemarApós sofrer a maior perda da sua vida, Marília Dias Mendonça passa a ver a sua vida profissional como o seu maior bem, o hospital virou a sua casa e o seu maior propósito virou ajudar crianças e famílias desacreditadas na cura, ela se tornou um anjo...