67. Escolhas

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P.o.v. João

Acordei ainda com o Pedro encolhido no meu colo, além de Chicória e Vicente deitados em cima de mim, inicialmente dei um sorriso, mas lembrar do estado do Pedro ontem fez meu sorriso sumir de imediato. 

Queria muito poder ajudar o Pedro, ver meu namorado se esgotando, assim partia meu coração, mas eu não sabia como, além de oferecer apoio e deixá-lo confortável para desabar.

Jão: — Vida, quando quiser conversar comigo, eu to aqui, ta? — Comentei durante o café da manhã. 

Pedro: — Obrigado por estar aqui, meu amor. — ele sorri. — Mas não quero falar disso agora.

Encolhi os ombros.

Jão: — E o roteiro do clipe de Vou Morrer Sozinho? Você já terminou? — Jogo no ar um assunto que ele ama porque tudo que eu quero é ver aquele sorriso lindo ressurgir em seu rosto.

Pedro: — Eu tive uma outra ideia! — Ele sorri empolgado. — Acho que da pra adaptar um roteiro antigo que eu tinha!

Jão: — Aquele em que eu morro? — Zombo.

Pedro: — Não é nada pessoal, eu juro.

Jão: — Tudo bem, meu amor, eu entendo, mas então me fala mais sobre o que você pensou. — Incentivo, vendo os olhos dele brilharem.

Ele começa a falar sobre as ideias e eu só concordo com a cabeça, suspirando aliviado por conseguir deixar o clima mais leve.

Nesse dia, ele iria para o estágio presencialmente, então eu ficaria realmente sozinho depois da faculdade.

Pedro: — Tchau Jão, até mais tarde. — Ele diz já saindo.

Jão: — Tchau, amor... — Murmuro, sem muita certeza de que ele ouviu.

Meu dia passou embebido em preocupação, tive ma reunião rápida com Renan e a Malu por telefone mesmo, e depois fiquei no sofá brincando com os gatos.

Acabei decidindo escrever um pouco, não fiz mais que uns três versos e um refrão, mas era uma música bem melancólica, pensei em já mandar para o Pedro pra ele me ajudar a terminar, mas acho que não é um bom momento pra pedir ajuda pra escrever uma música triste.

Depois de salvar o arquivo, eu coloquei qualquer coisa pra assistir enquanto esperava meu namorado chegar.

Pedro chegou com o olhar cansado de sempre, mas logo que me viu, abriu um sorriso.

Ele foi direto tomar seu banho e eu pensei se a gente pediria pizza ou qualquer outra coisa pra jantar, na verdade, eu queria jantar fora, mas todas essas opções pareciam inviáveis numa quarta-feira.

Pedro volta pra sala ainda esfregando uma tolha nos cabelos.

Pedro: — Agora sim. — Ele suspira. — Boa noite, meu amor. — Sorri se aproximando de mim. — E boa noite, meus bebês. — Ele se abaixa e dá um beijo em cada um dos gatos, que foram até ele pedir atenção como se não tivessem ficado comigo o dia todo.

Jão: — Boa noite, vida. — Sorrio vendo ele pegar a Chicória no colo. — É só você chegar que eles nem ligam mais pra mim. — Faço drama.

Pedro: — Como você é dramático... — Ele ri e se senta do meu lado no sofá, puxando meu rosto pra perto e me dando um beijo lento.

Jão: — Senti saudades. — Murmuro contra seus lábios, mesmo a gente tendo se visto hoje cedo e dormimos literalmente juntos.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora