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{ Seis meses depois...}

Pov Marília

- Oi.

- O que você quer? - Luísa pergunta irritada pela chamada - Lila, são duas e meia da manhã.

- É... a minha querida noiva, está com vontade de comer pastel de queijo.

- Legal para ela.

- É...

- Posso desligar?

- Pode... aproveita e troca de roupa, eu estou aqui na frente te esperando para ir procurar comigo.

- Você está brincando... não está?

Não respondo, Maraisa me expulsou de casa e não quer deixar eu voltar até levar o que ela quer comer. Luísa desliga a chamada e minutos depois eu vejo ela saindo da sua casa, ainda de pijama, ela entra no carro nervosa e bate a porta.

- Quebra a port-

- Não fala comigo - Ela manda - Você é a mulher dela e eu que lido com as consequências.

- Mas é seu sobrinho...

Luísa me ignora e eu dou marcha no carro, procurando qualquer lugar que venda o bendito paste. Já são quase três da manhã, estamos rondando com o carro ainda, até que achamos uma banquinha, cheia de pessoas ao redor, comendo sentados na calça e nas cadeiras de plástico.

- Tem pastel de queijo? - Pergunto para o moço da barraca.

- Pastel acabou... só tem para fazer e-

- Moço, minha esposa não deixa eu voltar para casa, até eu conseguir levar isso para ela - Peço quase chorando - Eu só quero o pastel, por favor.

Ele me olha preocupado e concorda com a cabeça, fazendo o pastel para mim e eu pago o rapaz. Quando volto para o carro, Luísa está dormindo, fazendo eu rir, se eu soubesse que essa era a minha companhia eu teria chamando a Maiara. Deixo Luísa na sua casa e volto para a minha e quando entro na minha casa, vou para a cozinha e encontro a minha mulher lá, com o pote de sorvete no meio das suas pernas, um suco de laranja aberto do seu lado e um macarrão cozinhando na panela.

- Oi, amor... - Me aproximo preocupada - Você... você está bem?

- Eu tô com fome - Ela fala com os olhos cheio de lágrimas - E eu não quero comer.

- Mas você está comendo...

Maraisa está com o rosto completamente vermelho pelo choro, nosso filho está deixando cada dia mais sensível e emocionalmente estável e eu fico preocupada grande parte do tempo.

- Mara... você... você ainda quer o pastel?

- Quero...

Coloco o pastel na sua frente e me afasto, me assustando com a quantidade incontáveis de coisas que ela está comendo de uma vez. As lágrimas escorrem dos seus olhos quando ela morde o pastel, chorando de felicidade e rla me olha.

- Desculpa, Lila... - Ela fala chorando - Você não deveria ter saído de madrugada.

- Está tudo bem...

- Eu sou uma péssima noiva.

- Não, amor... - Falo me aproximando e beijo ansua cabeça - Você só está grávida.

- Ele está me dando dor nas costas.

- É normal...

- Eu não quero ficar grávida de novo, Lila - Ela nega com a cabeça - Eu não quero mais, tira ele.

- Falta só alguns dias, amor.

Maraisa apoia a cabeça na minha barriga e concorda com a cabeça, limpando as lágrimas dos seus olhos. Ela termina de comer e subimos para o quarto e eu aproveito isso para massagear as suas costas, ouvindo seus resmungos manhosos.

- Me desculpa ter falado que a sua cara está me dando enjoo - Ela Sussuro baixinho - Não quis dizer aquilo.

- Está tudo bem...

- E desculpa ter falado que eu não gosto mais de você.

- Mara... está tudo bem.

Minha noiva concorda com a cabeça e deita na cama, esperando que eu deite do seu lado. Abraço seu corpo por trás e beijo a sua bochecha, passando as minhas mãos pela sua barriga enorme pelo pequeno Noah.

- Lila...

- Oi, amor.

- Eu te amo, tá bom? - Ela fala procurando meus olhos - Eu não quis enjoar de você.

- Eu sei, amor.

- Desculpa...

- Está tudo bem, vida - Falo beijando a sua bochecha - Está tudo bem.

Ela se encolhe nós meus braços e dorme em poucos minutos, segurando as minhas mãos, assim ela dorme toda noite. Deixo um beijo na sua cabeça e sinto seu cheiro que me acalma, pegando no sono minutos depois.

///

- Pode ser esse, mamãe? - Léo pergunta estendendo o ursinho - Para colocar na caminha dele?

- Você não quer o amarelo? É mais bonito.

- Oh mamãe - Luna me entrega outro.

- Precisamos escolher um só - Aviso para os dois - Para o Noah dormir junto.

- O meu mamãe - Luna fala com dificuldade pela chupeta.

Pego ela no colo e beijo a sua bochecha, pegando o seu ursinho na mão. Continuamos procurando os ursinhos que compramos e não chegamos em nenhuma conclusão de qual colocar no berço. Estamos organizando o quarto do pequeno Noah, Maraisa não quis ajudar por estar sentindo muita dor nas costas e preferiu ficar deitada e eu não contestei.

- Vamos pedir ajuda da mamãe, Mara? - Pergunto para os dois - Ela nós ajuda a escolher.

- Vamos - Léo fala animado.

Saímos do quarto e fomos para o meu, encontrando a minha esposa chorando na cama. Respiro fundo para não me estressar com ela, pensando que é meu filho que está causando isso.

- Mara... nós precisamos da sua ajuda.

- Eu não consigo ver meus pés quando estou em pé - Ela fala magoada - Eu não consigo dormir de barriga para baixo, culpa sua.

- Por que, amor?

- Você me engravidou - Ela resmunga irritada.

- Certo... nós precisamos escolher os brinquedos do Noah.

Minha noiva senta na cama e fica vendo os brinquedos que escolhemos, até ela apontar para o que está na mão do Leo. Agradeço a sua ajuda e volto com meus pequenos para o quarto. Continuamos organizando os brinquedos do pequeno. O quarto é amarelo claro, o berço é delicado, as iluminarias são de nuvens claras, as cortinas das janelas tem o nome dele e a sua naninha está no meio da sua cama, feita por mim, com seu nome bordado. A maneira que isso se tornou um costume, que eu quero passar para todas as minhas gerações, já que a naninha que eu costurei quando o Léo nasceu, foi a mesma naninha que eu identifiquei meu filho, não que isso vai acontecer novamente, mas eu quero passar isso para as minhas gerações.

Maraisa aparece no quarto e sorri ao ver o quarto do pequeno pronto. É tão bom, ver seu sorriso, ao ter o seu sonho realizado, que me traz o sentimento que eu faria qualquer coisa por essa mulher. Me aproximo dela e abraço seu corpo por trás.

- Você gostou, amor? - Pergunto deitando minha cabeça no seu ombro.

- É lindo... como você.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora