Capítulo 54.

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Andrei Bellini

Um traidor. Meus olhos vão instantaneamente para a direção de Noah que passa a mão na boca para enxugar o sangue.

- Quem? -Pergunto, já aguçando meu instinto de predador. Não escondo a minha vontade de escutar que aquele nome seja Noah Luccacio. Quero matá-lo, e não exitaria nem um segundo para fazer isso nesse momento.

- Tyler. Tyler Rodrigues. -Arqueio a sobrancelha e olho para o rosto do meu soldado. - Não sei se o senhor se recorda dele, mas esteve conosco na missão nos Estados Unidos.

Eu acho que me recordo dele. Mas... por quê?

- Por que ele? -Pergunto. - Dinheiro, talvez?

- Não sei responder ao certo, Senhor. Terá que saber diretamente dele, mas a questão é que ele estava trabalhando diretamente com o mandante do sequestro, em como acreditamos que seja o Levy, um dos conselheiros franceses.

- Poderá haver outros? -Pergunto.

- É uma possibilidade, mas desde o desaparecimento da Ayla, conseguimos contato com todos os outros, menos dele. Pedi para que as minhas fontes fossem atrás e achamos uma comunicação direta entre Tyler e Levy, qual outro motivo teriam para se falarem?

É, isso faz todo o sentido. O inimigo estava ao meu lado e eu não sabia, puta que pariu!

- Até ainda pouco esse Tyler estava aqui. -Ele fala. Que caralho! - Não sei se ele voltará, mas se voltar estaremos atentos aos seus passos. -Confirmo.

- E o Noah? -Pergunto a ele.

- Até agora não temos nenhuma informação de envolvimento dele, Senhor. -Confirmo com a cabeça. Tem que achar alguma coisa.

- A comunicação estará ativa, qualquer mudança que estiver pode acionar, agora terei que ir, quero chegar lá o quanto antes. -Ele confirma.

Todos aqueles que ousaram encostar um dedo nela terão o mesmo fim: a morte. Nenhum deles ficará vivo, me encarregarei de acabar com cada um.

Caminho para a saída, meus soldados me seguem, o Lorenzo vem junto, encontro o Henri do lado de fora também.

- Lorenzo, melhor que você fique. -Eu digo a ele.

- Vou com você, Andrei. -Nego com a cabeça.

- Não quero que vá, você sabe o que pode acontecer, sabe que podemos morrer no embate. -Ele revira os olhos. - Não quero que a Scarlett saiba o que é perder o marido.

Ele estreita os olhos.

- Eu vou, Andrei. Sempre estivemos juntos em momentos conflituosos, não será agora que isso irá mudar.

- Você tem mulher e três filhas, pense nelas. -Sou rude. - Não quero carregar mais nenhuma morte nas costas.

- Andrei, você não teve culpa disso. -Nego com a cabeça.

- Ah, jura? -Sou sarcástico. - Se eu não tivesse feito o que fiz, ela ainda estaria aqui. -Digo o óbvio.

- Você não pode ter certeza. -Nego com a cabeça. - Não sabe, Andrei, não sabe se eles iriam até lá buscá-la.

Nada que fale será capaz de me fazer pensar ao contrário.

- Deveria pensar em sua família, eu vou conseguir me virar. -Respondo a ele.

Viro as costas e sigo em frente, não quero mais perder o tempo conversando sobre isso. Entro em um carro com meu soldado e vejo quando toda a equipe começa a sair, começamos a seguir pela estrada de terra a nossa frente.

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora