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Grief

- Pedri Gonzalez -

A chuva caía incessantemente, ecoando o pranto que fluía dos céus. O funeral de Alice havia chegado ao fim, mas o luto ainda pesava sobre mim como uma nuvem escura. Eu me encontrava à beira da praia, observando o oceano agitado, em total sintonia com a dor que me consumia.

Enquanto a tempestade castigava a costa, meus olhos buscavam o horizonte em busca de uma distração temporária. Foi então que avistei Gavi, meu amigo de alma, também imerso em sua própria tristeza. Ele estava alguns metros adiante, olhando fixamente para o mar revolto, as lágrimas se misturando com as gotas de chuva em seu rosto.

Decidi me aproximar discretamente, desejando respeitar seu espaço e sua dor. Caminhei lentamente pela praia, a distância suficiente para não chamar sua atenção. Queria estar presente para ele, mesmo que apenas em silêncio.

Enquanto observava Gavi, sua figura frágil diante da grandiosidade da natureza, não pude deixar de sentir um aperto no coração. Compreendia sua dor, compartilhava sua tristeza. Nossos laços de amizade nos uniam, e a perda de Alice havia nos atingido de maneira profunda.

Gavi parecia perdido em suas próprias memórias e pensamentos, completamente imerso em sua dor. Eu o observava com empatia, desejando que ele pudesse encontrar alguma paz interior. Mas sabia que, assim como eu, ele estava navegando em um mar tempestuoso de luto.

Permaneci ali por alguns momentos, a distância segura, respeitando a privacidade de Gavi. Embora não pudesse compartilhar sua dor diretamente, sabia que a simples presença poderia transmitir uma mensagem de solidariedade e apoio.

Enquanto a chuva caía implacavelmente e as ondas batiam ferozmente na praia, senti que a natureza também compartilhava de nossa tristeza. O oceano agitado parecia ecoar nossos sentimentos, uma sinfonia sombria de desolação.

Sabia que o luto era uma jornada pessoal, uma batalha interna que cada um de nós precisava travar. Enquanto eu observava Gavi, compreendi a importância de respeitar seu espaço e tempo para processar a perda de Alice.

Depois de um tempo, decidi me afastar discretamente, deixando Gavi seguir seu próprio caminho de luto. Eu sabia que, apesar de nossa dor compartilhada, cada um de nós teria que encontrar seu próprio caminho para curar as feridas que a perda de Alice havia deixado.

Com o coração pesado, afastei-me da praia, carregando comigo a lembrança da tristeza que vi nos olhos de Gavi. Era uma lembrança que não se apagaria facilmente, mas sabia que precisava encontrar meu próprio caminho para lidar com a dor.

Enquanto caminhava em direção à cidade, a chuva continuava a cair, como se simbolizasse as lágrimas derramadas por todos nós. Cada gota que tocava meu rosto parecia reacender a saudade que sentia de Alice, a perda que nunca seria completamente superada.

Ao adentrar a cidade, fui recebido por ruas vazias e uma atmosfera sombria. O mundo parecia ter diminuído em seu brilho e vivacidade, refletindo o vazio que Alice havia deixado em nossas vidas. Cada lugar que passava trazia memórias dela à tona, uma recordação dolorosa de sua ausência.

Decidi buscar refúgio em um local tranquilo, longe das multidões e do burburinho da cidade. Encontrei um pequeno café, onde me sentei em uma mesa solitária, tentando encontrar conforto na quietude do ambiente.

Enquanto segurava minha xícara de café, as lágrimas voltaram a escorrer, trazendo consigo uma mistura de tristeza e saudade. Alice era uma presença brilhante em minha vida, uma fonte constante de alegria e humor. Agora, seu lugar estava vazio, e o mundo parecia um lugar mais sombrio sem ela.

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