43. Solos de guitarra

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P.o.v. Pedro

Pedro: — Cheguei, meu amor! — Falei assim que entrei em casa, tinha ido comprar umas coisas pro nosso almoço. — Jão? — Chamei novamente, silêncio.

De repente eu ouvi um toque, que vinha do quarto, deixei as compras na mesa e andei até lá.

Abri a porta suavemente e entrei, vendo meu menino sentado na ponta da cama, de costas pra mim, todo concentrado na guitarra em suas mãos. Me sentei na outra ponta da cama e fiquei ouvindo ele tocar.

Jão: — Pedro? — Ele se vira para mim depois de um tempo. — Há quanto tempo você está aí?

Pedro: — Um tempinho. — Sorri. — Você toca tão bem. — Ele abaixou os olhos, com um sorriso meio tímido. Eu tenho o namorado mais talentoso do mundo!

Jão: — Toco nada, arranho no máximo.

Pedro: — Para com isso! Você manda muito bem! — Protesto, me aproximando mais dele. — Toca mais um pouco, por favor.

Jão: — Tô com vergonha de você aqui, agora, outro dia eu toco mais.

Pedro: — Não, por favor, eu gosto tanto de te ouvir.

Jão: — Mas eu nem estava tocando nada, só umas notas soltas.

Pedro: — Não importa, pode só tocar mais notas soltas.

Jão: — Pedro, eu não toco bem, mal sei tocar minhas próprias músicas, erro toda hora.

Pedro: — Jão, você sabe bem que não entendo direito dessas coisas, acha mesmo que eu vou perceber se você errar?

Jão: — Espera só mais um minuto que eu vou inventar uma desculpa melhor.

Pedro: — JÃO! — Dou risada. — Por favor, meu amor... — Chego mais perto dele e deixo um beijo no seu rosto.

Jão: — Na bochecha? — Ele me olha meio confuso.

Pedro: — Ganha um na boca se tocar mais um pouco pra mim.

Jão: — Seu pilantra! — Ele resmunga e em seguida volta os olhos pro instrumento — Mas só vou tocar, você ia ter que me dar mais do que um beijo se quisesse que eu cantasse.

Pedro: — Eu dou o que você quiser!

Jão: — Era brincadeira, não vou cantar.

Pedro: — Tá bom, tá bom, só tocar tá de bom tamanho.

Ele reluta por mais uns segundo e então começa a tocar.

Sinceramente, não sei porque ele faz todo esse drama, ele toca tão bem e eu poderia ficar escutando por horas.

Jão: — Satisfeito? — Ele sorri.

Pedro: — Nossa, como o meu namorado é talentoso. E fica lindo tocando essa guitarra. — Suspiro, me deitando na cama.— Solos de guitarra com certeza vão me conquistar.

Jão: — Meu deus, Pedro! — Ele dá uma risada gostosa, deixando a guitarra no canto da cama e se deitando do meu lado. — Se eu soubesse que você ia mandar essa, eu tinha te pedido para tirar essa bermuda. — Ele ri mais.

Pedro: — Só não fiz isso porque você iria se desconcentrar.

Jão: — Não acha que você está convencido demais? — Ele ri, aproximando o rosto do meu.

Pedro: — Você concorda comigo.

Jão: — Com toda a certeza. — Ele puxa meu rosto e me beija

Pedro: — João... — Murmuro contra os lábios dele. — A gente tem que fazer nosso almoço ainda.

Jão: — Nossa... e aquele beijo que você me prometeu?

Pedro: — Vem cá, — Seguro seu rosto com as duas mãos e o beijo, um beijo doce e bem lento, daqueles que nossas bocas descolam devagar, com se protestassem a distância.

Jão: — Mais um, por favor... — Ele pede e eu sou incapaz de negar.

Beijo ele mais uma vez.

Jão: — Peu... — Sussurra, com a boca colada a minha. — Só não intensifico isso aqui porque você tem que almoçar pra tomar o seu remédio. — Ele me dá mais um selinho e levanta da cama.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora