Capítulo 50.

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Ayla L'Fontaine

Minha cabeça dói, meu corpo dói, começo tentando abrir os olhos para recobrar a consciência de tudo que está acontecendo, aos poucos começo ter clareza de tudo o que me rodeia, minhas mãos e pernas estão amarradas, sinto dor em todos meus músculos, mas o que mais me dói é saber da traição.

- Finalmente acordou. -Fala com um sorriso nojento no rosto. - Sabe, Ayla, eu pensei várias vezes em te matar enquanto você dormia, mas eu decidi causar dor não só em você. -Continua sorrindo. - Mas em todos os que te rodeiam.

- Por que está fazendo isso? - Pergunto.

- Antes de chegar nessa resposta, quero que você saiba algumas coisas. -Ele suspira e sai andando. - Sabia que o americano foi te procurar? -Meu coração bate mais rápido. - E eu adorei saber dessa informação. -Ele sorri. - Vou adorar causar nele toda a dor possível.

- Fica longe dele. -Respondo, ele ri.

- Calma, Ayla. Não está nos meus planos matá-lo, e sim que ele assista a sua morte.

Meu corpo estremece.

- Me diga o porquê.

- Você é tão ingênua, sempre foi uma pedra no meu sapato. -Me responde.

- Por que está fazendo isso, Levy? -Pergunto novamente.

Ele anda pelo lugar.

- A máfia francesa era para ser minha, todo o império era para ser meu, mas ai você chegou e seu pai como o fraco que era colocou nas suas mãos o poder daquilo que eu passei a vida inteira me dedicando, nas mãos de uma criança. -Ele esbraveja.

- Meu pai confiava em você. -Respondo.

- Seu pai era um tolo, um fraco, tinha medo de tomar as decisões, queria ser o apaziguador.

- Você é nojento. -Respondo enjoada.

- Antes da morte do seu pai eu tentei me aproximar dele, tentei faze-lo ver em mim alguém para assumir aquilo tudo, mas você, mais uma vez, tinha que ficar no caminho. Ele disse que você seria a sucessora, você quem assumiria. -Ele para em minha frente. - Então eu tinha duas pessoas para derrotar, ele e você. Não foi difícil matá-lo. -Dói ouvir aquilo.

- Você matou o meu pai? -Meus olhos ardem, uma raiva sobe pelo meu corpo. Eu não consigo acreditar, não consigo acreditar que o inimigo estava ao lado e eu não percebi. Achei que era apenas implicância dele.

- Tão tolo, tão fácil e ainda mais fácil culpar a sua velhice com a morte. Sabe o que ele pediu antes de morrer? -As lágrimas caem no meu rosto. Como eu não vi isso? - Para poupar a sua vida. -Aponta para mim e sorri. - Não vou fazer isso, óbvio.

- Eu vou te matar, Levy. -Ele gargalha.

- Acredita que eu ainda pensei em te dar outro destino? -Fala. - Aliás, trabalhei para isso. Contatei os turcos e descobri que o líder deles queria uma esposa, aí eu pensei: vou te vender para o Amir porque você ficará lá e a máfia francesa estará nas minhas mãos. -Senta na cadeira em minha frente. - Mas não, tinha que aparecer aquele filho da puta para estragar tudo.

- Você é maluco, colocou a máfia francesa na mira dos inimigos. -Digo a ele. - Aliás, VOCÊ será nosso inimigo.

- Tudo arquitetado, era um acordo entre mim e o Amir. Ele queria você e eu queria a máfia, no final ambos sairiam satisfeitos.

- Ah, e você acha mesmo que ele ia te entregar a máfia depois de conseguir o que queria? Ia tudo ficar para ele. -Respondo o óbvio.

- Agora não importa mais, ele está morto e em breve você fará companhia a ele. -Responde.

A Conquista - Série Família Bellini IIOnde histórias criam vida. Descubra agora