A Conquista - Série Família Bellini II

Capítulo 20.

Ayla L'Fontaine

Depois daquele contato -um tanto quente- na balada, nós não tivemos mais esse tipo de conversa. Principalmente pela minha parte, confesso que é difícil resistir aos seus olhos, meu corpo parece sempre acender quando ele está por perto e acho isso tudo estranho, mas não posso ceder.

Vou para uma sala de reunião afastada na academia e já me preparo para a conversa com os conselheiros franceses, eu não gosto desses caras, mas infelizmente não posso tirá-los do meu caminho - ainda.

- Boa noite a todos. -Digo a eles assim que entro na chamada de webcam.

- Estou achando essa missão com muita demora, Ayla. Foi aí para passear? Cadê os resultados? -Levy, o pior deles já começa falando.

Tenho que respirar fundo para não mandá-lo tomar naquele canto.

- Levy, como eu falei há alguns dias, conseguimos conquistar um ponto, mas não tivemos o sucesso de saber qual a localização exata do Amir, pelo menos não ainda. -Digo a eles.

- Sabe que todo nosso inferno acabaria se aceitasse a proposta feita por ele. -Ele diz. - Não é todo dia que um sheik árabe quer casar com você, Ayla.

- Você quer deixar a nossa máfia a mercê de um árabe? - Questiono irritada. - Não ache que vou colocar todo o esforço do meu pai de conduzir com essa merda e simplesmente jogar tudo fora. -Digo a ele e todos os outros me olham.

- E você quer destruir a si própria e a todos nós, não é isso? -Ele pergunta. - Case com o Amir e esse inferno acabaria.

- Isso está fora de cogitação.

- Não está, Ayla. -Ele diz. - Sabe que somos a maioria aqui, e por mais que seu pai tenha te criado com muitas regalias, poderíamos complicar a sua vida caso continue indo contra nossas decisões. -Que velho asqueroso.

- Está me ameaçando? -Questiono incrédula.

- Não. -Ele diz. - Estou te avisando, o tempo está correndo, e a cada dia estamos na mira desses homens, o Amir não vai segurar essa proposta por muito tempo.

- Vocês só podem estar loucos. -Digo a eles.

- Ayla. -Robert, um outro conselheiro diz. - Infelizmente tenho que concordar com o Levy, o tempo está passando e ele não vai ter mais muita paciência para te esperar.

Agora eu sei que mais do que nunca tenho que correr contra o tempo de achar o esconderijo exato do Amir, por mais que o Andrei queira invadir dois dos seus principais pontos ao mesmo tempo, isso não nos dar a certeza que ele vai estar em um desses. E caso não esteja, vai fazer com que fique ainda mais difícil de encontrá-lo.

Por isso a missão precisa ser do meu jeito e não pode falhar.

Acabo com aquela merda e saio da sala um tanto quanto estressada, avisto o Andrei no canto da sala de armas.

- Olha só quem decidiu dar as caras e treinar. -Ele diz daquele jeito brincalhão dele, mas hoje não Andrei, hoje não tem brincadeira.

- É que diferente de você eu não preciso estar treinando a cada minuto para ser boa. -Olho em seus olhos, ele da uma risada.

- Que Bicho te mordeu para estar com essa cara? -Ele pergunta

- O bicho de que eu não sei aonde está o Amir. -Ele revira os olhos.

- Já conversamos sobre isso, Ayla, estamos caminhando nessa direção, as equipes de buscas já estão na rua, e caso não achem vamos partir para o plano B. -Eu nego com a cabeça.

- Não tem plano B, Andrei. Temos que achá-lo.

- Eu gostaria de entender qual a sua ficção sobre achar a localização exata desse homem, ok, para mim seria incrível achá-lo rapidamente, mas já de conseguir conquistar alguns de seus pontos, isso já seria ótimo.

- É que você se contenta com o pouco, mas eu não sou você, eu quero achar esse homem e vou conseguir. -Vejo em seu rosto um vislumbre de raiva.

Ele respira fundo e passa as mãos no cabelo.

- Cuidado com o que diz, Ayla. -Ele avisa. - Você está no meu país e no meu território. -Ele se aproxima. - Não vou deixar que me insulte e insulte os meus resultados.

O problema é que ele não entende.

- Independente de onde esteja, eu também sou responsável por essa missão, e eu vou atrás daquilo que quero. -Enfrento o seu olhar.

- O que eu não sei, Ayla? -Me pergunta parado na minha frente.

- Como? -Pergunto sem entender.

- O que eu não sei sobre essa missão? -Repete. -Existe algo que você queira me contar sobre essa missão e sobre os seus desejos?

Engulo seco.

- Não, não há nada.

Não adianta falar nada, eu não quero sua pena, além que esse problema seria indiferente para ele, não posso achar que só porque transamos ele se importaria pelos meus problemas.

- Estou aqui para ajudar, Ayla. -Ele diz, só não sei se posso acreditar.

- É apenas o meu desejo de achá-lo e fazer com que pague por tudo que fez. -Minto, é mais que isso.

Ele concorda com a cabeça mas mantém os seus olhos nos meus.

- Estou aqui para te apoiar, Ayla. -Ele diz. - Mas não posso deixar que coloque a vida de milhares em risco para fazer o que quer.

Ele está certo, estou sendo um pouco egoísta sobre tudo, se eu não conseguir que eles façam junto comigo, farei então sozinha.

- Eu entendo. -Desisto de tentá-lo convencer, pelo menos por hoje.

Continuamos nos olhando, os olhos sempre convidativos, o seu olhar recai na minha boca e faço o mesmo que ele.

Por que ele precisa ser tão bom no que faz? Por que logo ele precisa chamar tanto minha atenção?

- Eu pensei em atirar um pouco hoje. -Ele diz ainda me olhando. - Quer também?

Confirmo com a cabeça.

- Quem acertar mais no alvo ganha. -Digo a ele que ri.

- Então vamos apostar. -Ele diz. - Se eu ganhar eu te beijo, se você ganhar, você me beija. -Diz me olhando sério, dou uma gargalhada.

- Muito esperto. -Ele sorri.

- Esperto? Eu? -Ele ri. - Eu sou irresistível, Ayla. Você teria uma sorte grande de me beijar.

- O seu ego é enorme. -Digo rindo.

Parece que o clima "pesado", já se foi.

- Não é só meu ego que é enorme. -Ele diz e o sorriso que está nos meus lábios diminui, involuntariamente eu passo a língua na minha boca.

Eu não posso nem discordar, apesar de ter espalhado por aí ao contrário. Espero que ele não descubra.

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