E Se A Gente...? - Pejão

20. Fins de semana

P.o.v. João

Acordar do lado do Pedro de manhã: Vantagens: Dormir abraçadinho com o Pedro. Desvantagens: Não tem.

Acho que descobrir mais um motivo para amar fins de semana.

Sinto ele se mexer na cama.

Jão: — Bom dia, lindo. — digo, ainda com a voz rouca de sono.

Pedro: — Bom dia, meu amor. — Sinto ele se levantar.

Jão: — Ei! — protesto. — Fica aqui!

Pedro: — Vou só conferir a correspondência, amor, pode ficar aí mesmo. — Ele deixa um beijo na minha bochecha e sai do quarto.

Jão: — Correspondência? — Resmungo fechando de novo os olhos. 

Nem sei quanto tempo eu fiquei ali deitado, mas sinto que Pedro demorou bastante para quem ia só checar a caixa de correio.

Pedro: — Voltei, amor. — Ele sussurra no meu ouvido, sorri ainda com os olhos fechados.

Jão: — Amei você me chamando assim.

Pedro: — De amor?

Jão: — É... — Abraço ele. — Chama mais uma vez.

Pedro: — Vem tomar café, meu amor, — ele me dá um selinho e me puxa da cama. — Eu comprei até um bolo pra gente.

Jão: — Assim você vai me deixar mal-acostumado. — Dei um riso, caminhando com ele até a cozinha

Pedro: — Você merece.

Jão: — Me diz como é que eu vou voltar pra minha casa e viver a minha semana sem querer sempre pular pro fim de semana pra ter isso aqui? — Falo, já me sentando na mesa pra tomar café

Pedro: — Tenho me questionado isso todos os dias. — Ele sorri e se senta também.

Jão: — Aqui, estava pensando em uma coisa.

Pedro: — O quê, meu amor?

Jão: — Quinta-feira não tem aula...

Pedro: — Não me diga que você está com planos de emendar a sexta também.

Jão: — Talvez?

Pedro: — Não estamos mais na escola, Jão, cada horário conta e muito.

Jão: — Se temos direito a faltas, por que não usar de vez em quanto?

Pedro: — Jão...

Jão: — Tudo bem se não quiser, meu amor, mas eu queria tanto passar quatro dias com você ao invés de dois...

Pedro: — Você é baixo! — Ele ri. — Vou pensar no seu caso, tá bom?

Jão: — Tudo bem, mas é difícil passar a semana sem pode te agarrar a hora que eu quiser.

Pedro: — Jão, você precisa se controlar.

Jão: — Se eu não soubesse me controlar, eu teria te comido ontem mesmo naquela cadeira! — Dou risada.

Pedro: — Garoto! — Ele ri alto.

Jão: — O que foi? Ninguém mandou ser gostoso desse jeito.

Pedro: — Olha quem fala, se eu não tivesse tanto trabalho ontem, teria até ido resolver nossa pequena questão.

Jão: — Eu odeio o seu estágio!

Pedro: — Não faz esse bico que eu me derreto.

Jão: — A intenção é essa. 

Ele ri, se levantando da cadeira, vindo até mim e me dando um beijo.

Depois do café a gente se senta no sofá, Pedro pega o notebook dizendo que vai conferir e-mails ou coisa assim.

Jão: — Será que a Universal vai levar muito tempo pra responder? — Questiono depois de um tempo em silêncio.

Pedro: — Não sei, talvez esse mês ainda. — Ele deixa o notebook de lado.

Jão: — Estou ansioso. — Deito no colo dele.

Pedro: — Eu também. — Ele começa a acariciar meu cabelo. — Tá tudo bem, amor?

 Jão: — Claro, por quê? — Olho pra ele.

Pedro: — Tem alguma coisa te afligindo. — Ele passa os dedos pelo meu rosto. — Eu te conheço.

Jão: — Ah, não é nada de mais. 

Pedro: — Pode confiar em mim, meu amor.

Jão: — É que... assim, Pedro, você sabe que mesmo que não possamos ficar... agarrados na faculdade, não significa que você precisa me evitar, tá?

Pedro: — Do que você tá falando?

Jão: — Você me deu perdido na faculdade a semana inteira, pior do que eu naquela semana depois do evento da gravadora.

Pedro: — Olha, eu não quis te deixar assim...

Jão: — Eu sei que não, tudo bem se você acha que a faculdade pode não ser um ambiente muito seguro pra nós, mas acho que a gente não precisava esconder isso — Aponto pra nós dois. — Dos nossos amigos.

Pedro: — Eu só não acho que eles precisem ficar sabendo disso lá na faculdade, acho que a gente devia contar num lugar mais agradável, só isso.

Jão: — Como você achar melhor, só não gosto da ideia de parecer seu affaire. — dou um riso fraco e me levanto do colo dele pra deixar um selinho em sua boca. — Mas enfim, o que vai querer fazer hoje?

Pedro: — Ficar em casa com você?

Jão: — Ah, não, um sábado desses e você querendo ficar em casa?

Pedro: — Sim?

Jão: — Vamos fazer alguma coisa, vai? Ir numa festa ou sei lá.

Pedro: — Estou tão cansado para festas...

Jão: — Uma praia, então? O que me diz?

Pedro: — Acho uma boa, mas quem sabe no próximo fim de semana? Ou melhor, na sexta-feira?

Jão: — Isso significa que você vai ficar comigo?

Pedro: — De preferência na sua casa.

Jão: — Não tenho certeza que minha casa tenha o que não tem na sua. — Ri. — Sou tão despreparado quanto você.

Pedro: — Devo me preocupar? Porque eu só não tinha porque não andei ficando com ninguém.

Jão: — E eu evito levar pessoas pra minha casa, você sabe, tá sempre uma bagunça.

Ele ri.

Pedro: — Justo.

Jão: — Tá, e o que acha de escrevermos? Temos que escrever uma música feliz, lembra?

Pedro: — Acho uma ótima ideia, mas não estou inspirado o suficiente pra essa, por que não trabalhamos em alguma música que você já escreveu? 

Jão: — Pode ser.

E passamos assim nossa tarde, eu, ele e nossas músicas, acho que não tem maneira melhor.