50. Vamos fazer algo com isso

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P.o.v. João

Mais um fim de semana chegou, a semana em si não teve nada de muito interessante, só ficamos decidindo partes técnicas do álbum, além da faculdade e obviamente o Pedro tinha aquele maldito estagio.

Jão: — Amor, a gente tinha que fazer umas compras hoje, né?

Pedro: — É, a gente tinha, mas eu to tão cansado, meu amor... Ele deita a cabeça no meu ombro.

Jão: — É, eu sei, mas amanha é domingo e o supermercado fecha mais cedo.

Pedro: — A gente pode ir de manhãzinha.

Jão: — Tem certeza disso?

Pedro: — Sim.

Jão: — Então, tudo bem. E o que vamos pedir pro almoço?

Pedro: — Pede o que quiser.

Jão: — Pode ser nhoque?

Pedro: — Sem novidade alguma. — Ele riu. — Claro que pode.

Depois do almoço a gente resolveu mais umas coisas burocráticas e no fim da tarde a gente viu um filme.

Pedro: — O que a gente faz agora?

Jão: — Eu tenho uma ideia... — Sorrio, puxando ele pro meu colo.

Pedro: — E o que é?

Beijo ele. 

Jão: — Tem uma coisa que a gente não fez desde que nos mudamos... — Digo, deixando beijos pelo pescoço dele.

Pedro: — E essa coisa seria? — Ele murmura num riso fraco.

Jão: — Você sabe...

Pedro: — Sei... — Ele segura meu rosto, me fazendo olhar pra ele. — Mas hoje não vai dar, eu tô muito cansado.

Jão: — Ah... serio?

Pedro: — Desculpa, vida, mas eu estou realmente indisposto, to tipo, uns 87% e você não merece menos que 100%.

Jão: — Tudo bem, foi um bom argumento, mas depois não reclama quando eu ficar xingando o seu estágio, ele te priva de muitas coisas.

Pedro: — É, você tem razão, acho que amanha eu vou estar mais animado.

Jão: — Tá bom. — Dou um selinho nele. — Aqui, sei que a gente não vai fazer nada, mas te beijar eu ainda posso, né?

Pedro: — Pode sim. — Ele sorri e puxo meu rosto até nossos lábios se encontrarem.

 [...]

Pedro: — Amor? — Ele me chama, estávamos deitados, prontos para dormir. — Tá tudo bem? 

Jão: — Sim.

Pedro: — Você tá meio pensativo. 

Jão: — To com uma coisa na cabeça. 

Pedro: — O quê?

Jão: — É como se fosse um trecho, algo próximo de "A rua vai me proteger" acordei com isso na cabeça hoje, ignorei o dia todo, mas agora não consigo parar de pensar.

Pedro: — Isso é interessante, a gente pode fazer uma música depois, mas amanha você pensa nisso. — Ele me abraça e fecha os olhos. — Boa noite.

Jão: — Boa noite. 

Eu tentei dormir por mais um tempo, mas aquilo continuava martelando na minha cabeça.

Jão: — Peu! — Chamo, ele abre os olhos meio desnorteado. — Pedro, não consigo dormir.

Pedro: — É aquela coisa de novo? 

Jão: — Sim! Vamos fazer algo em cima disso, vai, por favor, acho que essa é a música que faltava pro nosso álbum.

Pedro: — Jão, não dá tempo mais, a gente já ta mandando pra gravadora.

Jão: — Dá tempo, sim, Pedro, por favor.

Pedro: — Meu amor, já era, o álbum tá pronto e incrível!

Jão: — Por favor, vamos fazer alguma coisa com isso, ou eu não vou conseguir dormir.

Pedro: — Tá, vamos lá. — Ele se levanta da cama. — O que você tem em mente?

Puxo ele até a sacada.

Jão: — Acho que um pouco de ar vai ajudar. —Puxo o celular, e começo a digitar.

Começamos a soltar ideias de como a música seria, não demorou tanto, na verdade.

Jão: — Eu acho que ela tá pronta! — Digo

Pedro: — Assim tão rápido? Geralmente você deixa as músicas pela metade ou quase prontas pra gente ver depois.

Jão: — Essa aqui me parece perfeita desse jeito, consigo até imaginar uma percussão meio BaianaSystem. 

Pedro: — Tudo bem, isso está bem legal e eu acho que já tenho até uma ideia do que fazer com essas sua imaginação, mas podemos voltar pra cama agora? Amanhã a gente vê isso direito.

Jão: — Beleza, acha que vai dar tempo de ela entrar no Lobos?

Ele parece pensar.

Pedro: — Isso é muito importante pra você, não é?

Jão: — Sim... eu gostei muito dela. 

Pedro: — Quer ir pro nosso estúdio agora?

Jão: — Tá de madrugada, podemos ver isso amanha.

Pedro: — Amanha não vai dar mais tempo de colocar ela no álbum, a gente mata isso agora se você quiser.

Jão: — Você tá com sono, não tá?

Pedro: — Não to mais, vamos lá que dá tempo. — Ele se levanta e me puxa pela mão. 

Jão: — Vão xingar muito a gente...

Pedro: — Nada que a gente verdadeiramente se importe.

Jão: — Tem certeza disso?

Pedro: — Tenho!

Jão: — Vamos vestir alguma coisa, então. — Eu puxo ele de volta pro quarto, a gente troca de roupa e sai.

Jão: — Pedro... — Chamo, assim que a gente entra no carro.

Pedro: — Sim?

Jão: — Só queria dizer que eu te amo. — Dou um beijo rápido nele. — Obrigado por fazer essas loucuras por mim. 

Pedro: — Também te amo. — Ele sorri. — agora vamos que nós temos que produzir uma música em uma madrugada — Ele dá um riso. 

Jão: — Vamos! 


E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora