Capítulo 44.

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Ayla L'Fontaine

Não foi uma das minhas melhores noites de sono, mas ainda assim consegui dormir um pouco, mas é inevitável não acordar e pensar em tudo que aconteceu, pensar em como era acordar ao seu lado.

Me levanto para afastar esse pensamento, preciso focar em mim agora. Começo a me organizar, não demoro a estar pronto, desço para a cozinha e o café da manhã já se encontra pronto, não sinto fome, mas preciso comer.

Assim que termino de comer, me coloco em movimento e aciono meus seguranças, hora de voltar a ativa, hora de voltar ao trabalho por aqui. Cumprimento todos eles e o carro se movimenta para o caminho da academia francesa.

Demora alguns minutos até que o carro estacione em frente a grande sede da máfia francesa, a minha máfia.

- Bem-vinda de volta, senhora. -Noah me cumprimenta.

- Obrigada. Vamos ao trabalho. -Digo a ele e começo a andar pelo local. Assim que vou passando pelas pessoas algumas vão me cumprimento, outras me dando parabéns pelo sucesso da missão.

Chego ao andar dos conselheiros, hora de dar de cara com esses velhotes e encarar tudo.

- Bom dia, senhores. -Os cumprimento ao chegar na sala, eles fazem o mesmo. - Como estamos por aqui?

- Conseguimos recuperar boa parte dos nossos armamentos, os turcos parecem não ser mais um problema para nós. Fez um bom trabalho, Ayla. -Lil, um deles diz.

- Foi o que eu disse que ia fazer. -Respondo a ele.

- Só me preocupa o fato de ter outros turcos virem nos atacar. -Levy, o pior deles, fala. - Começamos uma guerra com eles, matamos o seu líder, o que farão conosco? -Pergunta.

- Não farão nada, Levy. Trabalharemos para estar a frente deles, para saber tudo aquilo que eles vão traçar para nos atingir.

- Além que tivemos problema com um pequeno grupo da Itália. -Ele continua, arqueio a sobrancelha.

- Como não me disseram isso? -pergunto indignada.

- O Levy cuidou de tudo. -Um outro diz. Estreito os olhos.

- Senhores, vocês podem ser muito importantes para o nosso progresso, mas a chefe disso aqui sou eu, se temos um problema, eu preciso saber. Como não me avisaram?

- Você está muito ocupada brincando de casinha, Ayla. Eu cuidei de tudo. -Levy fala e tenho vontade de socar a sua cara, esse cara é um escroto.

- Não, Levy. Eu não estava brincando de casinha, estava na porra de uma missão para salvar a nossa máfia.

Eu estou muito indignada, ele toda vez quer arrumar um motivo para me tirar do sério.

- Ah, não estava? Então vai me dizer que não foi parar na cama daquele americano? -Me questiona.

- O que você tem a ver com a minha vida pessoal? -Pergunto. - O que eu faço ou deixo de fazer quando estou fora do trabalho não é problema seu.

- Passou a ser problema meu assim que você desviou o foco da missão para brincar de namoradinha. -Me seguro para não ir para cima dele, o Levy é sempre assim, quer me provocar para eu perder a paciência. - Se tivesse focado apenas na missão, teria terminado muito antes.

- Vamos nos acalmar aqui. -Lil fala. - A Ayla fez um bom trabalho, merece o crédito por isso.

Me sento na frente deles e começo a passar e conferir relatórios, de vez em quando sinto a alfinetada para que eu perca o controle, não vai acontecer. Não mesmo.

Já sei que temos uma nova missão para fazer. O trabalho não para, temos inimigos, e temos que nos proteger dos ataques, tudo é passado para mim e ainda essa semana terei que organizar isso.

Volto para casa pela tarde, tenho que me organizar para uma festa de boas-vindas junto a organização de novos eventos.

Por sorte, tenho vários vestidos prontos para uma ocasião assim, então no horário indicado eu estou pronto, me olho no espelho e consigo me achar muito bonita. O vestido é longo, bem decotado o que deixa meus seios bem a mostra, tem uma fenda na lateral também.

Vou descendo a escada olhando para o chão para ter maior cuidado de não cair.

- Caralho! -Escuto alguém proferir. Olho para ele que está vidrado de me olhando.

- Noah... -O alerto. Ele sorri, termino de fazer a minha descida.

- Desculpe, não consigo esconder isso. -Me diz, se aproxima, os olhos vão diretamente para os meus seios. - Você é perfeita. -Me elogia. Ele da alguns passos à frente, engulo seco. - Tão bonita, senhora. Eu não consigo mais esconder o quanto eu gostaria de ao menos beija-lá.

Ele é muito bonito, isso eu não posso negar. Mas será que eu estou pronta para entrar em uma nova confusão? Será que estou pronta novamente para misturar prazer com trabalho? E por que eu estou me sentindo culpada por estar olhando esse homem na minha frente?

- Noah.. -Eu digo. Que confusão a minha mente está.

- Eu não vou fazer isso agora. -Ele passa a mão pelo meu braço. - Quero que pense se quer isso, até o final da noite você me dá uma resposta. -Fala e beija a minha testa.

Eu cheguei ontem... É cada confusão que eu me meto.

Isabella Bellini

Não dá mais para aguentar a depressão do meu irmão. Eu nunca vi o Andrei tão na dele, faz dias que não o vemos, faz dias que ele não sai de casa, não vai trabalhar, não foi mais para a academia, só fica dentro do apartamento.

Meu irmão não sabe sofrer, ele não sabe o que é vida sem alegria, ele não está acostumado com isso. O Andrei passou a vida inteira fugindo de viver assim, por isso o medo de se entregar, por isso o medo de estar seriamente com alguém, ele sabe a dor da rejeição. Aliás, todos nós sabemos, todos nós sofremos tudo que os nossos pais - se podemos chamá-los assim - nos causaram.

Foram anos de rejeição, anos de violência, anos sem saber o que era felicidade. Por isso ele age dessa maneira, tudo isso o assusta.

Mas não posso negar o fato que ele está sendo um babaca com ela, aliás, consigo mesmo. Está deixando a chance de viver um grande amor por medo.

Eu não gosto de ver isso.

Reúno meus irmãos na mansão.

- A gente precisa fazer alguma coisa. -Digo a eles que se olham. - Esse comportamento do Andrei é inaceitável.

- Ele continua no apartamento? -Nikolai pergunta.

- Faz mais de uma semana que ele não dá notícias, sabemos que ele está no apartamento, mas não temos mais notícias dele.

- Por parte, foi bom, ele precisa sentir a dor da perda, precisa saber o que é sofrer, o que é ficar sem ela. Só assim ele vai deixar o orgulho de lado. -Lorenzo fala e concordamos.

- Temos que fazer alguma coisa. -Eu digo.

- Qual a sua ideia? -Scarlett se interessa.

- Não é óbvio? Ciúmes. -Ela sorri. - Funcionou com o Lorenzo.

- É funcionou. -Ele revira os olhos e nós rimos. Fica mexendo no celular.

- Estou falando sério agora, precisamos tirá-lo daquele apartamento e fazer ele enxergar tudo que está acontecendo. -Falo.

- Só temos um pequeno problema. -O Lorenzo fala. Olhamos para ele. - Eu acho que o ciúmes vai ser mais verdadeiro que o esperado. -Ele nos mostra a tela do celular.

A Ayla está na foto ao lado de um homem que está com a mão na sua cintura. E o maior problema? Esse homem é verdadeiramente bonito.

É Andrei, parece que você tem um pequeno problema.

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Em breve tem mais. Comentem!! ❤️

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora