Capítulo 53.

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Andrei Bellini

Demoro um pouco para conseguir entender o que está acontecendo, meus olhos parecem pesados mas aos poucos eu consigo começar a despertar, pisco algumas vezes quando a claridade me atinge.

Olho ao redor e vejo que estou em um quarto, minha mente instantaneamente vai para tudo o que aconteceu, tento acreditar que foi apenas um pesadelo e que quando eu passar por aquela porta isso não vai ter acontecido.

Me levanto devagar porque ainda estou zonzo, não sei por quanto tempo eu dormir, eu nem ao menos vir aqui dormir, só lembro do Lorenzo me oferecendo um remédio para dor de cabeça. O desgraçado me dopou.

Mas então eu começo a montar novamente tudo na minha mente, lembro do que aconteceu, lembro do caixão, lembro dela... Instantaneamente os meus olhos se enchem de lágrimas, quero acreditar que não é real, quero acreditar que ao passar por aquela porta isso não aconteceu.

Caminho descendo as escadas a passos largos, ansiando encontrar algo diferente do que quando eu "dormir", clamando para que tudo ter sido apenas um péssimo pesadelo. Ao chegar em baixo vejo as pessoas cabisbaixas, me olham e vejo os seus olhos de pena, não quero acreditar que aquilo realmente foi real. Mas, parece que foi.

Não avisto os meus irmãos, começo novamente a ficar agoniado, não quero acreditar em nada nisso. Vejo a Scarlett vindo em minha direção, ela parece também cabisbaixa.

- Andrei... -Ela se aproxima. - Como..como está?

- Foi um pesadelo, não foi? -Pergunto ela. Quero que tenha sido apenas algo fruto da minha imaginação e de dias sem dormir, quero ter criado isso em minha mente como forma de escapatória. - Me diz, Scarlett, foi um pesadelo, não é? -Ela abaixa a cabeça.

Passo as mãos pelo meu cabelo. Não pode ser.

- Eu sinto muito, Andrei. -Diz.

Que realidade terrível e sombria.

- Eu quero a cabeça dele. -Digo a ela. - Quero a cabeça dele na minha frente, mas não quero que ninguém a tire, eu mesmo quero ser o homem que vai corta-la.

Agora em mim há apenas escuridão, há sede de vingança, há busca pela justiça.

- Andrei... -A Scarlett tenta em chamar.

- Não sei o que será de mim agora, Scarlett. -Sou sincero com ela. - A dor... que estou sentindo. -Respiro fundo. - Está insuportável. -Passo a mão pelo cabelo. - Nem tivemos a chance... -Ela me abraça, está chorando e eu acho que eu também.

Não quero ser assim fraco, mas eu não sei muito o que fazer quando todas as sensações que estavam em mim guardadas são obrigadas a virem à tona. Não queria chorar, me entregar ao sofrimento, mas nem aí menos sei como seguirei em frente com tudo isso.

Antes tudo era apenas momentos de prazer na minha vida, eu nunca imaginei um dia que eu estaria tão entregue ao ponto de amar alguém, e ao ponto de sofrer dessa forma. A nossa história começou como uma brincadeira, com momentos de irritação e divertimento, mas foi se tornando algo tão maior. Foi se tornando um sentimento, algo que eu não podia controlar, e quando vi... já estava perdidamente apaixonado por ela.

Eu não me dei conta no caminho, sou fui me entregando, ela também, fingíamos não ver os dias passando, mas estávamos cada vez mais perto. Até que eu, tão burro e tolo como sou, tive que ser um filho da puta e deixar com que ela partisse.

Eu não posso me perdoar, eu fui o causador disso em sua vida, se hoje Ayla L'Fontaine está morta é por minha culpa. Se eu não tivesse deixado ela partir, se eu não tivesse a afastado, se eu não tivesse sido tão arrogante e pensado apenas mim... ela estaria aqui, estaria viva.

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora