70. Egoísta?

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Antes de tudo:

Sim, dois capítulos no mesmo dia, espero que gostem do mimo.

P.o.v. Pedro

Era a uma sexta a tarde e eu estava em casa sozinho, Jão tinha ido pra mais um dos seus compromissos de trabalho, mas dessa vez eu tive que ficar porque os gatos fizeram um furo na tela da sacada e a gente chamou alguém para consertar.

Era até bom passar um tempo comigo mesmo, mas isso me fez pensar em como, apesar de amar meu trabalho, toda essa rotina estava me deixando cansado.

Eu estava orgulhos do meu menino, obvio.

Mas eu sentia saudades da época em que a gente tinha tempo pra passar juntos, de sair pra ir ao cinema no meio da semana, de cozinhar algo mais ou menos pra jantar, de passar a tarde inteira aos beijos como se mais nada importasse.

Mas como eu diria isso para o Jão? Como eu seria capaz de olhar nos olhos dele e dizer que gostava mais quando a carreira dele não tomava todo nosso tempo? Eu não podia fazer isso, não podia ser um idiota egoísta sabendo que o quanto meu namorado estava feliz fazendo aquilo, como era o maior sonho dele.

Eu não podia ser escroto a ponto de colocar o Jão em um dilema, de fazê-lo sentir que tinha que escolher entre eu ou a música.

Até porque eu sei bem que ele não me escolheria, e sendo sincero, nem eu gostaria que ele largasse o que mais ama por minha causa.

Então, cada vez que o Jão via nos meus olhos que eu estava escondendo algo e me questionava, eu mentia, mentia porque não queria colocar mais uma insegurança na cabeça dele, por não querer que ele achasse que eu preferiria que ele não estivesse fazendo o que ele ama.

Obvio que isso tinha consequências, afinal, ele sabia que eu estava mentindo, e isso fazia eu me sentir a pior pessoa do mundo.

Eu não queria mentir, mas também não podia dizer a verdade, seria egoísta me considerar tanto.

Preso nesses devaneios, eu vejo a Porta se abrir, e assim como os gatos, eu vou até ela.

Jão: — Cheguei meus amores! — Ele dá um beijo em Chicória e Vicente e em seguida se joga nos meus braços. — Ficou bem aqui sem mim, vida?

Pedro: — Mais ou menos, você demorou. — Faço drama.

Jão: — Depois o dramático sou eu. — Ele ri e me dá um beijo.

Pedro: — Temos um tempinho antes do que quer que você tenha que fazer mais tarde?

Jão: — Na verdade, era só uma festa, mas eu desisti de ir, quero passar a tarde com você. — Ele sorri.

Nesse momento meu peito se derreteu e eu quis chorar, mas segurei o choro, o Jão não merecia menos que o meu melhor sorriso.

Pedro: — Obrigado por pensar em mim, meu amor. — Sorri.

Jão: — Eu sempre penso em você, minha vida. — Ele desliza os dedos pelo meu rosto, — Faz tanto tempo que a gente não passa a tarde juntos... — Ele segura meu queixo, puxando meu rosto até unir nossos lábios

Beijei ele como se estivesse com saudades, como se a gente não tivesse se beijado todos os dias.

Jão desliza as mãos pelo meu corpo e eu sei o que ele quer, mas não me sinto exatamente a vontade agora, por um instante penso em ignorar isso e ter meu namorado para mim como a gente sempre fazia, mas eu sei que o Jão nunca iria querer que eu me forcasse a nada.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora