Capítulo 36.

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Ayla L'Fontaine

Olho a cena na minha frente e vejo o Amir estirado no chão, surge um sentimento de felicidade naquele mesmo momento, mas só dura até ver o sangue perto dos meus pés. Olho para o lado e o Andrei está com a mão cheia do líquido vermelho.

- Porra. -Ele grunhi e me afasto para olhar todo para ele, meus olhos se arregalam com a cena que tenho.

Ele foi atingido.

- Andrei. -Chamo por ele me aproximando e ele me olha, olho para o outro lado e Nikolai está olhando para nós. Ele se aproxima também e retira a arma do Amir.

- Está tudo bem. -Ele tenta sorrir mas acaba tossindo. Não, não está.

O tiro foi um pouco acima do peito. Minha mão vai para aonde a sua está tentando fazer com que o sangue cesse, troco a sua mão pela minha e começo a pressionar.

- Precisamos tirá-lo daqui. -Nikolai diz e confirmo.

- Como está lá na frente? -Pergunto.

- Controlamos o local. -Confirmo com a cabeça.

Ele me ajuda a andar com o Andrei que tenta fazer alguma piada, mas apenas fica tossindo. Não demoramos para chegar à frente do local e ter um carro a nossa espera, o colocamos na parte de trás do veículo e fico com a cabeça dele no meu colo.

Agora tenho algumas ataduras - que não sei como chegaram até mim - a cobrir o ferimento, enquanto faço um cafuné em seus cabelos. O Nikolai da partida rapidamente no carro.

- Andrei. Fala comigo. -Ele da um pequeno sorriso.

- Eu vim te buscar, paixão. -Eu confirmo com a cabeça.

Sim, ele realmente veio.

Meu coração está apertado. Meus olhos parecem querer pesar e me controlo para não chorar. Isso não pode estar acontecendo.

- Você é incrível demais. -Digo a ele que me olha.

Os olhos azuis que me conquistaram, estão agora mais escuros. Beijo de leve a sua boca, eu só quero que esse pesadelo termine e tudo fique bem.

- Está com muita dor? -Eu pergunto.

- Um pouco. -Ele faz uma careta.

- Niko, vai mais rápido. -Falo para o Nikolai, como se ele já não estivesse correndo o bastante. - Já vai passar, eu estou aqui. -Digo a ele que fecha os olhos. - Não, olha para mim, não fecha os olhos. -Ele abre rapidamente mas não consegue deixar aberto. Beijo sua testa.

Minutos depois que parecem horas ele estaciona e já temos uma maca do lado de fora assim que descemos do carro, eles pegam o Andrei e começam a correr para dentro. O hospital que estamos é vinculado com a máfia russa, nossa aliada.

Encontro o Lorenzo, o Henri que estão ali também presentes.

Fico afastada, isso é culpa minha, ele está dentro da sala de cirurgia por culpa minha. Se algo acontecer...

Se ele morrer... a culpa será toda minha.

- Ayla. -Lorenzo me chama. Por que eu quero chorar?

Por que está doendo como se eu tivesse levado um tiro?

- Eu sinto muito por isso, Lorenzo. A culpa é toda minha. -Ele nega com a cabeça.

- O Andrei sabia dos riscos quando foi até lá, Ayla. Além que, não esqueça que os dois estavam nessa missão, os dois estavam trabalhando nisso. -Ele não me convenceu de me isentar da culpa.- Ninguém aqui te culpa por nada, e tenho certeza que muito menos ele.

- E quanto ao Amir? -Pergunto mudando de assunto.

- Está morto. Não vai mais te perseguir. -Queria que o alívio tivesse sido completo, mas não é. Não enquanto não souber como ele está.

Confirmo com a cabeça. Não tenho muito o que falar nesse momento, não entendo a total agonia que estou sentindo. As horas parecem me castigar, já que custam a passar, a cada segundo que passa eu fico ainda mais apreensiva para saber o seu estado.

São mais de seis horas de espera quando finalmente vemos um médico vir em nossa direção. A minha ansiedade me faz quase correr para junto dele.

- Conseguimos remover a bala, foi uma cirurgia bem delicada, tiveram vários momentos bem conturbados. -Meu coração se aperta, não quero pensar nisso. - Mas no final as coisas começaram a correr bem, acreditamos que a sua melhora será definitiva, claro que ele terá que ficar em observação pelas próximas horas, e realizar novos exames, mas até então, tudo corre bem.

Sim, agora consigo sentir o alívio que gostaria. Tudo vai ficar bem.

- Queremos vê-lo, ele já acordou? -Lorenzo pergunta.

- Ele deve sair do efeito da Anastasia nos próximos minutos, não posso deixar que todos entrem de uma vez, precisa ser um de cada vez. -O médico responde.

Confesso que gostaria de estar lá quando ele abrisse os olhos.

- Ela vai. -O Lorenzo fala e olho para ele.

- Você é o irmão dele. Vá primeiro. -Falo.

- E você é a m....-Ele se cala. - Eu tenho certeza que ele gostaria que você fosse, nós podemos esperar. Já sabemos que ele está bem.

Confirmo com a cabeça muito confusa. O médico pede para acompanhá-lo e faço isso, andamos alguns metros até chegar na parte que ele está, ele abre a porta para mim e posso ver o rosto bonito com um semblante calmo.

A porta é fechada e sinto vontade de chorar. Permito que algumas lágrimas rolem pelo meu rosto, eu senti tanto medo que algo acontecesse com ele, senti tanto medo de nunca mais poder vê-lo.

Me aproximo da sua cama, os braços cheio de fios conectados, toco em suas mãos. A mão que ficava entrelaçada na minha, a mão que passou pelo meu corpo.

Me abaixo e beijo a sua mão.

- Cheguei ao céu? - Escuto sua voz baixa. Olho para seu rosto. - Estou vendo um anjinho na minha frente.

Não consigo não rir. Por que ele precisa ser assim... tão perfeito?

Me aproximo e beijo seu rosto.

- Está chorando? -Só agora me dou conta que ainda existem lágrimas saindo do meu rosto.

- Nada demais. -Respondo. Ele me analisa.

- Você está bem? Aconteceu algo?

- Está tudo bem, agora está tudo bem. -Ele usa a mão que estava beijando para tocar meu rosto. Faz um carinho leve na minha pele.

- Não quero que fique pensando nada a respeito disso. Fiz o que deveria fazer, e faria novamente se fosse preciso. -Ele diz, eu tento concordar. É complicado.

- Você realmente levou um tiro por mim? -Pergunto alisando o seu rosto.

- É isso que se faz quando você decide ser o príncipe da história. -Ele diz e me dá um sorriso, só faço sorrir de volta.

Puxa meu rosto para perto do dele e encosto nossos lábios. Como eu queria isso de novo, olho em seus olhos, tantas coisas parecem passar por ali. Tantas coisas mudaram dentro de mim.

Todas as sensações que senti, toda a agonia, a ansiedade, angústia, o alívio após saber que ele está bem... Tudo está tão claro.

O mar azul que me encara e poderia ficar o tempo inteiro olhando para ele que não me cansaria.

Está tão claro, tão óbvio. Eu me apaixonei por esse homem.

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Hummmm... ❤️👀
Muita coisa ainda para rolar. Espero que estejam gostando!!!

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora