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Chaos

- Neymar Jr -

Davi sumiu.

Ele simplesmente sumiu.

Não sei exatamente quando ele saiu do meu lado, apenas vi que ele não estava mais lá.

Fiquei sem fôlego. Esqueci como se respirava.

Eu não sabia o que tinha acontecido. Milhões de possibilidades começaram a passar em minha mente.

E se ele foi sequestrado? Ou pisoteado? Será que... Não, ele não faria isso. Ou faria? Não, ele não iria atrás da Alice no meio de um incêndio, ele não teria essa coragem.

Fiquei com medo de todas as possibilidades.

- Davi sumiu. - Gritei para Gavi. - Eu vou atrás dele. Por favor, tire Alice daqui.

A ideia mais estúpida para se ter em momentos de desespero. Cada um para um lado, quando isso deu certo em filme?

Mas ele aceitou aquela ideia e nós nos separamos.

Eu não sabia por onde começar. Não tinha ideia se deveria entrar no meio da muvuca, se deveria procurá-lo pelo estádio, se deveria ficar parado esperando por ele ou se a melhor ideia fosse pensar em uma que realmente prestasse.

Seria desesperador se eu já não soubesse lidar com aquela situação

Acontece que eu não tinha ideia de como lidar com aquela situação.

Uma iluminação me fez lembrar da existência dos celulares. Com a mão tremendo um pouco pelo desespero, eu puxei o aparelho de meu bolso e fui logo procurar pelo número de Davi.

Chamando...

Chamando...

Chamando...

Então começou a tocar "Neymar não serve pra namorar" e eu soube no mesmo instante que era o celular do meu filho. Fiquei feliz por ele estar por perto.

Retiro todas as reclamações que fiz à Alice e ao Davi por conta desse toque ridículo. Pelo menos o ridículo é característico.

Logo algo no meu bolso começou a vibrar. Todo o alívio e felicidade foram embora com a lembrança de que o celular dele havia ficado comigo.

O desespero voltou.

Dei alguns passos para frente, apenas para verificar se ele estava por perto. Antes que eu pudesse raciocinar, eu fui levado pela multidão de pessoas que ainda não tinha terminado de fugir.

Tentei gritar seu nome, mas por alguns instantes eu não consegui fazer com que qualquer som saísse de minha boca. A sensação não era tão diferente da descrição de Alice sobre um ataque de pânico. A única certeza que eu tinha naquele momento era que eu não estava tendo um ataque, foi um pequeno alívio saber que mesmo com sintomas parecidos, não era a mesma coisa.

Me esforcei para ir contra todas aquelas pessoas desesperadas, mas elas estavam agoniadas para fugir, enquanto eu era o único com desejo de voltar para o local que estava pegando fogo. Mesmo que o fogo ainda não tivesse chegado nas arquibancadas.

Durante o esforço que fazia para voltar, minha ficha caiu. Ele pode ter sido levado pela multidão. O choque deixou de tomar conta do meu corpo e eu fui capaz de tirar palavras presas na minha garganta.

- Davi! - Gritei. - Davi, está por aí?

Sem me esforçar mais para ir no sentido contrário, cheguei até o lado de fora do estádio.

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