47. Fazendo um album

1.2K 96 163
                                    

P.o.v. Pedro:

Sai do banho e notei que a casa estava em silêncio, até achei que meu namorado tinha dormido, mas quando fui até a sala eu o vi sentado no sofá e digitando no notebook.

Pedro: — Eii! — Me joguei do lado dele. — Tá fazendo o quê?

Quando me viu, ele imediatamente minimizou o arquivo no qual digitava.

Jão: — Compondo. — respondeu.

Pedro: — E por que não deixou eu ver? — Faço bico.

Jão: — Não tô pronto pra te mostrar essa ainda, — Ele diz levando a mão até meu queixo e me dando um selinho. — Ela é bem triste.

Pedro: — Tudo que você escreve é triste.

Jão: — Mas essa não é só triste, tipo por um sofrimento amoroso, ela é triste, triste. — Ele me olha. — Nem seu se vou lançar ela um dia, escrevi mais pra desabafar, achei melhor fazer ela do que ficar no celular vendo pessoas que eu odeio.

Pedro: — Ah, tudo bem, então. Espero que você me mostre um dia.

Jão: — Um dia talvez. — Ele ri fraco. — Aliás, a gente tem que fazer um álbum, né?

Pedro: — A gente? — Sorri.

Jão: — Sim, e eu já tenho uma ideia que músicas quero colocar nele.

Pedro: — Já podemos ir anotando. — Pego meu celular. — Vamos lá: Imaturo, obviamente.

Jão: — Sim, lembra de Me Beija Com Raiva? Gosto dela.

Pedro: — Eu também, inclusive se você quisesse, eu amaria escrever um clipe pra ela.

Jão: — Eu também ia amar. — Ele sorri. — Também penso em Vou Morrer Sozinho e em Ainda te Amo.

Pedro: — Boas... — Vou digitando. — Vai colocar aquela que escrevemos umas madrugadas atrás?

Jão: Lindo demais?

Pedro: — Sim... é uma das que eu mais gosto.

Jão: — É claro que ela vai entrar, também amo ela, acho que ia ficar legal em um show.

Pedro: — Eu também acho.

Jão: — Quantas já temos?

Pedro: — Cinco, acho que pro álbum seria bom umas oito ou nove.

Jão: — Tenho uma em mente, mas não sei, ela é bem íntima, mas eu gosto.

Pedro: — Qual?

Jão: — Espera que eu vou achar aqui. — Ele volta os olhos para a tela do notebook.

Pedro: — Tá bom, e aquela outra que você me mostrou, um tempo atrás, algo próximo de... — Tento lembrar... — "quem diria que a gente chegaria aqui"? — Cito. — É isso?

Jão: — Ah, Aqui, ela é uma boa pra entrar também. — Ele diz sem tirar os olhos da tela. — Achei a que eu tinha falado, mas antes de você ler e me dar sua opinião, eu achei esse arquivo aqui que eu acho promissor. — Ele abre e eu vejo que tem alguns versos, talvez um refrão, e um título.

Pedro: Lobos? Por que "Lobos"? — Pergunto, fazendo aspas no ar.

Jão: — É porque eu tive um sonho com lobos uma vez, acho que já te contei essa historia.

Pedro: — Ah, é verdade, tinha me esquecido disso. — Me inclino um pouco para ler os versos. — Isso está bom.

Jão: — Acha que conseguimos tirar uma música daqui?

Pedro: — Tenho certeza disso.

Então nós dois entramos no nosso mundo particular, onde tudo que importava éramos nós e nossa música, e essa música em questão, acho que tinha algo ainda mais especial.

Jão: — Sinto que ela tem uma energia meio diferente das outras, — Ele diz enquanto salva o arquivo. — Mas ainda assim eu queria colocar ela no álbum, o que você acha?

Pedro: — Acho que ela vai ficar incrível no álbum, inclusive acho "Lobos", um bom nome pra ele.

Jão: — Eu também gosto.

Pedro: — Olha, já avançamos muito, — Sorrio. — Acredito que com mais duas ou três músicas dá pra fechar.

Jão: — Acho que eu mereço até um beijo por isso. — Ele dá um sorrisinho.

Pedro: — Você não perde uma. — Dou risada. — Vem cá. — Dou um beijo nele.

João desliza uma das mãos pelas minhas costas, me puxando mais pra perto.

Pedro: — Amor... — Sussurro contra a boca dele. — Não terminamos de trabalhar ainda.

Jão: — Terminamos, sim... — Ele me beija outra vez.

Pedro: — João... você tinha que me mostrar outra música, lembra?

Jão: — Tá bom, — Ele bufa e volta a clicar no notebook. — Você é um chato.

Pedro: — Mas você ama.

Jão: — Amo. — Ele assume. — Aqui a música.

Pedro: — Ela parece toda pronta, não quer cantar pra mim?

Jão: — Não... prefiro não cantar agora.

Pedro: — Você quem sabe. — Encolho os ombros e começo a ler a música.

É uma música definitivamente mais triste e mais densa que as outras, mas não deixa de ser bonita.

Pedro: — Uau!

Jão: — O que achou?

Pedro: — Ela é linda, e... e pesada.

Jão: — Acha que ela ia destoar do álbum?

Pedro: — Não, na verdade, acho que ela seria o complemento perfeito! — Digo — Consigo imaginar um coral meio Sam Smith nessa ponte aqui. — Aponto para a tela.

Jão: — Eu imaginei a mesma coisa. — Ele sorri.

Pedro: — Mas então, menino do interior, qual é o nome dessa música?

Jão: Monstros.

Pedro: — Condizente. — Sorri.

Jão: — Gostou mesmo?

Pedro: — Claro, eu gosto da forma que você expressa o que você sente nas músicas, é lindo.

Jão: — Você faz a esma coisa que eu.

Pedro: — Sim, mas você tem uma dose a mais de drama que deixa tudo mais interessante.

Jão: — Com todos esses elogios eu me sinto obrigado a te dar um beijo, Pedro Tófani.

Pedro: — Pode me dar quantos você quiser.

Ele deixa o notebook de lado e me beija, e nem preciso dizer que depois desse beijo não trabalhamos mais, ficamos aos beijos até depois do entardecer, aproveitando a companhia um do outro.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora