27.

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Pov Marília

- O Léo não gosta de acordar cedo - Meu pequeno resmunga comendo seu pão.

- Não gosta?

- Não.

- Ah mas se o Léo se animar um pouco - Falo chamando a sua atenção - A mamãe pode levar ele para trabalhar com ela.

Ele levanta o olhar para mim, como se não acreditasse no que eu estou falando. É fofo a forma que ele ama ir trabalhar comigo, porque enquanto eu estou atendendo os pacientes, ele está na área das crianças, brincando com os brinquedos e pedindo para as enfermeiras pegarem mousse de chocolate para ele e o pior, elas não fazem porque ele é filho da chefe, elas fazem por gostar de mimar meu pequeno.

É bom ter o Léo por perto, me faz bem, não sinto tanta vontade de me entupir de bebida e ficar no meu quarto, me traz vida, faz eu virar outra pessoa, só de ouvir a sua risada.

- Vai levar mesmo?

- Vou...

Léo solta um sorriso de lado e eu vejo as suas covinhas que eu tanto amo. Mesmo não sendo filho biológico da Maraisa, ele me lembra demais ela, em todos os sentidos, seja da forma de cuidar de mim, ou até mesmo fisicamente, no jeitinho de sorrir de lado, na maneira de falar, em quase tudo, ele é um pequeno pedaço de nós duas, nem parece que seu genitor é um lixo humano.

Mesmo que meu divórcio com Murilo já tenha saído, eu não quero me envolver com Maraisa, ela tem que viver a sua vida, não posso me intrometer na sua história novamente e machucá-la como fiz, não quero isso.

Pode parecer besteira, mas é muito difícil você cair em si e ver que machucou uma das pessoas que você mais amava. Se um dia você machucou alguém e não se sentiu mal, talvez você não tenha amado realmente, só gostava do jeito que a pessoa te tratava. Mas amor é diferente, amor é cuidado, proteção, é deixar ir. Eu machuquei ela, me senti péssima por isso, não quero ter que me sentir e não fazê-la se sentir daquela forma novamente. Porque amor é isso, amor é proteger e deixar ir quando necessário.

Espero Léo terminar de comer para irmos até o meu trabalho. Passei quase duas semanas fora e mesmo não querendo ir, preciso, já que infelizmente ou felizmente, eu sou a chefe. Quando chegamos, Léo saí correndo para dentro, dando "oi" para todos do lugar.

- Mamãe... o Léo pode ir ver a tia Gabi? - Ele pergunta apontando para a mulher loira do outro lado.

- Pode, amor...

Gabriela é a nova enfermeira do hospital, uma moça loira, alta, bonita, inteligente, que roubou a atenção do pequeno, que sempre quando vem no hospital, quer ver ela. Deixo os dois juntos e fico ali perto, resolvendo as coisas na secretaria.

- Gustavo trocou o plantão noturno pelo o de hoje - Larissa me avisa - Ele disse que tem um encontro.

- Com quem?

- Ele não disse - Ela dá de ombros - Na verdade, ele está muito estranho esses dias.

Sei que não é nada profissional, mas eu amo falar da vida dos outros em horário de trabalho.

- Estranho como?

- Não sei... ele disse que vai sair com alguém e não pode nós contar - Ela fala rindo - Deve ser com uma estranha.

- É...

Larissa olha para Gabriela, depois olha para mim, depois para ela e volta seus olhos em mim, sorrindo maliciosa.

- Ela gostou de você.

- Quem? - Pergunto confusa.

- A Gabriela, a enfermeira nova.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora