Capítulo 01.

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Ayla L'Fontaine

  É impressionante a capacidade desses homens de quererem tirar minha paciência. Ontem mais uma vez tivemos uma carga roubada, e agora esses malditos estão me crucificando por isso, como se eu tivesse alguma culpa.

— Não da para continuarmos desse jeito, Ayla. -Um dos velhotes diz.

— Vocês quiseram atiçar os problemas com os turcos, agora eles estão revidando eu sou a culpada? -Questiono.

— Se case com o Amir Shaid. -Agora eu gargalho. Todos me olham.

Eles estão de brincadeira com a minha cara?

— Vocês querem que eu me case com o príncipe da máfia turca? -Pergunto risonha, esses caras são engraçados.

— Vê outra alternativa? Ou nos juntamos a ele, ou nós seremos destruídos.

— E o que leva vocês a acreditarem que ele não irá nos destruir depois do casamento? -Questiono. — Casamentos estão fora de cogitação. -Sou clara.

— Deveria aproveitar as oportunidades, Ayla. Um casamento seria vantajoso para todos.

Ah, claro que seria. Comigo sendo marmita, seguindo ordens, obedecendo. Me poupe.

Saio da pequena reunião irritada, eles são os únicos capazes de me irritarem a esse ponto, logo eu que sou bem tranquila.

Agora estou repassando alguns passos com os homens que trabalham para mim, quero que tudo esteja o mais organizado possível.

Me considero super brincalhona, alegre, festeira, mas em relação ao trabalho eu não tolero erros.

Volto para minha sala após repassar um dos planos seguintes.

— Ayla, você tem visita. -Alice me avisa, arqueio a sobrancelha.

— Quem? -Pergunto.

— Lorenzo Bellini. -Fico surpresa por poucos segundos, conheço esse homem pelas vezes que meu pai comentou, ele e meu pai eram amigos, ele é chefe da máfia da Bélgica e supervisiona boa parte das máfias do mundo.

— Mande-o entrar. -Ela afirma e sai da sala. Espero alguns segundos até ver a porta sendo aberta novamente.

— Lorenzo Bellini, a que devo a honra da sua visita? -Questiono ao bonito homem ao entrar em minha sala.

— Soube da morte do Oliver, sinto muito por isso. -Diz mas não demonstra muita reação.

—Sim, meu pai morreu e agora eu cuido de tudo. -Aponto a cadeira para que ele sente, logo o mesmo o faz. — Mas não acho que veio aqui apenas para me desejar condolências.

— Não irei enrolar nossa conversa, seu pai e eu tínhamos contato, quando existia conflitos poderíamos contar um com o outro. -Arqueio a sobrancelha. — Soube que existe uns por aqui.

— Está informado, mas acho que não veio aqui apenas para me oferecer ajuda. -Dou um sorriso.

— Os turcos também estão atrás do que é meu, especialmente nos Estados Unidos. Além de estarem trabalhando com tráfico de mulheres, e por isso eu vim propor um acordo, a máfia inglesa e a máfia francesa juntas.

— E por que o chefe da máfia dos Estados Unidos não está aqui? -Questiono. Ele reside na Bélgica, existe alguém por trás nos Estados Unidos. — Ou comanda tudo sozinho?

— Meu irmão quem cuida da máfia dos Estados Unidos, somos uma grande família que comanda boa parte do mundo. -Se vangloria, permaneço sem reação. — Vai conhecê-lo, assim que pisar lá.

— Assim que pisar lá? -Arqueio a sobrancelha. — Você não pode achar que irei sair do meu país.

— Mandarei mil homens para cá assim que colocar os pés no avião, terá controle direto da situação que acontece aqui, de lá estará junto ao Andrei a frente das decisões da missão.

— Não ache que pode vir aqui e ditar o que devo ou não fazer, Lorenzo. Você e meu pai eram amigos, mas eu não sou sua amiga. -Digo sendo clara para ele.

— Não, não somos, porque se fôssemos, saberia que isso é o melhor a se fazer. Você não tem homens suficientes, mas tem equipamentos e aliados, como Portugal, Holanda, e eu tenho alianças com Rússia, Brasil, Inglaterra, Itália e os Estados Unidos, estou te propondo algo que vale a pena.

— Certo, você fez sua tarefa de casa, mas eu também fiz, Lorenzo. -Me levanto e caminho por minha sala.— Você perdeu metade dos seus armamentos por conta do turco Leon Mikaelson, e é daí que o seu ódio pelos turcos cresce ainda mais, porque você não conseguiu pegar os produtos de volta. Estou aliada à Portugal, Holanda, Rússia e Itália. O ponto é que os italianos estão com problemas internos, e o chefe da máfia Russa é seu sogro. -Dou um sorriso.

— Soube que o conselho francês está atrás de você, te cobrando força, alianças e estavam até te propondo casamento, certo? -Franzo a testa.

— Está me pedindo em casamento? -Pergunto irônica.

— Não, como sabe, sou muito bem casado. -Mostra a aliança no dedo. Eu sabia. — Estou te propondo que vá até os Estados Unidos e que fechamos essa aliança, meus homens, seus armamentos. -Arqueio a sobrancelha. — Meu irmão, Andrei, estará a frente de tudo, juntos poderão traçar a melhor estratégia de missão. O jato estará pronto amanhã de manhã, se decidir aceitar, esteja lá às nove horas. -Ele se levanta e ajeita o blazer, e me estende a mão. — Espero que faça a coisa certa. -Aperto a sua mão e ele se vira saindo da minha sala.

Mas que merda!

Pensando de maneira racional, é uma boa proposta. Teria homens para tomar tudo de volta, mas não quero ter que sair do meu país, ainda mais para dividir ordens com alguém que nem conheço. Não gosto de trabalhar assim.

Sei muito bem trabalhar sozinha, e não preciso de um velho dos Estados Unidos querendo mandar nas minhas decisões.

A única coisa que posso fazer é acionar o concelho e ver o que aqueles vermes têm a dizer.

— Lorenzo é alguém forte, acho que é o certo a se fazer. -Um deles diz depois que conto a proposta.

— Se você for, quem vai ficar no comando aqui? -Levy, um outro membro do concelho fala.

— Acho que não entendeu, Levy. Se eu for, ainda continuarei a frente de todas as decisões, não achem que é porque meu corpo vai estar longe que alguém vai tomar a frente das decisões. Eu continuo no comando. Se for para eu ir e não continuar no comando, não irei.

— Eu acho isso muito errado. -Um outro diz.

Finjo não escutar. Não confio em nenhum deles.

— É a nossa única opção para lidar com os turcos. -Um deles diz. Outros concordam com ele. — Você deve ir.

— Então é isso, irei para os Estados Unidos. -Digo tomando minha decisão. Que seja a certa.

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A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora