59. Viagem

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P.o.v. João

Acordei na manhã seguinte ainda com meu corpo enlaçado no do Pedro, soltei um sorriso bobo e fiquei ali olhando ele dormir.

Meus olhos foram até uma das pernas dele e eu sorri mais ainda ao ver as marcas das minhas unhas em uma de suas coxas.

Fiquei ali afagando o cabelo dele até ele despertar.

Jão: — Vida? — Ele abre os olhos lentamente.

Pedro: — Bom dia... — Fala com a voz rouca de sono.

Jão: — Bom dia.

Pedro: — Tá acordado há muito tempo?

Jão: — Até que não, mas to a um tempinho admirando meu namorado.

Ele sorri e deixa um beijo no meu rosto.

Pedro: — Eu adoro fazer isso quando acordo primeiro, também.

Jão: — Sabe outra coisa que eu reparei? 

Pedro: — O quê?

Jão: — Isso. — Deslizo a mão pelo corpo dele e dou um aperto na sua coxa.

Pedro: — Meu deus, Jão. — Ele ri, vendo as marcas. — O que você fez comigo?

Jão: — Até onde eu lembro, você adorou.

Pedro: — Adorei mesmo. — Ele dá um sorriso. — Mas ainda bem que eu só ando de calça.

Jão: — Eu devia ter feito pior...

Pedro: — Você? — Ele ri. — EU devia ter feito pior, — Ele dá um beijo no meu pescoço. — Eu devia deixar um chupão no seu pescoço pra quando você estiver no Rio as pessoas saberem que você tem dono.

Jão: — Depois o fofo e safado sou eu. — Dou um riso. — Um chupão no meu pescoço ia ser excelente para as entrevistas, inclusive... — Ironizo e ele ri junto comigo.

Aquele fim de semana passou rápido e leve, Pedro me ajudou a fazer as malas e tudo.

Quando a segunda-feira chegou, uma parte minha estava animada com a viagem, ia ser bem legal para divulgar meu álbum, mas obviamente que outra parte minha ia ficar com o Pedro, em outro estado.

Pedro: — Tchau, bom voo, me manda foto de tudo, te amo.

Jão: — Também te amo, cuida da nossa casa e se cuida, até sexta.

Renan: — Jão, vem logo!

 Pedro: — Até sexta. — Ele me dá um último beijo antes que eu entre no avião.

Nós três nos acomodamos nos assentos, sentei na janela só pra ficar olhando o Peu se afastar.

Malu: — Eu não acredito que você tá indo e ele ficando.

Jão: — Pelo amor de deus, Malu, eu e o Pedro não nascemos grudados, não, tá? — Reclamo.

Malu: — Inacreditável que você tenha compactuado com essa ideia do Pedro.

Jão: — Queria que eu fizesse o quê, Malu? Amarrasse ele e o obrigasse a vir com a gente?

Malu: — Jão, eu sei que você não é tão maduro quanto tá querendo demonstrar, você só ta agindo assim pra eu e o Renan pegarmos leve com o Pedro, você sabe que se a gente insistisse, ele viria.

Jão: — Malu, me escuta, eu já falei com o Pedro sobre esse estágio, você já falou, até o Renan já falou, e não adianta, ele se importa muito com essa vaga pra perceber ou ligar que esta trabalhando mais do que a lei permite pra um estagiário.

Malu: — Então pra você tá tudo bem esse estágio ser mais importante para o Pedro do que a sua carreira?

Jão: — Ele não acha que o estágio é mais importante do que minha carreira.

Malu: — Tanto que ele preferiu ficar aqui sozinho do que faltar uma semana do estágio.

Jão: — Malu... — Ela me interrompe

Malu: — Esse sonho é quase tanto do Pedro quanto seu, Jão, foi ele quem te incentivou desde o início de tudo, nós somos uma equipe e uma parte fica em falta sem ele, e eu sei que você sente isso mais do que qualquer um de nós.

Jão: — Eu sinto, Malu, é claro que eu sinto. — Solto um suspiro. — Mas da última vez que eu e o Pedro ficamos mais de uma semana sem nos falar foi por causa desse maldito estagio, eu não quero passar por isso de novo

Malu: — Jão, eu sei que você tá tentando evitar conflitos com ele, mas se ele não escuta você que é literalmente a pessoa que ele mais ama no mundo, quem vai fazer ele se tocar que essa vaga maldita não vale a pena?

Jão: — Só ele mesmo pode decidir isso, Malu.

Depois disso nem um de nós disse mais nada, eu coloquei meus fones e acabei pegando no sono.

Chegamos no hotel, arrumamos algumas coisas e depois fomos almoçar, eu mandei algumas mensagens para o Peu também. Renan tinha enumerado diversas coisas pra gente, fazer e lugares pra ir e eu até já tinha conseguido algumas entrevistas, eu estava animado, apesar da saudade.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora