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{Dois meses depois...}

Pov Maraisa

- Eu acho que quero tentar - Falo para a minha psicóloga - Não quero me impedir de... de engravidar outra vez.

- Isso é ótimo - Ela fala animada - Você está fazendo isso por você? Ou pela sua noiva?

- Marília nem toca mais nesse assunto - Dou de ombros - Ela quer me respeitar e está feliz com nosso filhos.

- Você parece mais feliz.

- Eu estou e me sinto pronta para isso - Sorrio cabisbaixa - Eu quero fazer uma supresa para ela, contar que vou ter um filho nosso, de uma maneira especial.

Minha psicóloga sorri orgulhosa e eu sorrio de volta, feliz por estar conseguindo passar por isso. Pode ser uma decisão precipitada, talvez seja, até porque agora que legalmente a nossa pequena Luna, é oficialmente uma Henrique Mendonça, estamos nos adptando, ela tem nós ajudado, mais do que nós ajudamos ela. Léo está totalmente apegado na sua irmã, vezes da noite, vamos ver se a pequena está bem e Léo está dormindo no chão, ao lado do seu berço, para garantir que a sua irmãzinha fique bem, Marília continua sendo a mãe babona, a noiva perfeita, a minha mulher, nada mudou, nada além do meu estado emocional. Estar com eles me ajudou a perceber que a vida é uma só, que eu não posso me prender em coisas do passado e ter medo de viver, de me apegar em memórias e dores antigas, que vale a pena arriscar e tentar ser mais feliz, mais ainda, porque eu já sou completamente completa, só com os meus amores ao meu redor.

- Eu quero fazer isso - Falo chamando a sua atenção - Por mim.

- Por você.

Terminamos mais uma consulta e eu marquei a inseminação com a Lari no hospital, mas não faço ideia de como vou despistar a minha mulher. Quando saio da sala, vejo a mesma de sempre, Marília sentada na cadeira, balançando os pezinhos, esperando para me buscar. Me aproximo dela e deixo um beijo na sua bochecha, chamando a sua atenção.

- Oi, meu amor - Falo sorrindo.

- Oi, amor - Ela se levanta rapidamente - Você está bem?

É fofo seu jeitinho preocupado e a forma que ela sempre está da mesma forma me esperando, com as mesmas perguntas, a mesma preocupação, todos os dias. Sinto que vamos ser aqueles casais que passam décadas juntos e tem a mesma rotina, mas nunca percebem, porque estão tão apaixonados, que cada dia é dia. Cada dia é uma novidade.

- Eu estou, meu amor - Falo selando nossos lábios.

- Você quer ir almoçar comigo?

- Eu... eu vou ter que ir no hospital, amor.

- Podemos ir depois - Ela fala me olhando - Aí você fica com as crianças lá.

- Não, Lila... eu tenho que ir agora.

- Mas por que?

Eu nunca escondo nada dela, mas como eu quero que faça parte da supresa, preciso esconder, só por alguns dias, mas não muitos.

- Eu... eu quero ver a Lari - Penso em qualquer desculpa - Nós... é... vamos ficar juntas.

- Ficar juntas? Então eu posso ficar também.

- Não - Falo rapidamente.

- Não?

Marília me olha confusa e eu percebo que isso só vai despertar ciúmes na minha loira, mas não falo mais nada, com medo de piorar.

- Tá - Ela fala dando as costas para mim.

- Lila... não é nesse sentido.

Ela fica visivelmente brava, mas não fala mais nada, nem quando chegamos no hospital, ela fala comigo, só entra sozinha e vai para a sua sala.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora