5.

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Pov Marília

- Hoje vou ter que sair mais cedo - Aviso Gustavo - Você vai ficar no meu plantão.

- Assim? Não vai nem pagar o café?

- Para de ser chato - Mando tirando meu jaleco - Tenho compromisso.

- Vai sair com o Murilo?

- Não... ele teve que ir trabalhar de novo - Dou de ombros - Eu vou sair com outra pessoa.

Gustavo me olha malicioso e eu dou um soco no seu braço, arrancando uma risada alta do meu amigo.

- Eu estava brincando - Ele fala passando a mão no braço - Mas eu não esqueço da sua fama na escola não, tá?

- Foi a anos atrás.

- É... mas não tem como esquecer - Meu amigo senta na minha frente - Você pegava todas as garotas da escola.

- Não começa.

- E era a maior galinha que esse mundo já conheceu.

- Dá para você parar?

- Teve aquela vez que você foi na minha festa de aniversário e ficou com a minha irmã - Ele relembra girando na minha cadeira - Eu ainda te odeio por isso.

- Já chega - Falo rindo e paro a minha cadeira no lugar - É passado, tá bom? Eu só vou sair a trabalho.

- Certo, certo.

Reviro meus olhos e saio do hospital, avisando Maraisa que já estou saindo. Eu gosto da marra da morena, acho engraçado seu jeito irritadadinho, mesmo ela conseguindo ser bem grossa as vezes, eu gosto. Quando chego, ela avisa que já está vindo, que Léo não quer dormir sem ela, que vai demorar um pouco. Não consigo ficar brava, até porque ela parece ser uma mãe coruja, que faz de tudo pelo filho, mas também, Léo parece ser um amor de criança, é lindo, educado, cheiroso, passaria o dia inteiro só abraçando o pequeno. Não me sinto assim com outras crianças, mas esse bebê parece que roubou meu coração de uma forma que eu não sei explicar. Eu sento em qualquer mesa e peço uma cerveja, esperando a morena aparecer, o que não demora muito.

- Desculpa a demora - Ela fala sentando na mesa - Além do Léo não dormir, está uma chuva forte e o trânsito está péssimo.

- Não tem problema...

Maraisa parece irritada, já sei que vou ter que aguentar algumas das suas patadas. Ela pede uma cerveja também e tira seu notebook da mochila.

- Você trabalha bebendo? - Pergunto rindo.

- Quando eu não quero trabalhar sim - Ela sorri de lado - Podemos começar?

- Claro...

- Quantas sedes de expansão a empresa Mendonça pretende construir ao longo desse ano?

- Eu não sei.

- Certo... - Ela fala anotando no seu computador - Quais são as preferências de terreno para vocês? Na hora de escolher qual região vocês vão implantar o agro?

- Maraisa... eu... eu não sei nada disso - Admito bebendo um gole da cerveja - Eu sou médica... quem resolve isso é meu marido.

Ela me olha por longos minutos e fecha o notebook nervosa, passando a mão no seu rosto, falando alguma coisa sozinha.

- Eu posso... ver se ele pode te dar essa entrevista - Falo chamando a sua atenção - Quando ele chegar de viagem.

- Não... essa matéria é para essa semana - Ela fala guardando as suas coisas - Eu me viro.

Se ela soubesse (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora