16.

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Pov Maraisa

- Ela gosta desse? - Léo pergunta apontando para uma torta de morango - Podemos levar?

- Podemos, amor...

Peço para o moço da padaria a torta e mais algumas coisas. Léo me acordou e insistiu, para fazermos o café da manhã da Marília antes dela acordar, sem motivos especiais, ele só quer ver a loira feliz. Quando estamos voltando andando para o apartamento, Léo puxa a minha mão para baixo.

- O que foi, filho?

- Ele é a minha mamãe agora? - Ele pergunta me olhando.

- Léo...

- Eu posso chamar ela de mamãe?

Não sei o que responder, principalmente porque Marília já perdeu um bebê e eu não sei se isso pode despertar gatilhos na loira, não sei como ela pode reagir, mas ver Léo perguntando assim, é quase impossível dizer não.

- Pode chamar ela de mamãe, filho.

- Obrigada, mamãe - Ele fala abraçando a minha perna - Te amo.

- Também te amo, meu amor...

No caminho, Léo está saltitante, querendo chegar logo no apartamento, ansioso para acordar Marília. Não sei explicar a conexão que esses dois estão construindo, é algo de outro mundo, não sei explicar, não consigo mostrar, é como mãe e filho, exatamente igual. Não vou mentir que eu também estou apegada na loira, querendo passar todos os dias, todas as horas com ela, mas me assusta, é a primeira vez, que eu me sinto assim com alguém, primeira vez que alguém toca a minha vida tão intensamente, é a primeira vez de um amor de verdade e me faz bem.

Quando chegamos no apartamento, Léo me ajuda a arrumar a mesa e fomos atrás de Marília, que está dormindo na nossa cama, com o cobertor no seu rosto.

- Oi, mamãe - Léo fala tirando o cobertor do rosto da loira.

- Oi, amor...

Apoio meu corpo na batente da porta e vejo os dois juntos em um abraço gostoso que me faz querer participar. Quando os dois sorriem ao mesmo tempo, percebo novamente uma semelhança nós dois, a covinha do lado esquerdo da bochecha e quando sorri mostrando os dentes, os olhos fecham, mostrando que estão verdadeiramente felizes, eles são muito parecidos. Até diria que Léo é filho dela, se não fosse o fato que o filho de Marília nasceu morto, já que ela me contou isso e Luísa disse que estava no parto quando tudo aconteceu, então não faz sentido Léo e Marília estarem ligados.

Marília se aproxima de mim e sela nossos lábios, me tirando desse transe.

- Bom dia, amor - Ela fala me olhando.

- Nós compramos seu caf-

- Torta de morango - Léo grita puxando Marília para a cozinha - Eu que comprei, quer dizer... a mamãe, mas eu que escolhi.

A loira se senta na mesa que preparamos e Léo puxa a cadeira para ficar do seu lado.

- Sabia que o moço olhou para a mamãe? - Léo fala para Marília.

- Que moço? - Marília pergunta me olhando.

- O que abre o portão.

Marília me olha e eu abro a boca para responder, mas não saí nada. Eu só me levanto e sento mais perto da loira, beijando a sua bocheca.

- O porteiro? - Ela pergunta me olhando.

- Ciúmes do porteiro, Marília?

Ela revira os olhos e resmunga irritada, servindo o café para o Léo e depois para ela, me ignorando totalmente.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora