Capítulo 37.

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Andrei Bellini

Levar um tiro dói para um caramba. Mas confesso que levaria outro se isso fosse mantê-la a salvo e não sei se devo me preocupar com o rumo que os meus pensamentos tomam. Eu senti a sua mão quente na minha, e isso me fez despertar. Acordar e perceber que depois de toda a agonia ela está na minha frente é maravilho, aliás, é mais que maravilhoso, é o certo.

Significa que deu certo, que ela está novamente segura. Não resisto a tentação de beijar a sua boca, e fico olhando para o seu rosto, vejo as lágrimas e me preocupo. Ela não é de chorar. Ayla é alegria.

Seja lá o que lhe perturba, quero afastar, quero que ela fique bem. E posso imaginar que ela se culpa pelo o que aconteceu, mas não quero que pense assim, fiz o que fiz porque ela precisava, e isso é o certo.

- Os seus irmãos estão lá fora, vou sair para eles entrarem. -Ela diz e tenta se afastar, mas pego sua mão novamente.

- Deixa eles lá. Me deixe ficar mais um pouco com você. -Eu não tenho vergonha de pedir, quero a sua presença nesse momento. Ela me abre um sorriso e só sei retribuir. Beijo seus lábios.

- Mas nada de beijos, você precisa descansar. -Faço uma careta.

- Eu posso descansar com a língua na sua boca sem problemas nenhum. -Ela começa a rir.

- Mas como é atrevido esse nosso irmão. -O Lorenzo comenta entrando no quarto junto com os outros.

Quem chamou eles nesse momento? Estava garantindo meus beijos.

- E a parte do não podem entrar todos juntos? -Ayla pergunta.

- Já resolvemos essa questão. -O Henri fala com um sorriso, aprontaram alguma. - Como está?

- Sofrendo muito. -Respondo com uma cara de coitado e todos caem na risada, ninguém acredita.

- A Scarlett está a ponto de vir aqui e te dar uma surra por ter levado um tiro. Só não veio ainda por conta das meninas.

- Agora a sua mulher não me assusta mais Lorenzo, tenho a minha para me defender. -Digo rindo e todos riem e se olham.

Eu realmente disse isso? Que boca grande a minha.

Lorenzo Bellini

Totalmente apaixonado é isso que ele está. E a frase que escapou da sua boca só comprova isso. Mas ele, insiste em negar. Não acho que ele ficará mais muitos dias sem cair na real do que está sentindo.

Até porque, a missão definitivamente acabou e isso quer dizer que a Ayla pode voltar ao seu país assim que quiser. Estou curioso como os dois vão lidar com isso.

Só espero que meu irmão não faça a mesma burrada que eu fiz, porque quase fiquei sem a minha mulher por pura burrice minha.

Eu não sei como seria a minha vida sem a Scarlett hoje, e todos os dias tento recompensa-la pelos dias perdidas que passei longe dela. Agora temos nossas filhas e eu não poderia estar mais completo.

Posso até imaginar mais filhos no futuro, mesmo ela dizendo que não. Mas eu realmente gostaria.

Adorei isso de ser pai.

Ficamos conversando e a Ayla fica conosco, os médicos chegam e fingem não notar que estamos todos juntos, esse é o poder da influência.

Percebo o olhar do médico mais novo em cima da Ayla, isso vai ser bem divertido. Deixa só o Andrei perceber.

- Ayla. -Henri a chama. - Trouxemos uma roupa para que pudesse trocar. -Ela agradece e pega a pequena mala que pedi para um dos meus soldados preparar.

Ela sai da sala e vejo a cabeça do médico virar para encara-la. Que antiprofissional!

- Como é seu nome? -Andrei pergunta a ele.

- Frederico. -Responde animado.

- Achou aquela mulher bonita? -Ele da um pequeno sorriso.

- Achei. Ela é muito bonita. É sua irmã?

Ih... Me sento no sofá.

- Sabe porque estou aqui, Frederico? -Andrei pergunta.

- Porque recebeu um tiro, senhor.

- Estou aqui porque um homem qualquer ousou querer pegar aquilo que era meu para ele, acabei ferido, sim, mas adivinhe só? -Indaga. - Ele acabou morto. -O homem engole em seco. - Ouse sequer tentar se aproximar dela, sequer olhar para ela e o seu destino será o mesmo.

É bem engraçado a cena do homem a nossa frente quase se desesperando para terminar e sair da sala, todos ficamos olhando aquela cena e tentando não rir. O outro médico age normalmente, faz perguntas, examina e não fala sobre essa situação. A Ayla volta e nenhum dos dois dirigem sequer uma olhada para ela, assim que terminam, o Frederico abaixa a cabeça e sai apressado.

Agora ele entende o nível de ciúmes que sentimos. Não é pouco, e nada bom.

- Quando vai poder ter alta? -Ela pergunta.

- O médico disse que daqui a dois dias se tudo estiver correndo bem ele já vai poder voltar para casa. -Ela confirma.

- O jato estará pronto assim que a sua alta for assinada, vão poder levá-los para casa. -Comento, Ayla me olha. - Para os Estados Unidos.

Ela pisca os olhos e olha para o Andrei, ele não diz nada. Sei que quer entender qual caminho precisa prosseguir agora.

- Acredito que quando o Andrei se estabelecer nos Estados Unidos, você poderá organizar as suas coisas. -Comento com ela. - Sei que deve estar querendo voltar para o seu país.

Se o Andrei não vai agir, eu preciso fazer com que ele enxergue o que está acontecendo.

- Assim ela vai achar que estamos a expulsando, irmão. -Henri comenta.

- Quem sabe depois dos Estados Unidos não pode ir para o Brasil me visitar, Ayla? -Nikolai comenta.

Ela dá um pequeno sorriso. Vejo a careta do Andrei.

- Você nem gosta de visitas, Nikolai. Nunca nos chama. -O Andrei comenta.

- É que de vocês eu não faço questão, Andrei. -Decide provocá-lo.

Andrei estreita os olhos. Como eu adoro não ser eu o centro dessas provocações.

- Você está tão engraçado, Nikolai. Bateu a cabeça? -Ele questiona.

- Ah, como essa vida é boa, não é irmão? -Comento com o Andrei. - O mundo ele realmente gira.

- Lorenzo. -Ayla me chama. - Eu só preciso de uns dias para organizar tudo quando voltar, mas como você falou, eu vou precisar voltar ao meu país em breve.

É isso. Ela definiu como seria, e se meu irmão não acordar agora, ficará sem ela. Espero que ele faça o certo, porque senão vai sofrer muito.

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Mais ummm! Espero que estejam gostando. ❤️

Em breve tem mais.

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora