Capítulo 55.

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Andrei Bellini

A adrenalina corre em minhas veias, a agitação percorre pelo meu corpo, preciso equilibrar a minha respiração e estar consciente de tudo aquilo que poderá acontecer. Tento acalmar meu coração e minha mente, eu posso encontrar nada ao descer esses degraus.

Começo a descer a longa escadaria, com o mínimo de movimentos, agradeço mentalmente pela escada não ser de madeira e assim não fazer barulho, senão a minha localização teria sido revelada. A luz no ambiente é baixa, vejo uma sala com uma luz amarelada ligada, ao canto uma mesa cheia de armas, um sofá no canto, uma pequena geladeira no outro. Vejo uma porta aberta e uma luz sair de dentro também.

Escuto risada ali dentro, meus olhos estão atentos, escuto barulho de correntes e devagar me aproximo. Estanco na porta, meus olhos correm pelo ambiente, um calafrio passa dos meus pés até o fio da minha cabeça.

O homem não me viu, está de costas, com uma faca rodando em seus dedos, de frente a uma cadeira. Vejo os pés presos na cadeira, o corpo dele que está na frente.

- Te achei, filho da puta. -Falo para ele que se vira assustado. Tolo. - Achou que estaria escondido de mim por muito tempo?

Vejo quando ele engole seco. Tenta falar algo mas as palavras não saem. Não quero matá-lo agora, tudo aquilo que quero fazer com ele terá que esperar e será ainda mais doloroso do que atirar em seu peito.

Não demoro em atirar em um de suas pernas, vejo quando a perna falha e ele fica com ela no chão. O corpo também se vai naquela direção.

Quase dou um passo para trás quando vejo a cena na minha frente. Pisco os olhos várias vezes, um bolo parece forma-se em minha garganta, meu coração acelera e a vida parece querer ganhar cor novamente.

Vejo os cabelos marrons que tanto me atraem, o rosto que agora está a olhar para mim, os olhos assustados me encaram, observo seu corpo com marcas de sangue, com tentativas de fazer com que ela sofresse. Meu coração se aquece, se for um sonho, eu não quero acordar, todo o sofrimento parece se esvair e tudo parece fazer sentido novamente. Ela está aqui. Está viva. É difícil acreditar, as palavras do meu irmão voltam a tona na minha mente. Ele tinha razão.

- Você... -Eu tento dizer algo. - Paixão... -Meus olhos cintilam uma fina camada de lágrimas.

- Andrei... -Ela sussurra baixo, como eu senti falta disso. Céus! Como eu senti falta de tê-la me chamando, de escutar sua voz, como eu senti falta de estar com ela.

Como eu achei que poderia viver sem ela?

Respiro fundo para controlar a emoção naquele momento lembrando que preciso tirar nós dois daqui. Comunico aos meus soldados que achei o que estava procurando, olho para o Levy no chão sangrando. De olho atento nele vou me aproximando dela que está toda amarrada, solto primeiro as suas mãos, a minha respiração está pesada.

Não consigo acreditar que ela realmente está aqui, está viva, está VIVA. Escuto passos e me posiciono em alerta, relaxo ao ver meu irmão entrando no ambiente, olha de mim para a Ayla e parece ficar satisfeito com o que vê.

Agora que ele está aqui, posso focar meus olhos inteiramente nela, ajudo com que desfaça os nós que estão prendendo ainda o seu corpo. Ela está pálida, quase sem força, vejo todo o sangue ao redor e sei que ela sofreu com isso. Quando ela está livre dos nós ela tenta se levantar mas acaba falhando as pernas, faço com que se sente de novo.

Sem me importar com todo o frio que está lá fora eu retiro o colete, retiro o casaco e a blusa, pego a blusa primeiramente e enrolo na sua coxa, fazendo com que o sangramento comece a estancar. O casaco eu ajudo que ela coloque e faço o mesmo com o colete.

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora