Ayla L'FontaineEscutar aquelas palavras dele com certeza mexeram com algo aqui dentro. Eu não posso negar que também estou com medo de algo der errado e perdê-lo. Mas eu sei que se eu não me arriscar, o meu futuro estará traçado, e não será nada bom.
Essa missão não foi informada aos conselheiros franceses, porque eles estão me pressionando a aceitar o pedido, se eu falasse, com certeza seriam contra a minha decisão. Então é por isso que preciso recuperar esses armamentos e mandar parte deles de volta a França. Para que eles tenham mais esperança.
Saímos daquele quarto em direção ao outro corredor. O Andrei puxa uma faca da sua perna, e quando estávamos próximo a porta, escutamos movimentação do lado de dentro. Ele me empurra na parede e começa a me beijar, a faca fica na altura do meu peito, mas com seu corpo na frente do meu, não dá para ver.
Escuto a porta se abrir e passos perto.
- Vocês não podem estar aqui nesse corredor. -Uma voz com um sotaque carregado diz.
Não podemos? Vamos ver.
O Andrei separa nossas bocas para olhar para o homem que está falando, apenas um. Ele tem uma arma em suas mãos.
- Ah, irmão. Você sabe como é... -O Andrei começa dizendo. E se afasta um pouco de mim. Em um movimento rápido e preciso, a faca que está em suas mãos está fincada na garganta do homem.
Pego rapidamente a arma em suas mãos, e o puxamos para o final do corredor. Não temos tempo agora de esconder o corpo.
Ele puxa a arma que estava em sua cintura e abre a porta com cuidado, olhando para o caminho de dentro. Ele passa pela porta e vou atrás dele, com toda a atenção e cuidado.
Vamos descendo as escadas devagar, escutamos vozes, mas não paramos de descer. Meu coração bate acelerado, a adrenalina percorre todo o meu corpo. Chegamos ao final da escada e consigo me deparar com o enorme arsenal de armamentos que eles têm.
Nos escondemos atrás de um caixote para começar a fazer reconhecimento do local. Avisto pelo menos uns 20 homens reunidos no final do galpão.
- Tem muitos deles. -Andrei comunica ao ponto. - Mas conseguimos ver vários caixotes de armas, nossas armas.
Ele olha para mim.
- Mande nossa equipe entrar. Precisamos dele.
- Assim que começar a confusão lá em cima, esses aqui serão avisados. -Ele diz o óbvio.
- Eu sei. -Digo. Ele comunica no ponto a entrada dos outros soldados, e rapidamente começamos a escutar uma movimentação. - Hora de agir.
Ele confirma com a cabeça.
Saímos de trás do caixote e nós colocamos em movimento, logo escuto o grito de um deles mandando alguns homens sairem. Assim que esse comando é dado, os que ficam estão em total alerta. Os outros saem e agora podemos atacar.
Saio de trás de um caixote para iniciar a sequência de tiros, mesmo em alerta eles são pegos de surpresa, o que me dá uma vantagem, já que consigo atingir alguns.
Escuros outros tiros e sei que é o Andrei quem está atirando. Logo começa uma troca de tiros, e alguns gritos são ouvidos. Vou por entre as caixas de carga, e cada um que encontro eu vou atirando, percebo também a aproximação dos meus homens, e vamos agindo.
A munição acaba e jogo a arma fora, pegando a minha pistola que estava preparada. Me abaixo no chão assim que vejo uma mora em minha direção.
O galpão é gigantesco, e a cada segundo parece ter mais soldados. Tanto os meus, como os deles. Eu perco o Andrei de vista, e torço realmente para que ele esteja bem.
Minha pistola acaba a munição e vou prestes a trocar, quando vejo um homem inimigo apontar a arma para mim. Por sorte do destino, a sua arma também está descarregada. Ele vem para cima de mim e começamos a lutar, com uma rasteira, ele cai no chão, mas me leva junto com ele, me levanto rapidamente e ele está com uma faca em mãos, logo estou com a minha.
Tento dar alguns chutes que ele desvia, e assim faço o mesmo com ele, nos aproximando, consigo atingir a faca em seu braço, fazendo um corte. Continuamos a luta, e sinto minha perna arder quando ele passa a faca por ela.
Com muita sorte, consigo prender seu pescoço em meus braços, o aplicando um mata-leão que faz com que ele caia no chão. Sei que minha perna está sangrando, mas não tenho tempo para resolver isso agora.
Busco novamente a minha arma e saio em busca de matar novos homens. Consigo atirar em dois, antes de visualizar uma porta.
Se existe essa porta, algo existe por lá.
Não demoro para ir até aquela direção, sempre atenta aos meus lados. Olhos várias vezes ao redor antes de abrir aquela porta e passar por ela.
É uma sala grande, com alguns móveis. Tem duas portas nela, vou com cuidado abrindo a primeira porta. A primeira visão que tenho é que é um escritório, vejo uma mesa no centro, com uma enorme cadeira atrás dela, alguns papéis em cima.
Entro um pouco e minha arma vai em direção ao homem que está sentado em um enorme sofá fumando um charuto.
- Te achei. -Digo para ele.
Ele abre um sorriso estranho.
- Não, Ayla. Eu te achei. -Ele diz sorrindo e sinto quando uma arma encosta na minha cabeça.
Abaixo a arma que estava em sua direção, se eu atirar, eu morro.
Era nesse momento que eu precisava que alguém entrasse aqui e acabasse com tudo.
- E antes que pense que alguém vem te salvar, as portas estão fechadas, e não há como quebrar. Planejei nosso encontro aqui desde que soube que viria para cá.
Alguém nos entregou. Filho da puta!
- Agora vai me matar? -Ele ri e se levanta.
Vejo quando outro homem chega por uma porta no fundo da sala.
- Te matar? -Ele pergunta sorrindo. - Eu vou me casar com você, Ayla. Vim buscar a minha noiva.
O seu sorriso é a última coisa que vejo quando um pano preto é posto no meu nariz e as coisas começam a escurecer.
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Xiii... 😬 E agora, Ayla?
Comentem o que estão achando. Em breve tem mais ❤️
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A Conquista - Série Família Bellini II
Romansa"Ela não se esconde, se faz presente, me atormenta, me fascina. De tantos prazeres, não imaginaria que o dela, seria o que eu mais queria". Ayla L'Fointaine não é uma mulher fácil, crescer sendo filha única e ter que assumir a sucessão do seu pai...