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Champions League

- Alice Escobar -

O pontapé inicial foi dado.

A bola estava com o PSG.

Aos 3' Lionel Messi abriu o placar.

Eu engoli e seco. A torcida francesa explodiu de alegria.

Assistir um jogo é milhões de vezes pior do que participar da partida.

Eu gritei e xinguei o time francês a cada agressão que o Barcelona sofria, principalmente quando o alvo era Neymar ou Gavi.

Aquele era o primeiro jogo profissional que eu assistia que eu realmente me preocupei com alguém que não o Neymar.

Meus nervos estavam a flor da pele.

Aos 40', Mbappé fez um gol contra.

Não consegui conter o riso. Neymar também não. Mesmo de longe, nós trocamos um olhar cúmplice que zoava Mbappé.

Chegou o intervalo e o placar estava 1x1.

O PSG estava desestabilizado por conta do gol contra do Mbappé, mas ainda estavam confiantes porque o Barcelona não tinha feito nenhum gol, por mais que tivesse um "ponto".

Raphinha alterou o placar nos 50'.

O Barcelona e a torcida comemoraram.

2x1.

Os jogadores do PSG não voltaram ao jogo com a mesma confiança de cinco minutos antes.

Pedri brilhou aos 62' com um gol espetacular de assistência de Lewandowski, mas foi para o banco cerca de vinte minutos depois.

Neymar fez um gol aos 88'.

Eu gritei, a plateia gritou. Eu me levantei junto com o restante dos torcedores do Barcelona, todos gritando e pulando.

A comemoração foi fazendo a dança do pombo, algo que uma certa criança havia pedido antes de sairmos da Espanha. O primeiro gol foi dedicado ao Davi, meu afilhado favorito. Não que eu tivesse outros, mas ele ainda era o meu favorito.

Não deu tempo nem do meu sorriso sair do rosto, porque Neymar marcou ponto em um pênalti aos 90+1'.

A plateia do nosso time foi a loucura. E, se eu achei que tivesse perdido toda a minha voz com o gol anterior, eu tive certeza que não poderia falar até voltar para Barcelona com aquele pênalti bem sucedido.

Sua comemoração foi parecida com a da Turquia. O mais velho correu pelo campo, seus dedos fazendo o 22, número da minha camisa, depois apontou para mim.

Eu pensei que tivesse acabado, mas Gavi não poderia sair do campo sem marcar um mísero gol. E foi isso o que ele fez.

90+5', último minuto do jogo e o instante em que o Pablo Gavira marcou contra o PSG.

Daquela vez eu não senti uma onda de alívio ou felicidade como nos últimos gols, daquela vez eu senti orgulho do meu garoto.

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