P.o.v. Pedro
Mais uma manhã na casa do Jão, toda vez que lembro que hoje é domingo e que tenho que voltar pra minha casa eu sinto meu peito doer.
A gente se levanta e toma café juntos, como um casal, apesar de ainda não termos nada, oficializado...
Jão: — Sabe, — Ele interrompe meus pensamentos. — O semestre está acabando, né? — Ele dá um beijo no meu rosto, estávamos no sofá, ele tinha colocado alguma coisa pra gente assistir, mas eu não estava prestando atenção.
Pedro: — Graças a deus! — Comemoro. — Umas férias vão cair muito bem!
Jão: — Sim, e vamos poder nos despedir menos, eu espero.
Pedro: — Eu também espero, só de pensar nós dois estamos aqui e depois só vamos poder ficar assim de novo no próximo fim de semana, ou no corredor de gás...
Jão abre a boca como se fosse me responder, mas não diz nada.
Pedro: — Amor? Tá tudo bem?
Jão: — Claro.
Pedro: — João!
Jão: — É serio, tá tudo bem. — Ele se levanta. — Acho que vou pegar mais café.
Pedro: — Tá tudo bem mesmo, amor?
Jão: — Sim. — Ele volta a dar play na tv.
[...]
Mais tarde a gente pede almoço.
Pedro: — Temos que rever a música que a gente escreveu ontem. — Digo, apenas porque sei que é a melhor forma de fazer ele sorri e ficar animado.
Jão: — Temos, acho que ela ficou intima demais, tenho que rever umas palavras...
Pedro: — Fico feliz de sempre ver a primeira versão de todas as suas músicas. — Sorri.
Jão: — Nossas músicas. — Ele sorri e me beija.
Pedro: — Mas não sei se a de ontem está tão intima assim. — digo rindo. — Aposto que uma semana em Barcelona e você escreve musicas piores que ela.
Jão: — Nossa, por que especificamente Barcelona? O que tem de erótico em Barcelona?
Pedro: — Sei lá, foi o que me veio na cabeça. — Ri.
Jão: — Então tá. — Ele ri junto.
Pedro: — Você podia cantar pra mim. — peço. — Faz tanto tempo que você não canta só pra mim.
Jão: — Desde a época dos covers — Ele dá um riso nostálgico. — Mas você sabe que eu não toco violão direito, eu matava as aulas de violão quando era adolescente, já te contei essa historia.
Pedro: — Já sim. — Ri. — Mas eu não ligo, por favor!
Jão: — Ah, Pedro, sei lá...
Seguro seu rosto e o beijo, bem devagar.
Pedro: — Te convenci? — Sorri contra seus lábios.
Jão: — Ainda não...
Beijo ele de novo.
Pedro: — E agora?
Jão: — Se eu cantar para você, eu ganho mais beijos?
Pedro: — Ganha quantos quiser. —Sorri.
Ele se levanta e vai até o quarto, voltando com o violão.
Jão: — Olha as coisas que eu faço por você...
Pedro: — Para de drama, nem parece que é um cantor...
Jão: — Cantor parece uma palavra forte demais. Eu só canto.
Pedro: — Se você canta, você é o quê? Um vaqueiro? — Ri.
Jão: — Acho que vou me sentir um cantor de verdade se eu, sei lá, lançar um álbum.
Pedro: — Já pode pensar nisso, você vai lançar um álbum, pela universal ainda.
Jão: — Você está mais otimista que eu.
Pedro: — Eu conheço o artista incrível que eu produzo.
Jão: — Sou seu cliente, afinal, né? — Ri.
Pedro: — Nem eu sei porque te chamei assim. Mas independente de qualquer coisa, pra mim você já é um cantor. Você é o meu cantor.
Jão: — Como você ama pronomes possessivos! — Ele ri.
Pedro: — Você não gosta?
Jão: — Gosto quando você diz que eu sou seu. — Ele me dá um beijo rápido. — Porque sei que você é meu também.
Pedro: — Então, meu cantor, vai cantar pra mim ou não?
Ele pega o violão e começa a afinar.
Jão: — Só pra você.
E ele toca, sei que no futuro o Jão vai fazer shows enormes, eu sinto isso, mas acho que ele tocando apenas pra mim as músicas que escrevemos juntos sempre será meu show favorito.
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E Se A Gente...? - Pejão
FanfictionJoão e Pedro são melhores amigos a tempo, mas tem sentimentos um pelo outro e todos a sua volta percebem que eles se gostam mais do que amigos. Todos, exceto eles mesmos. Enquanto Pedro falha em esconder o que sente, Jão se recusa a acreditar que...