92. Conversas

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P.o.v. João

Depois de alguns dias de gravações, e também de umas voltas pela cidade, chegou o dia de voltarmos para o Brasil. Gostei de estar na Argentina e tinha certeza que o clipe ficaria bem legal, apesar das desavenças tinha sido uma viagem incrível.

Uma parte de mim ainda estava preocupada com minha relação com o Pedro, mesmo que ele nem parecesse lembrar daquilo tudo, não de um jeito rancoroso. Eu me sentia um idiota por estar tão fragilizado depois de um desentendimento tão bobo.

Pedro: — De volta a São Paulo... — Ele diz, olhando a cidade pela janela.

Jão: — Eu consegui até sentir saudades.

Pedro: — Essa cidade é uma droga, mas a gente ama.

Jão: — Não, Pedro, São paulo não é a droga, a droga somos nós, e essa cidade usa a gente.

Pedro: — Faz sentido, me lembra uma coisa que você escreveu uns anos atrás. 

Jão: — Nossa, é verdade, como você ainda se lembra disso?

Pedro: — Eu lembro de muitas coisas que a gente escreveu juntos, não importa quanto tempo se passe.

Jão: — Gosto disso em você. — Sorrio, e ele sorri de volta.

[...]

Chegamos em casa, já tendo buscado nossos gatos, era bom matar a saudade, tanto deles quanto da nossa casa, o mundo que era só meu e do Pedro.

Eu fui tomar banho enquanto Pedro pedia qualquer coisa para a gente comer, mas quando eu saio do banho, e ele entra, a comida ainda não chegou.

Pedro sai do banho, usando uma camisa que, na verdade, é minha.

Jão: — Ei, minha blusa do Taz! — Brigo de brincadeira, ele ri. — Você pegou ela de novo!

Pedro: — Essa blusa branca que você está usando agora é minha. — Ele devolve, rindo.

Jão: — Mas minha blusa já tá desbotada de tanto que você usa.

Pedro: — Quer que eu lembre de todos os meus moletons que você pegou emprestado e nunca devolveu?

Ele tem um ponto e, na verdade, praticamente todos os moletons que eu uso são dele.

Jão: — Somos um casal, o que é seu é meu. — Resolvo por fim.

Pedro: — Isso só depois que você me pedir em casamento. — Ele ri.

Jão: — Você não me teste. — Rio junto.

Ouvimos o interfone.

Pedro: — Deve ser nossa comida. — Ele se levanta e vai em direção à porta. — Vou buscar.

Jão: — O que você pediu? — Pergunto, mas ele já tinha descido.

Em pouco tempo ele volta.

Pedro: — Advinha o que eu pedi? — Diz com um sorriso logo que entra na cozinha, eu já estava sentado na mesa, mexendo no celular.

Jão: — Não sei, pizza? — Chuto ainda com os olhos na tela.

Pedro: — Amor. — Ele dá um riso da minha falta de atenção. 

Quando desvio os olhos do celular, solto um sorriso bobo, é obvio.

Jão: — Nhoque? — Meu sorriso se expande.

Pedro: — Tem coisa melhor pra comer depois de um longo dia de viagem?

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora