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The contract

- Neymar Jr -

- Você vai continuar com ele? - Perguntei, indignado com a história que Alice havia acabado de contar e jogando o contrato que havia acabado de ler para trás.

Estávamos dentro do carro de Alice. Ela dirigindo, eu no banco do passageiro e Davi no banco de trás, apenas ouvindo toda a conversa.

Alice tinha conseguido uma cópia do contrato e, depois de ler, me ligou para que eu ficasse a par da situação.

- É como ele disse, nós vamos ter que nos aguentar na frente das câmeras, então é melhor resolvermos nossas questões pessoais para não deixar que atrapalhe nossa vida profissional.

Não, eu não estou ouvindo isso.

- Acho que eu nunca escutei algo mais absurdo do que isso. - Davi falou.

- Não, você não vai fazer isso. - Eu disse.

- Neymar, minhas alternativas são poucas. - Ela tentou se defender. - Esse contrato só vai acabar quando um de nós sair do Barcelona ou eu pagar uma dívida milionária.

- Eu pago essa dívida. - Disparei sem hesitar.

- Você viu o valor?

Não, eu não tinha visto.

Estiquei meu braço para trás e esperei que Davi me passasse o papel.

Virei algumas páginas e finalmente encontrei o tal valor.

- Eu vou ter que ensinar o Davi a ler qualquer coisa antes de assinar. - Falei, encarando aquela monstruosidade.

Alice soltou uma pequena risada.

- Não se preocupa, pai, eu só vou seguir os passos bons da Alice.

- É? Então você vai ficar parado o resto do vida. - Provoquei.

- Vocês são terríveis. - Ela disse, balançando a cabeça negativamente.

- Terríveis, mas não mentirosos. - Adicionei.

E foi nesse momento que o carro ficou em silêncio.

Davi estava jogando no celular, vi pelo retrovisor. Alice concentrada na estrada. Eu estava apenas pensando em como eles haviam sido capazes de armar tudo aquilo contra uma pessoa indefesa, como puderam usar os traumas e o psicológico dela para conseguirem dinheiro, como eles tiveram coragem de realizar atividades tão sádicas por motivo nenhum além de fama e dinheiro, que não duraria muito.

Eu não sei porque ainda me surpreendia com a humanidade.

Também não sabia se tinha mais raiva de Joan Laporta por ter armado tudo aquele esquema, de Adrian por ter usado seus conhecimentos em relação a Alice contra ela, de Xavi por estar envolvido ou do chefe do departamento de marketing, que havia visto algum benefício naquela ideia ridícula. Mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta: o pior era Pablo Gavira e eu o amaldiçoaria mais do que já havia feito com a bendita da Choquei.

- E então, madrinha? - Davi quebrou aquele silêncio ensurdecedor.

- Desculpa, meu amor, não entendi o que quis dizer.

- Te dei um tempo para pensar, quero saber se você ficou sã a ponto de tomar a decisão certa.

- Em relação a que, meu príncipe?

- A essa história de continuar namorando o Gavi, oras!

- Não vou terminar com ele, se é isso o que quer saber.

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