30. Eu Te Amo

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P.o.v. João

A semana passa e eu me ocupo em ajudar ao máximo a organização da festa da faculdade, isso tudo para não pensar no Pedro, mas obviamente eu fracasso.

Ele também não me procura, só me manda mensagem como se não quisesse olhar nos meus olhos.

Será que o Pedro está confuso com o que sente por mim? Será que ele só pensou estar apaixonado e agora percebeu que só me quer como amigo? Talvez por isso ele não tenha vindo atrás de mim. Talvez só não saiba como me falar que não quer mais.

Jão: — Chega, estou pensado demais! — Grito comigo mesmo e levanto do sofá num pulo. — Quer saber? Vou cedo pra festa da faculdade! 

Apesar de parecer uma ótima ideia no início, quando cheguei na festa eu descobri que aparentemente o Pedro tinha tido a mesma ideia.

Eu evitei ele o máximo que pude, ficou mais fácil quando o lugar começou a encher, mas eventualmente eu canso de correr dele.

Pedro: — Jão... — Ele tocou me ombro, com tanta leveza que eu percebi que ele estava inseguro antes mesmo de olhar pra ele. — Eu não quero ficar brigado com você...

Jão: — Ah, é? — Me viro para olha pra ele. — Não foi o que você demonstrou nos últimos dias.

Pedro: — Eu te liguei várias vezes!

Jão: — Não queria conversar pelo telefone.

Pedro: — Jão... — Interrompo ele.

Jão: — Olha, Pedro, se você vai pedir desculpas de novo, poupe suas palavras, já disse que te desculpo, mas eu quero que você me explique o que está acontecendo, porque até agora eu tenho interpretado como desinteresse total e... — Dessa vez é ele que me interrompe.

Pedro: — Eu te amo, Jão.

ESPERA, O QUÊ? Ele acabou de dizer isso mesmo???

Pedro: — Eu não quero que você duvide disso nunca! — Ele me puxa mais pra perto. — Nunca, está me ouvindo? — Ele nem me deixa responder. — Eu vou te explicar tudo. 

Apenas balanço a cabeça, atônito.

Pedro: — Você sabe que eu tenho me esforçado muito nesse estagio, até demais, eu diria, a gente se esforça muito pra ter uma experiência no currículo, deixar de ser estagiário e essas coisas, principalmente porque eu queria parar de depender dos meus pais pra tudo. Mas eu nunca te contei que tem um cara aqui da faculdade, — Ele olha em volta. — Acho até que você sabe quem, que é sobrinho de alguém lá, acho que um dos donos, enfim, nepotismo mesmo. Mas por algum motivo ele cismou de implicar comigo. Eu não ligava muito, na real. — Ele suspira. — Mas quando a gente começou a ficar, eu fiquei com medo de ele nos ver por aqui, e queimar o meu filme lá, simplesmente por que não gosta de mim. Pode ser uma coisa boba, mas você sabe como é o mundo em que vivemos — Pedro suspira mais uma vez. — E é por isso que eu não queria que ninguém, nem nossos amigos, soubesse, você sabe como fofoca se espalha rápido por aqui. 

Ele dá um riso nervoso.

Pedro: — Mas eu percebi o quento seria imbecil te trocar por essa vaga idiota, te perder a troco da porra de um estágio que nem é tão bom assim. Sei que eu devia ter conversado com você a respeito, mas eu não queria ouvir de você o que eu já sabia. Eu te amo, João Vitor e eu prometo que não vou mais esconder isso de ninguém. — Pedro conta tudo, mas sei que eu só vou processar toda essa enxurrada de informações mais tarde, porque minha cabeça ainda está nessas três palavras. — Me desculpa por não ter te contado, sei que eu errei, mas por favor, fala alguma coisa...

Jão: — Eu também te amo, Pedro. — No fim, isso era tudo o que importava.

Pedro abriu o sorriso mais lindo do mundo e se aproximou mais de mim.

Eu estava feliz até que mais uma dúvida me envolveu, Pedro e eu eramos o quê? Namorados? Ficantes? Ou será que eu estava me preocupando demais com uma coisa irrelevante enquanto pra ele só importava estarmos juntos? Será que ele se questionava isso também?

E se ao invés de ficar me questionando eu só resolvesse isso de vez?

Jão/Pedro: — Quer namorar comigo? — Nós dois pronunciamos as mesmas palavras ao mesmo tempo. Olha pra ele em choque e começo a rir.

Pedro: — Acho que já temos essa resposta, né? — Ele riu e me puxou pra um beijo, vale lembrar que nós dois estávamos em uma festa da faculdade, onde estavam todos os nossos amigos, que provavelmente estavam por perto, me afastei um pouco dele quando me toquei disso.

Pedro: — O que foi? Você quem tá com vergonha agora? — Ele riu contra os meus lábios. — Vai ter que aguentar. — Ele segura meu rosto com as duas mãos e me beija de verdade, agarro sua cintura puxando seu corpo mais pra perto. 

De longe eu chego a escutar as vozes dos nossos amigos.

Malu: — Finalmente, porra!

Renan: — Casal mais enrolado da história, Até que enfim!

Bruno: — Sempre soube!

Renan: — Acho que tem alguém me devendo 50 pratas, hein, Bruno?

Em meio a risadas e gritos de apoio, 

Eu escondo meu rosto no peito do Pedro.

Pedro: — Eles ainda estão olhando, a diferença é que agora riem. — Ele sussarra, rindo.

Jão: — Deja vu. — Sussurro

Pedro: — Pois é. — Ele beija meu rosto.

Jão: — Tira a gente daqui, de novo?

Pedro: — Tem certeza?

Jão: — Sim, vamos pra casa, por favor.

Pedro: — Como quiser, meu namorado.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora