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Thoughts

- Alice Escobar -

Eu estive sem dormir à noite, porque eu não sabia como me sentia. Eu estava esperando por Leo, só para dizer algo verdadeiro. Mas eu prometi ser forte o suficiente para deixá-lo ir. Por que ninguém me disse que o amor é o responsável pelas maiores dores de um ser humano?

Venha até mim durante a noite. Eu vou esperar por você. Foi o que pensei durante esses últimos dias no hospital.

E não conseguia dormir porque meus pensamentos devoravam e pensamentos sobre Leo consumiam.

Não posso deixar de te amar, mesmo que eu tente. Não posso deixar de te querer.

Sombras se esgueiravam e a vontade se tornava mais forte, mais profunda que a promessa.

Fique comigo um pouco mais, eu vou esperar por você.

Eu achei que tivesse sido machucado antes, mas ninguém nunca me deixou tão ferida. Suas palavras cortaram mais fundo do que uma faca. Agora preciso de alguém para me fazer respirar de novo.

Tenho a sensação de que estou afundando, mas eu sei que conseguirei sair viva se eu parar de te chamar de meu amor e seguir em frente... Porém eu já tentei e não consegui. Não sou capaz de deixá-lo ir.

Tentei me lembrar da promessa que havia feito duas semanas atrás.

Tenho que tirar você da minha cabeça, Leo.

Meus pensamentos são interrompidos com o estrondo que é seguido pela porta que se abriu.

- Desculpa. - Neymar disse, assim que entrou no quarto. - Pronta para voltar para casa? - Ele sorria.

Cara, como eu amava aquele sorriso.

Retribui o ato e assenti como resposta.

Eu estava louca para ir embora daquele lugar. Aquele ambiente me estressava. Gente doente, a pressão de evitar sair do quarto para que a mídia não ficasse sabendo se nada.

Eu fiquei nesse hospital por duas semanas. Adrian e os médicos disseram que eu precisava me recuperar física e mentalmente. Queriam que eu ficasse em observação para ver se eu não tentaria nada outra vez e garantir que eu me alimentasse, já que não havia comido quase nada naquele final de semana. Gavi, por outro lado, apenas conseguiu uma semana de afastamento do time para cuidar de sua alimentação. Ambos tínhamos ficado com falta dos nutrientes necessários para darmos continuidade aos treinos pesados. Neymar comentou que estavam com medo de prejudicar Gavi por conta das horríveis coisas que que ele tinha comido durante aqueles três dias. Ambos havíamos almoçado na sexta-feira, mas tirando o almoço, não tivemos nenhuma refeição de verdade. Meia maçã, meia lata de refrigerante, um minúsculo pedaço de bolo, barrinhas de cereal e um pouco de um macarrão duvidoso não era alimentação para atletas.

Fechei o zíper da mochila que Neymar havia levado no hospital para mim e a coloquei nas costas.

- Toquinho, vamos para casa.

Ele soltou uma risada anasalada e balançou a cabeça negativamente. Depois voltou a me olhar.

- Vamos para casa... - Murmurou. - Sim, eu só quero te levar para casa.

Sorri e caminhei até ele. Neymar foi na minha frente e abriu a porta para mim.

- Só temos que assinar alguns documentos sobre a sua saída e podemos ir. - Disse ao fechar a porta.

Caminhamos até a recepção e confesso ter ficado com medo de ser flagrada por paparazzis. Assinar aqueles papéis levou uma eternidade porque eu li todos antes de deixar minha assinatura.

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