Goodbye
- Alice Escobar -
- Por favor, Lili, por favor, não me deixe.
Acordei em um ambiente diferente do que eu estava quando apaguei.
Levantei-me e analisei o local, tentando entender como eu havia chegado até ali.
- Alice? - Uma voz conhecida chamou.
Virei-me. Ele estava estático.
- Leo... Leo!
Não hesitei em correr até o garoto. Ele também veio em minha direção, diminuindo o percurso. O abracei e ele retribuiu.
Eu senti tanta falta daquele abraço.
Demorei-me no abraço. Eu não queria soltá-lo.
- O que aconteceu? - Perguntou desvencilhando-se do abraço. - Por que está aqui? - Ele não parecia feliz em me ver. Sua fala transmitia medo e desespero.
- Eu me machuquei... - Ele me analisou minuciosamente com os olhos. - Leo, eu tenho tanta coisa para te contar.
- Você não deveria estar aqui, ainda não é sua hora, meu amor. - Ele disse, ainda com pavor e angústia carregados em sua voz.
- Está tudo bem, eu quero estar aqui, eu quero estar aqui com você.
- Não! Você tem que voltar. Eu preciso que você lute. Alice, acorda!
- Por favor, Lili, por favor, não me deixe. - A voz de Neymar soava longe. Eu não sabia de onde vinha.
Leo olhou para o céu, como se tivesse escutado a voz de Neymar vindo de cima.
- Você precisa voltar para o Neymar.
- Leo, me desculpa. Me desculpa por tudo o que aconteceu. Eu não consigo me perdoar.
- É uma pena, porque eu perdoo. - Identifiquei apenas sinceridade. O horror e a agonia tinham sumido. - Eu te perdoo, Alice. Eu sei que você está com medo e eu sei que está triste... E está tudo bem. O que aconteceu não foi sua culpa, nós sabemos disso. Eu escolhi aquele caminho. Eu preciso que você lute, Lice. Acorda, agora.
- Não, eu não quero voltar. Eu finalmente vou poder parar de sofrer, Leo. Eu estava com muita dor. Minha hora chegou, afinal.
- Você vai jogar sua dor e culpa para o Neymar. - Pesar em sua voz. - A morte repentina traz muita dor... A quem fica.
- Como você quer que eu continue vivendo assim? Com todos ao meu redor morrendo? Ainda não sei como Neymar aguentou tanto tempo.
- A única forma de acabar com a tristeza é passando por ela.
Engoli em seco. Minha respiração ainda entrecortada pelo choro que estava se esvaindo.
- Isso vai doer? - Indaguei.
- Vai doer. Mas a dor fortalece.
Desviei meu olhar. Encarei nossas mãos entrelaçadas. Seu toque parecia tão real. Diferente das outras vezes que conversei com Leo durante esses dois anos, eu consegui sentir o calor de seu toque.
- Eu disse que eu ainda não queria te encontrar aqui, no outro lado. - Ele anunciou, fazendo referência a uma das conversas que tivemos no estádio. - Você precisa desenterrar sua alma.
Eu não queria ir embora.
- Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas quanto maior é a perda mais profundo é o corte e mais difícil é o processo pra ficar inteiro novamente. A dor pode desaparecer, mas as cicatrizes servem como lembrete do sofrimento. - Disse, levantando meu olhar para o garoto a minha frente. - E o deixam preparado, para nunca mais ser ferido. Enquanto o tempo passa nós nos perdemos em meio as distrações. Agimos por frustração. Reagimos agressivamente. Nos entregamos à ira. - Era a minha situação atual. Neymar havia me dito que nada cura o passado como o tempo, mas é mentira.
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Em Campo
FanfictionAlice Escobar é uma jogadora de vôlei do Barcelona. Após um incidente em seu estágio de treino, o time feminino é obrigado a participar dos treinos de futebol masculino do Barcelona. Pablo Gavi é um jogador de futebol do Barcelona que, após um incid...