14. Desculpas (Parte II)

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P.o.v. João

Quando vi o Pedro, com os olho úmidos na minha porta, eu senti que meu coração era fatiado em centenas de pedaços, principalmente porque ele havia entendido tudo errado, eu não estava o evitando por alguma atitude dele, e sim porque tinha medo de bagunçar as coisas entre a gente.

Mas, talvez, com essa atitude eu tenha causado uma bagunça pior ainda.

Eu estava pronto para esclarecer tudo quando ele simplesmente me beijou.

Quando senti os lábios dele, nos meus, eu não tive como ter outra reação senão aprofundar aquele beijo, e agarrar sua cintura e seus cabelos para trazê-lo mais para perto de mim, enquanto a gente se beija, é que me dou conta do quanto estava querendo aquilo, aquele tempo todo o que eu mais queria do Pedro era aquele beijo. E aparentemente Pedro queria aquilo tanto quanto eu, ele segurou meu rosto com mais firmeza ainda e na proximidade dos nossos corpos eu consegui sentir sua leve ereção contra o meu ventre, Pedro me desejava, ele me queria com essa intensidade, e percebi que eu também. Poucas vezes na minha vida um beijo encaixou tão bem, era como se eu fosse a faísca e ele o oxigênio necessário para entrarmos em combustão. Eu me sentia em chamas.

Eu tinha que parar de ser tão imaturo, eu não estava confundindo as coisas, estava apaixonado pelo Pedro, pelo meu melhor amigo.

Nossos lábios só se soltaram quando o ar nos faltou, e nossas bocas se desgrudam devagar, como se até elas protestassem a distância.

Pedro abriu um sorriso confuso. 

Pedro: — Me... desculpa, eu...

Jão: — Cala essa boca! — Sussurrei com a boca bem próxima da dele. — Para de pedir desculpas. Você não tem que se desculpar por nada. Me escuta, por favor. 

Pedro apenas assentiu e eu o puxei pro sofá, me sentei do seu lado e respirei fundo.

Jão: — Você não fez nada de errado naquela noite, muito pelo contrário. Você deixou tudo perfeito, a música, a dança, aquela fuga pra sacada, e você estava tão lindo naquela roupa, que eu me senti atraído por você, eu te vi com mais que só meu amigo e... — suspirei — E eu fiquei com muita vontade de te beijar.

Ele arregalou os olhos e sorriu.

Jão:  E eu fiquei com medo, com medo de bagunçar as coisas, de estar ficando louco, sei lá. Então eu fugi, estava com medo de bagunçar as coisas e estragar nossa relação, que é muito preciosa pra mim. E por causa desse medo eu acabei bagunçando as coisas ainda mais, eu não queria ter te magoado, me desculpa, Pedro.

Me aproximo mais dele.

Jão: — Mas tudo isso deixou de existir quando você me beijou, eu me toquei que... que eu não estava misturando nada.

Seu sorriso se expandiu e eu sorri instantaneamente.

Pedro: — Espera, você tá dizendo que...

Jão: — Estou dizendo que... que estou apaixonado por você, e que acima de tudo, não quero estragar nossa amizade.

Pedro: — Eu não acredito nisso. — Pedro sorriu mais e me puxou pra perto. — Você não imagina o tanto que sonhei em escutar isso de você, Jão.

Jão: — Isso quer dizer que você...

Pedro: — Jão, como você nunca percebeu que eu sou apaixonado por você? — Ele riu.

De repente me vejo em choque de novo. Sem reação, só consigo pensar em aproveitar nossa proximidade e beijá-lo mais uma vez.

Dessa vez um beijo menos desesperado, mais calmo e manso, é um beijo lento, Pedro parece saborear minha boca, faz com que eu me sinta em paz.

Jão: — O que a gente faz agora? — Pergunto quando nos afastamos.

Pedro: — O que a gente quiser, eu acho. — Ele riu, aquela risada gostosa que eu senti tanta falta nos últimos dias.

Jão: — Senti tanta falta da sua risada. — Digo

Pedro: — Eu senti falta de tudo. — Ele me abraça.

Jão: — Desculpa ter feito você passar por esse pesadelo. — Aperto se rosto contra meu peito, puxando ele pro meu colo. — Sei que foi tão horrível pra você quanto pra mim.

Pedro: — Foi, mas tudo bem. — Ele me olha e sorri. — Eu entendo seu medo, eu também fiquei aterrorizado quando percebi que estava apaixonado por você, pensei que fosse estragar tudo entre a gente. — Ele segura meu rosto e me beija de novo. Não penso em mais nada.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora