27. Canta pra mim?

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P.o.v. Pedro

Mais uma manhã na casa do Jão, toda vez que lembro que hoje é domingo e que tenho que voltar pra minha casa eu sinto meu peito doer.

A gente se levanta e toma café juntos, como um casal, apesar de ainda não termos nada, oficializado...

Jão: — Sabe, — Ele interrompe meus pensamentos. — O semestre está acabando, né? — Ele dá um beijo no meu rosto, estávamos no sofá, ele tinha colocado alguma coisa pra gente assistir, mas eu não estava prestando atenção.

Pedro: — Graças a deus! — Comemoro. — Umas férias vão cair muito bem!

Jão: — Sim, e vamos poder nos despedir menos, eu espero.

Pedro: — Eu também espero, só de pensar nós dois estamos aqui e depois só vamos poder ficar assim de novo no próximo fim de semana, ou no corredor de gás...

Jão abre a boca como se fosse me responder, mas não diz nada.

Pedro: — Amor? Tá tudo bem?

Jão: — Claro.

Pedro: — João!

Jão: — É serio, tá tudo bem. — Ele se levanta. — Acho que vou pegar mais café.

Pedro: — Tá tudo bem mesmo, amor?

Jão: — Sim. — Ele volta a dar play na tv.

[...]

Mais tarde a gente pede almoço.

Pedro: — Temos que rever a música que a gente escreveu ontem. — Digo, apenas porque sei que é a melhor forma de fazer ele sorri e ficar animado.

Jão: — Temos, acho que ela ficou intima demais, tenho que rever umas palavras...

Pedro: — Fico feliz de sempre ver a primeira versão de todas as suas músicas. — Sorri.

Jão: — Nossas músicas. — Ele sorri e me beija.

Pedro: — Mas não sei se a de ontem está tão intima assim. — digo rindo. — Aposto que uma semana em Barcelona e você escreve musicas piores que ela.

Jão: — Nossa, por que especificamente Barcelona? O que tem de erótico em Barcelona?

Pedro: — Sei lá, foi o que me veio na cabeça. — Ri.

Jão: — Então tá. — Ele ri junto.

Pedro: — Você podia cantar pra mim. — peço. — Faz tanto tempo que você não canta só pra mim.

Jão: — Desde a época dos covers — Ele dá um riso nostálgico. — Mas você sabe que eu não toco violão direito, eu matava as aulas de violão quando era adolescente, já te contei essa historia. 

Pedro: — Já sim. — Ri. — Mas eu não ligo, por favor!

Jão: — Ah, Pedro, sei lá...

Seguro seu rosto e o beijo, bem devagar.

Pedro: — Te convenci? — Sorri contra seus lábios.

Jão: — Ainda não...  

Beijo ele de novo.

Pedro: — E agora?

Jão: — Se eu cantar para você, eu ganho mais beijos?

Pedro: — Ganha quantos quiser. —Sorri.

Ele se levanta e vai até o quarto, voltando com o violão.

Jão: — Olha as coisas que eu faço por você...  

Pedro: — Para de drama, nem parece que é um cantor...

Jão: Cantor parece uma palavra forte demais. Eu só canto.

Pedro: — Se você canta, você é o quê? Um vaqueiro? — Ri.

Jão: — Acho que vou me sentir um cantor de verdade se eu, sei lá, lançar um álbum.

Pedro: — Já pode pensar nisso, você vai lançar um álbum, pela universal ainda.

Jão: — Você está mais otimista que eu.

Pedro: — Eu conheço o artista incrível que eu produzo.

Jão: — Sou seu cliente, afinal, né? — Ri.

Pedro: — Nem eu sei porque te chamei assim. Mas independente de qualquer coisa, pra mim você já é um cantor. Você é o meu cantor.

Jão: — Como você ama pronomes possessivos! — Ele ri.

Pedro: — Você não gosta?

Jão: — Gosto quando você diz que eu sou seu. — Ele me dá um beijo rápido. — Porque sei que você é meu também.

Pedro: — Então, meu cantor, vai cantar pra mim ou não?

Ele pega o violão e começa a afinar.

Jão: — Só pra você.

E ele toca, sei que no futuro o Jão vai fazer shows enormes, eu sinto isso, mas acho que ele tocando apenas pra mim as músicas que escrevemos juntos sempre será meu show favorito.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora